quinta-feira, dezembro 28, 2006

Saudades

Muitas vezes somos assombrados por uma saudade.
Saudades de ninguém, de alguém, de momentos, de um passado. Não importa...
No entanto, no presente, na experiência vivida fomos incapazes de atribuir tamanho valor ao que vivemos.
A lembrança de um tempo feliz só nos ocorre á posteriori. Muitas vezes são essas memórias que nos mantêm vivos, considerámo-las inesquecíveis mas á medida que o tempo passa, a elas se sobrepõem outras, que quando vividas tinham uma significância mínima comparadas com as nossas recordações.
Em cada instante mudamos a nossa maneira de ver o mundo, as cores alteram-se, as palavras tocam com mais força ou não...
Porém, muitas vezes, não temos saudades do passado que foi mas sim de um passado que nunca foi (mas que idealizamos á nossa maneira).
Outras vezes, temos “saudades” de um futuro que nunca chega, de um futuro, que por ser tão planeado, se torna real, físico, palpável nos nossos sonhos mas que se dilui no campo dos possíveis.
Saudade de um dia perdido, de uma oportunidade desperdiçada, de um instante que fugiu, de uma palavra que não saiu, de um gesto que se prendeu.
E assim, a saudade estabelece uma aliança com o arrependimento... saudade da pessoa que nunca existiu mas que vimos dentro de nós, saudades de estarmos sozinhos quando estamos rodeados de muita gente e saudades de companhia na solidão.
Saudades que nos ensinam a viver, a ver o que fomos, a dar valor ao que tivemos, saudades que idolatram um passado e rebaixam um presente (esquecemo-nos nós que o presente se transforma sempre em passado?)
É assim, pela saudade, que descobrimos uma parte da condição humana! A chamada insatisfação!
Mas hoje sinto-me assim…
Apenas com saudades!
Seja lá o que isso for!

terça-feira, dezembro 26, 2006

Um final daqueles :)


Dia de Natal!
Um dia que parecia normal! Passado dentro de 4 paredes (casa) com a companhia de um filme animado e um momento em que o corpo praticamente caiu de cansaço para o lado... foi despertado por uma simples e simpática visita:)

Mais tarde, uma saída por aí... ao som de vozes estranhas e com as quais me sentia incomodada...porquê? Não faço ideia!

Regresso, depois de "vaguear" pela cidade num carro com pessoas mas poucas conversas/palavras.

O telemóvel toca com uma mensagem que solta um sorriso... seguesse outra, e outra... hora de fazer valer mais o dia! Sair! O toque para descer as escadas e entrar no seu carro!
Destino? A cidade "quase deserta". Há um café aberto mas... não há uma mesa vazia! De que vale!? O carro tem bancos confortáveis e a conversa flui quase que antes de se pensar no que se vai dizer! Percorremos estradas sem que nada fizessem parar a velocidade à vontade de toda a conversa!

As nossas conversas chegam sempre aos mesmos pontos: relações, coisas que achamos certas ou não, sentimentos... coisas que acabamos a discutir/falar e a achar que ambos temos razão sobre os diferentes pontos de vista. Risos, opiniões, histórias pessoais, ideias, a mala que cai porta fora (risos), ... um carro parado no meio do nada e tanta coisa para se falar enquanto as horas correm sem que se troque um olhar com o relógio.

É bom aproveitar as poucas oportunidades que há para se estar com pessoas com quem se gosta de conversar e, acima de tudo, se confia! Tive vontade de me irritar com o mundo por não podermos ter mais oportunidades como esta ao longo dos meses... mas a vida assim decidiu!

Já quase no fim, que nenhum queria que chegasse, foram risos, gargalhadas, caras tolas, "discussão" em tom de brincadeira, uma foto pelo meio, ... tanta coisa tão tola, tão nossa... está-nos no sangue :)

...a despedida chegou com a certeza de que a próxima conversa estaria longe! Bateu-se a porta do carro, cada um, já com saudades... mas a certeza de que a nossa relação não se altera e que somos sempre amigos "à séria" =)

Terminou assim um dia de Natal que acabou por ter um fim inesperado e com algum sentido, ao contrário de outros dias em que não encontrei nenhum...

*Resta um "Obrigada" e agradecer um presente que chegou ao fim do dia =)

Ass: Little Puzzle ;)

Contos de fada






Ás vezes apetece-me brincar á cinderela!

Não há ninguém mais bonita do que ela
(ou era a branca de neve?)

E o que é uma pessoa bonita?

È aquela que nos devolve o olhar com que também olhamos para ela…

Ahhh, então isso é fácil…






Toque de realidade: ou então não!

domingo, dezembro 24, 2006

desde já peço desculpa pelo "radicalismo" :)


As crónicas quase moralistas dizem que o Natal é a festa que na meninice mais nos alicia porque se inspira na história do nascimento mitificado de uma criança e porque toda a família se reúne e se comem guloseimas, mas o mais importante, porém, são os presentes, que, na presença de todos e com muitos doces, se recebem como prémio da nossa inocência de meninos, melhor dito, da nossa suposta ignorância acerca da forma como se geram e aparecem os bebés.
A festa de natal é portanto qualquer coisa que atenua ou anula a culpabilidade, porque se recebi presentes é porque eles PENSAM que eu não fiz “maldades” ou coisas menos boas ( mas todos as fazemos).
Assim, o Natal não interessa nem ao menino Jesus!



P.S: Abomino alguns clichés, nomeadamente aquele que diz que Natal é quando o homem quiser. Cá para mim é quando alguém Nos quiser e mostramos isso dando uma prenda ou uma atenção que o outro valorize realmente, de acordo com os seus gostos, com aquilo que o outro è. No entanto, é nesta época que vemos que não conhecemos as pessoas como realmente gostaríamos. E pior. Há quem não nos conheça a nós…
Culpo-me por isso! J

Os crescidos também acreditam no Pai Natal, porque apesar de tudo esperam que os outros adivinhem as prendas que eles querem receber sem nunca as terem pedido... Para se assegurarem da "magia das suas relações"!

PS2: Não levem demasiado à letra o que escrevi. Foi um desabafo…
Eu até gosto do Natal :), nem que seja para perceber a importância de me fazer presente na vida dos outros…
Por isso cá estou eu.. :)
FELIZ NATAL

sexta-feira, dezembro 22, 2006

O Natal está à porta...




Hoje fizeram-me 2 vezes o gesto de câmara municipal do Porto em língua gestual ( se é que me faço entender!)
Da primeira vez fizeram-no com as 2 mãos, levei com 2, o que só mostra a generosidade da pessoa (e isto leva-me a crer que é porque nos aproximamos da época Natalícia).
As pessoas ficam mais bondosas…
Da segunda vez que mo fizeram o dedo tinha um anel. É verdade, a câmara municipal do Porto estava enfeitada…
De certeza que sim, estamos perto do Natal!!!!

O Natal está aí á porta…. Já se sente!

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Com um fim-de-semana à porta


As máscaras...

se tivesse que fazer a minha agora não sei como a faria, visto que tenho usado uma para tentar esconder um pouco da tristeza de não poder ir ao fim-de-semana que andei a planear e desejar que fosse acontecer. Aguardo do lado de cá, à espera que todas as máscaras se vão perdendo pelos dias e todos cheguem aqui com outro olhar... o olhar Dele nos outros e neles mesmos...



BOM FIM-DE-SEMANA
fico aqui junto de vocês na nossa oração!!
"vejo-me a leste..."

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Sit down, give me your hand


I'm gonna tell you the future

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Ignóbil (no verdadeiro sentido da palavra)

O Prémio ignobel destaca investigações e descobertas "científicas" caracterizadas pela sua patetice ou inutilidade. Este ano o IgNobel foi para a área da matemática( atribuído a Nic Svenson e Piers Barnes, da Austrália) pelo cálculo do "número de fotografias que é necessário tirar a um grupo para que se consiga uma foto em que ninguém fique de olhos fechados". "Trata-se de um modelo estatístico baseado no número médio de piscadelas de olho por minuto de alguém que está a posar para uma fotografia (10), na duração de uma piscadela (250 milisegundos) e no tempo de exposição do obturador da câmara em boas condições de luz interior (8 milisegundos)." Parece que para um grupo de 30 pessoas o mínimo serão 15 fotos, para um grau de confiança de 99% .
Para mim esta descoberta já foi útil… ou pelo menos um bocado útil… pronto, um bocadinho útil.
Se calhar devia deixar de tirar fotografias…para não aparecer com cara de estúpida e… de olhos fechados.Eh Eh…

Mas pensando bem, toda a gente tem algum episódio na sua vida que merece um prémio ignóbil…
Atire a primeira pedra quem nunca cometeu uma estupidez…ou duas... ou três... ou...MUITAS!

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Hoje


... é daqueles dias em que tudo parece ter corrido de uma maneira menos boa e que faz pensar nas coisas duma maneira extrema.
... ouvi mais do que uma vez "não devias mesmo ter saído de casa".
... senti que talvez esteja a ter as atitudes erradas perante mim mesma e as minhas possibilidades no momento.
... apeteceu-me mandar tudo para o alto e sair daqui.
... tive vontade de desistir de algo importante.
... voltei a pensar em desistir, com um aperto bem forte a lembrar-me de como custa fazê-lo.
... tive medo!
... deslizei sem poder controlar a água debaixo de mim.
... deixei o rio cair com o medo e o desespero.
... enfrentei aquilo que sabia certo e agi pelo certo mas menos lógico.
... deitei a baixo o que precisava para mim.
... hoje... hoje...

Hoje aconteceu tanta coisa, senti tanta coisa e só me apetece adormecer e acordar quando o cansaço passar e sentir que é um novo dia, com um ritmo normal.

Mas o "hoje" de que falo já se tornou ontem e o hoje começou faz umas horas... só falta adormecer... hoje!!!*

Até mais hoje/ logo!

domingo, dezembro 03, 2006

Chasing Cars - Snow Patrol

Para ouvir mais do que uma vez...
Para quem já sentiu o mesmo, vezes sem contas :)

sábado, dezembro 02, 2006

O que uma película tem dentro de si só!

“No tempo em que sempre esperava ter companhia para ver o filme X ou Y, estranhava aqueles que via abandonar sós a sala de cinema. Não se ressentiriam da sua solidão, no meio dos grupos e casais, comentando e rindo os destinos dos personagens? Não teriam amigos? Seriam o único elemento da família apreciador da sétima arte? Mais tarde, percebi uma série de coisas importantes: que, esperando pela companhia, deixaria sair de cartaz muitos filmes; que há lugares muito mais práticos para namorar; que se aprecia melhor uma película na mudez da individualidade, sem ter de comentar ou sussurrar a cada momento-chave; e que, por fim, o verdadeiro espectador nem de si se lembra durante um filme, quanto mais pensará se está ou não um rosto conhecido na cadeira ao lado.Hoje, sou um convicto militante desses que peregrinam, isolados, para o interior das salas. Quando saio, digiro, tranquilamente, a narrativa das imagens, nos melhores casos, até ao adormecer.No entanto, o atractivo fundamental do cinema solitário continuava a escapar-me. Até ontem. Nesse feliz título de Pedro Paixão, Viver Todos Os Dias Cansa, desvenda-se o segredo: as pessoas que gostam de ir sozinhas ao cinema fazem-no porque durante duas horas não precisam de existir. O telemóvel está desligado; no escuro, somos invisíveis; sem ninguém a acompanhar, não é necessário fazer uma piada ou um comentário inteligente. Não é preciso nada. Se o filme for mesmo bom, nem nos lembramos, repito, de nós próprios. Duas horas de suspensão de vida, de intervalo, de exílio.De “O Ninja das Caldas” a “Citizen Kane”, escolham as vossas armas. O cinema pode fazer mais pela nossa paz interior que um mês inteiro de reclusão no Tibete”

Alexandre Borges

Não fui eu a escrever isto mas poderia ter sido…
Não fui eu a escrever isto mas essas palavras estavam exactamente na minha boca…
Se me pedissem para escrever sobre isso diria exactamente o mesmo…
Sem tirar nem pôr…
Hoje apetece-me ir ao cinema…
Vá-se lá saber porquê…