quarta-feira, dezembro 24, 2008

Boas Festas



Natal é tempo de pensar
Natal é tempo de viver
É tempo de amar e oferecer
Oferece um coração cheio de ternura
Oferecer a nossa mão de amizade pura

Natal é a amizade
Natal é viver a paz
Natal é amor de verdade
Natal é Felicidade


Um Bom e Santo Natal para todos e Votos de um Bom Ano Novo =)

segunda-feira, dezembro 15, 2008

- Podemos falar no meio da rua para as pessoas nos verem junt(a)os?
- E se terminar em dança seja!

É uma coisa de que tenho pena...
Esta minha atrapalhação para as danças...
Dançar no meio da rua quando não se está à espera, porque apetece...
(vêmo-lo em muitas histórias)
Já não sei se gosto por ser um cliché usual a que nos habituámos!
Símbolo de liberdade interior, de sincronia momentânea...
Como se pudesse ser o único...
Ontem, dancei no meio da rua, porque apeteceu (foi só um bocadinho :s - era de dia e toda a gente via - se eu soubesse dançar bem, ainda vá que não vá, mas assim :s)...
Também o gosto de pensar como símbolo de brincadeira, de partilha da alegria da amizade...
E o mais giro é que da próxima vez que estiver num ambiente para dançar hei-de voltar-me a inibir nesta coisa que é o dançar...
Mas temos dias...
E ontem foi o meu dia de dançar no meio da rua =)

segunda-feira, dezembro 08, 2008



"Tenho a convicção de que um escritor acredita mais na palavra deus do que em Deus propriamente dito. E este modo de colocar a linguagem no quarto principal do palácio não é de forma alguma exclusivo dos poetas, pois também os que trabalham com leis confiam mais nas palavras do que na vida em geral. Ou seja: confiam menos nas coisas que vão acontecendo antes ou durante a existência do verbo do que no verbo propriamente dito.

Para descrever o aparecimento da Surpresa no mundo não há decreto-lei, mas haverá certamente um verso. Para a descrição da Repetição não existirá um verso, mas um decreto-lei que a entende, explica e prevê.

A vida inteira encontra-se, assim, coberta por palavras.

Apenas com vinte e seis letras se dá nome a todas as coisas do mundo e se explicam os inteiros movimentos de todas as coisas do mundo.

Mas isto é outro assunto, senhor Breton.O que lhe queria mesmo perguntar, senhor Breton, surge, afinal, de uma outra preocupação, e é esta: será que só a realidade onde a expectativa existe é que se pode transformar em verso? Isto é: poderá a poesia ser entendida como os momentos (plural) que antecedem o momento (singular) em que uma cadeira, por exemplo, se parte? Ou, dito de outra forma assim definitiva: parece-me que poesia é, nas palavras, o momento em que a linguagem está prestes a partir-se em dois.

E porquê?

Porque aí foi colocado um peso excessivo: os versos pousam palavras sobre a linguagem, palavras que, lado a lado, pesam mais do que o suportável. E a frase pode nunca cair, mas até ao fim dos dias promete cair, ameaça cair. E cairá.Ou não? O que lhe parece, senhor Breton?"


[in O Senhor Breton e a entrevista, de Gonçalo M. Tavares, Caminho, 2008]

uma história que podia ser assim

Caminhava na rua, sem destino aparente. Ainda assim, parecia procurar sempre o próximo cruzamento em que escolheria um caminho, ao acaso, sem parar para pensar. Parecia que caminhava por ruas vazias mas, estavam cheias, como aquelas noites merecem e, tradicionalmente, se enchem. Parecia deambular, com a cabeça perdida em algum lugar, que não aquele, e sem que uma única palavra lhe saísse da boca, sem que a cara tivesse alguma expressão que não a de um ar pensativo e distante. Cruzavam-se olhares sem que um sorriso fosse arrancado ou, inocentemente, perdido e "matreiramente" solto. O caminho foi longo... até se encontrar no meio de um grupo de amigos, exactamente junto à estátua no meio da praça. Só aí se soltou o sorriso, abraços e a magia da amizade de longa data. O pensamento ficou em "pause" durante algum tempo depois. Encaminharam-se, juntos, pelas ruas a subir, diferentes e desconhecidas em plena noite. No meio da multidão desconhecida e do conjunto de caras próximas e amigavelmente conquistadas num verão e numa vida... surgiu um sorriso perdido mas familiar. Brotou um sorriso maior e cheio de tão surpreso e feliz. O filme quebrou ali mesmo... Voltou a uma das esquinas, dos cruzamentos em que teria que entrar por uma rua ao acaso... lá foi! Passo a passo. De repente, sente uma voz soar ao ouvido... subitamente alguém vem na sua direcção, com o maior sorriso, mãos nos bolsos, ... fecha-se com um abraço apertado e um doce toque. Quebra-se o frio do olhar e aquecem os corações pelo encontro inesperadamente planeado. É levada pela mão para qualquer lugar onde nada importa. Ouvem-se risos, bebem-se copos, ouve-se música, sobem-se as escadinhas...tanta gente diferente e animada mas, o importante é que aquela companhia mantém a segurança a cada passo que avança pela multidão. Conversa-se sem parar, com brincadeiras, telemóveis a tocar com mensagens, risadas, piadas, ... fecha-se um momento com o cruzar de olhares que falam mais do que toda a conversa da noite. Envolve-se num abraço quente e sorridente e o silêncio quebra-se com um simples aconchegar de almas. Terminam a noite, a dois, em silêncios e palavras soltas "porque sim" sem uma ordem aparente de temas... e o resto... é um silêncio trocado em gestos e poucas palavras... só no silêncio da noite, no quente de uma lua!

Podia inventar mais histórias, sem um tema aparente...apenas debitar palavras e encontrar uma sequência que parece "lógica e organizada"... deixar que as mil e uma coisas que se ouvem contar se misturem numa só e resultem em qualquer coisa...
Histórias... muitas que ficam por contar... outras que ficam por se viver!

Apenas histórias...

Better - Jason Mraz




It's something like i apologize
It's something i still can't decide
But i know it gets better
It only gets better

And i want to say that it's not always easy
But it's simple that way
And i want to stay and play it out
But i still have my doubts
So you say it gets better
It only gets better
Better this way
Better, maybe it's better this way

Beautiful things they never stay, oh, the same way
They pass, oh they pass away, they always change
Who are we is who we are
When the act of love can get us so far
So good i wish you would
Think twice on me
'cause it only gets better

It only gets better
Better this way
Better, maybe it's better this way
Just give it some time
Just give it some space
Just give it some time, maybe it's better this way
Just give it some time
Just give it some space
Just give it some time, maybe it's better this way

So better
It's better this way
Baby, it's better this way
Just give it some time
Just give it some space
Maybe, yes maybe, yes maybe, yes maybe
It's better, oh, this way
Promise me you'll always be better
Better

Written by: Jason Mraz

domingo, dezembro 07, 2008

K's Choice - Wait




Porque já não ouvia faz tempo...

I hold it, I fold it
I throw it on the floor
I wrote it, but maybe I'm afraid
That you'll be bored

It's very real and true and sad
And hopeful just like me
It's one of those things I'll never tell
I'll carve it in a tree

I follow you, I watch you
I thank god you're in my class
I picture us in the schoolbus
And we're holding each others' hand

I need a plan for you to fall
In love with me and then
I'll make you marry me, I'll wait...


I never wear my glasses when
I know that you can see me
You act as if I'm not around
But deep down you must need me

I draw you, every single
Feature in my head
I try to do my homework
But I dream of you instead

I need a plan for you to fall
In love with me and then
I'll make you marry me, I'll wait...
I'll make you marry me
I'll make you marry me
I'll make you marry, marry me...
I'll wait...

quarta-feira, dezembro 03, 2008

Há 2 tipos de post´s! Este é um deles. O de baixo é outro!

Há uma tendência inata para dividir as coisas em dois tipos. Nos slogans, numa conversa, em argumentos explicativos, em teorias instantaneamente criadas, no âmbito de uma refutação, rotulamos tudo em dois… Facilita!

Há algum tempo vislumbrei num cartaz:

"Há dois tipos de pessoas, aquelas que gostam de ajudar e as que precisam de ajuda."

Ora, nada disto é totalmente verdade! O que é certo é que, de facto, ludibria muito bem os leitores e, em última instância, convence as pessoas a quererem, forçosamente, enquadrarem-se numa das duas (“únicas”) categorias existentes. Tal facto acaba por motivar o comportamento pretendido. Um marketing bem feito!
Para além disso, há que ter ainda em conta que, em última análise, todos nós, em diversas circunstâncias das nossas vidas vamos pertencendo a categorias diferentes, em função dos momentos.
Irrito-me sempre com dualismos reducionistas, porque no fundo existem tantos tipos de pessoas (ou factos) quanto quisermos…

“Fátima Cristina acha que o mundo se divide em dois tipos de pessoas: aquelas que acreditam ser possível comunicar com os mortos; e aquelas, ainda mais ingénuas, que acreditam que se pode comunicar com os vivos”

Rui Zink


"Just one more dance to help me sleep
Whirl, cold water eyes
Fill the past with friendly nights..."

sábado, novembro 29, 2008

"Não era/sou capaz"...

Não era capaz de chegar ao interruptor, de cozinhar, de conduzir, de preparar um pequeno almoço, lavar a loiça... hoje em dia tudo acaba por ser tão normal e possível que pouco me recordo de quando foi que comecei a saber ou ser capaz de fazer estas coisas.

Olhando agora...

éramos capazes de sonhar com imensa magia, de imaginar e inventar as coisas mais extraordinárias mas que hoje a capacidade é tão reduzida porque a teimosa da realidade interrompe cada momento mais tranquilo e mágico do pensamento mais infantil e sonhador dos crescidos. Ainda assim eles andam aí a gabar-se que são capazes de fazer mil e uma coisas que, as crianças, não conseguem. Mas elas não conseguem pelo seu tamanho, porque não têm destreza, porque ainda não conseguem aprender...
mas os crescidos, que tanto sabem e tanto dizem ter aprendido... nem sempre conseguem pôr em prática tudo isso.

Dependendo do patamar da pergunta, afinal quem não é capaz de quê?
A criança (que vai crescer)
Ou o adulto que as julga pouco capazes??

Não sou capaz de responder com certezas!

Depois de algum tempo...

Enquanto o tempo passa vamos adiando mil e uma coisas para fazer outro dia e com mais calma. É verdade... acontece a todos, a verdade é que há pequenas coisas que fazem a diferença se forem feitas com calma e com tempo. Escrever é uma das coisas que me parece que precisa de algum tempo.
Faz tempo que sentia vontade e saudades de o fazer mas parece que o relógio vai sempre marcando uma hora "à frente" daquela que seria tempo de escrever.

Parar e pensar exige uma banda sonora, seja ela o silêncio ou o barulho tresloucado de pessoas e carros na rua, de arrumações ou de um simples crepitar de madeira a estalar enquanto um quentinho invade o corpo.
O tempo passa com o estalar de cada tecla pressionada e que desenha palavras em segundos ... todas elas formam um desenho com sentido, pelo menos para alguns que as lêem ou, simplesmente, para quem as escreve.

Depois de algum tempo....
o ser humano vai-se habituando a rotinas, a hábitos, e as situações que vão fazendo a diferença de um dia começam a moldar-se aos poucos. Rapidamente (ou não), começa-se a verificar que as boas mudanças são rapidamente adquiridas e se voltam atrás mexem com muito do equilíbrio que já havia sido conquistado e trazido. Um grito que tinha deixado de existir levantam a pele "ao de leve" e por pouco não descontrolam um corpo por inteiro.
Difícil entender o porquê das mudanças e de algum "retornar" que possa surgir...

Depois de algum tempo...
pode sentir-se saudades de alguém que está a uns palmos e com quem se passa a maior parte de um dia. olha-se para trás e vê-se como o tempo corre rápido. Enquanto parece que se avançou um passo já está metade do caminho percorrido... torna-se estranho porque tudo avança como o vento e é imparável! Nem sempre frio mas... não pára porque se quer ou se manda!

Depois de algum tempo... sente-se como vamos crescendo... sem se saber propriamente como aconteceu!

quinta-feira, novembro 27, 2008

Um dos primeiros filmes da história do cinema foi “Chegada de um comboio à estação de Ciotat” em 1895 (dos irmãos Lumiére).
Mostrava apenas a chegada de um comboio à estação. Um filme de um minuto, sem narrativa e sem preocupações estéticas ou técnicas.

Actualmente, também se fazem filmes de um minuto (com uma história)….

http://www.theoneminutes.org/public/index.php?movie_id=20060679
que mostra o quotidiano…

http://www.theoneminutes.org/public/index.php?movie_id=20070743
que mostra segredos…

http://www.theoneminutes.org/public/index.php?movie_id=59
que mostra relações…

Hoje vi uma proposta giríssima de uma actividade que a editora do livro “O Mundo num segundo” fez às crianças na apresentação do seu livro:

“Pensem num segundo, um segundo maravilhoso e ofereçam-no a um colega”.

Estendo para minuto…
Gostaria de oferecer todos os minutos onde não existem preocupações narrativas, estéticas ou técnicas…
O minuto onde nos impelem a dizer que conseguimos algo, porque tentar não basta!

domingo, novembro 23, 2008

E ao anoitecer

“e ao anoitecer adquires nome de ilha ou de vulcão
deixas viver sobre a pele uma criança de lume
e na fria lava da noite ensinas ao corpo
a paciência o amor o abandono das palavras
o silêncio e a difícil arte da melancolia”

Al Berto







E depois de saborear esse silêncio agridoce, enquanto me deixo consumir pela melancolia, enquanto respiro a tremura dos pensamentos…
Apareces e…
Inconsequentemente quebra-se a mudez… o toque dos teus sussurros incandescentes e escorregadios… Escorregadios de sentimentos certos, envolvidos na incerteza de mos contar… incandescentes, como se ardessem no teu interior, tornando-te no mais misterioso pecador…

E assim deslizo para o beijo (das palavras).. Aquele que confundes com sopro leve… aquele que deixa um rasto suave, desprendendo a ténue incerteza do toque...
Sempre com a certeza de aguçar ainda mais o desejo....

E apareces sempre ao anoitecer…
E ensinas a paciência, o amor e o abandono das palavras…
Neste silêncio surdo de melancolia…
Neste desejo tão longe de agarrar…

Porque afinal de contas é ao anoitecer que mais sonhamos…

sexta-feira, novembro 21, 2008

Programa não recomendado a adultos ( vulgo eu!)

2 gemêos de 4 anos.
1 Centro comercial.
1 vontade súbita de ir à casa de banho ( dos 2 em simultâneo - que desconfio ser uma táctica perfeita para não comerem até ao fim a deliciosa refeição do Pato Donald´s ( vulgo Mac Donald´s), que passaram o caminho inteiro a pedir fervorosamente e que, desconfio também, que a fome sentida seria não mais que um pretexto para ganhar uma das surpresas do Happy Meal.
(de facto, o "Happy" é um nome bem dado sim senhora, as maravilhas que as surpresas fazem nas crianças. Isto, se um dos gemeos não ganhar uma prenda diferente da do outro e ficar a fazer birra por querer a do irmão!. Deixem-me que vos diga que, para mim de "happy" não teve nada).
No caminho para a casa de banho: a existência de 1 casa de jogos (com carrinhos do noddy e essas coisas) e enfeites referentes à epoca natalicia (com árvores de natal e trenó do pai natal e essas coisas. Por essas coisas entendam-se coelhinhos :S ( sim é verdade, ao que parece os duendes foram mesmo substituídos por coelhinhos!).
E ao que parece também a vontade de ir à casa de banho tornou-se muito menos aflitiva quando nos deparamos com isto tudo no meio do caminho (já agora aproveito também para fazer aqui um apelo a todos os arquitectos de centro comercial que nos leiam: tenham mais atenção com os sítios de localização das casas de banho, façam sempre uma perto do Mac Donald´s)!
E, por fim, quando chegamos ao destino (não sem antes um ter caído, não sem antes me terem dito que já eram crescidos demais para me darem as mãos, não sem antes quererem despir os casacos) verifiquei, incrédula que, ao que parece, a vontade de ir à casa de banho estava lá... ou apareceu (depois de tanto tempo para chegar à casa de banho)!

sábado, novembro 15, 2008

E tudo isto aconteceu na minha rua...



Não sei porquê mas tenho um carinho especial por estas melodias…
Ou talvez saiba…
Acho que é por conhecer e gostar mesmo muito de quem fez nascer de dentro do anaquim a “inspiração”…Já foi há muito, muito tempo…Lembro-me de ele (num passado longínquo) se sentar na minha cama (que ficava ao lado da dela) enquanto dedilhava na viola; enquanto lhe oferecia sorrisos romanticamente arrebatados (e nós, as amigas, assistíamos enternecidas a todo o cenário, também um pouco sensibilizadas com o mau gosto que ele tinha para escolher prendas) … E de tão extasiado (que ficava junto dela) uma vez até ia escorregando (ou será rebolando? =) pelas escadas abaixo…
A eloquência do sentir!


Serei sempre a companhia dela enquanto me pedir para o ouvir, tocar-lhe com o olhar, vibrar com ele no estrelato a dedicar-lhe músicas numa subtileza arrojada…
É uma história intermitente (a deles) bem sei…
Uma passagem condenada a ficar…
...rasgada e atirada nos meandros das suas vidas…
Talvez um dia surja também a oportunidade de editar o livro (aquele onde eu apareço referenciada numa linha, como mera expectante enquanto se desenrola a arte como fruto das recordações veementes, do que resta e restará para sempre; da abissal lacuna entre o querer e o não querer alguém e do entorpecimento que é deixar-se envolver nessa ambivalência!).


E que orgulho tenho em ser confidente de quem sabe “inspirar” tão bem!
...nas ruas… andam espalhados pedaços de vidas… Restos de histórias para contar…Sempre!
E no entretanto surgem letras segredadas a cantar:


"O meu destino é simplesmente ler poemas, filmes de cinema com finais bem conhecidos, fazer ruídos para ouvidos incompreendidos, numa tentativa de atenção!"


"Não acredito na bela sem senão, vivo iludido com a própria ilusão e não me digam que ela não existe, o mundo ao fim ao cabo é de quem lhe resiste."


"Não queiras salvar alguém que nasce condenado, não queiras a calma de uma alma enforcada na negação de si"


"Mas bem lá no fundo sei que há mais no mundo, escapam os padrões ditos normais e banais...São postos de lado, marginalizados os monstros com pecados a menos ou com pecados a mais"


"Amanhã a fúria de um mundo imperfeito volta para se vingar em ti!"

quarta-feira, novembro 12, 2008

Nada é para sempre...


Uma vez disseram-me que dizer “Eu amo-te” (com aquele fulgor típico, que deixa escapar um entusiasmo natural) é totalmente diferente de dizer “Eu, (pausa) amo-te”… É que estas palavras devem levar um embalo próprio, uma força inexplicável que não nos permite parar… que nos faz mover mais depressa… aliás que nos move.. e nos (co)move..

P.S: Considerar os filmes portugueses como exemplo da expressão sonora “ Eu (pausa) amo-te” com a mais valia de ter aglomerada uma cara de enterro enquanto se proferem as tais palavras.
E fica aqui, assim, a minha lembrança aos quase 100 anos de Manoel de Oliveira! (feitos daqui a exactamente um mês).

terça-feira, novembro 11, 2008

"Não tens de olhar sem gosto nem de gostar sem ver"



"Assoam-se-me à alma, quem como eu traz desfraldado o coração sabe o que querem dizer estas palavras. A pele serve de céu ao coração."

Luís Miguel Nava in Poesia completa

domingo, novembro 02, 2008

Dear Anna - Jason Mraz

Após uma pausa entre umas linhas e outras encontrei quis continuar a conhecer mais do senhor que me deram a conhecer faz uns anitos e agora anda aí a conquistar a malta! Encontrei uma música que me captou a atenção (sabe-se lá porquê!)... deliciei-me!!






Did the roses never open,
Are you left to start again?
And not a single tear should fall into the water,
That you kept them in.

Dear Anna,
I am the only one,
Who will love you until the end,
Ayy Anna,
Open your heart again,
And warm me by the fire within.

How are you going to face the autumn,
With the pain you only friend?
Just remember that; Before you know the winter,
You'll know love again

Dear Anna,
I am the only one,
Who will love you until the end,
Ayy Anna,
Open your heart again,
And warm me by the fire within.

I stand forewarned,
Love will change,
Even the best of friends,
And nothing wrong with starting over,
Go on and have yourself a cry,
I just wanna be the man with arms around you,
When you dry your eyes

Dear Anna,
I am the only one,
Who will love you until the end,
Ayy Anna,
Open your heart again,
And warm me by the fire within.

sexta-feira, outubro 31, 2008

Enquanto "consumia" a leitura...

Encontrei, atrás do livro de Gilles Lipovetsky (sobre a sociedade de consumo):

“Numa sociedade em que a melhoria contínua das condições de vida materiais praticamente ascendeu ao estatuto de religião, viver melhor tornou-se uma paixão colectiva, o objectivo supremo das sociedades democráticas, um ideal nunca por demais exaltado. Entrámos assim numa nova fase do capitalismo: a sociedade do hiperconsumo.Eis que nasce um terceiro tipo de Homo consumericus, voraz, móvel, flexível, liberto da antiga culturas de classe, imprevisível nos seus gostos e nas suas compras e sedento de experiências emocionais e de (mais) bem-estar, de marcas, de autenticidade, de imediatidade, de comunicação.Tudo se passa como se, doravante, o consumo funcionasse como um império sem tempos mortos cujos contornos são infinitos. Mas estes prazeres privados originam uma felicidade paradoxal: nunca o indivíduo contemporâneo atingiu um tal grau de abandono.”

Excerto do documentário “A história das coisas”:

quinta-feira, outubro 30, 2008

If I were a boy

Quando uma música toca no rádio e faz sorrir porque sim... foi por esta!!!




If I were a boy
Even just for a day
I’d roll outta bed in the morning
And throw on what I wanted then go
Drink beer with the guys
And chase after girls
I’d kick it with who I wanted
And I’d never get confronted for it.
Cause they’d stick up for me.

If I were a boy
I think I could understand
How it feels to love a girl
I swear I’d be a better man.
I’d listen to her
Cause I know how it hurts
When you lose the one you wanted
Cause he’s taken you for granted
And everything you had got destroyed

If I were a boy
I would turn off my phone
Tell everyone it’s broken
So they’d think that I was sleepin’ alone
I’d put myself first
And make the rules as I go
Cause I know that she’d be faithful
Waitin’ for me to come home (to come home)

If I were a boy
I think I could understand
How it feels to love a girl
I swear I’d be a better man.
I’d listen to her
Cause I know how it hurts
When you lose the one you wanted (wanted)
Cause he’s taken you for granted (granted)
And everything you had got destroyed

It’s a little too late for you to come back
Say its just a mistake
Think I’d forgive you like that
If you thought I would wait for you
You thought wrong

You know when you act like that
I don't think you realize how it makes me look
or feel

Act like what
Why are you so jealous
It's not like i'm sleeping with the guy

What

What

I said yo
Why are you so jealous
It aint like I'm sleepin with the girl

But you’re just a boy
You don’t understand
Yeah you don’t understand
How it feels to love a girl someday
You wish you were a better man
You don’t listen to her
You don’t care how it hurts
Until you lose the one you wanted
Cause you’ve taken her for granted
And everything you have got destroyed
But you’re just a boy

quarta-feira, outubro 29, 2008

Cara a Cara


O silêncio, os gestos... podem dizer muito mais que uma frase cuidadosamente pensada e dita!
Fala-me com o teu olhar, gesto e coração!

Miminhos

Não vás embora sem o meu beijinho!
Gosto muito de ti!
Queres que vá buscar a tua água para não ficares rouca?

Frases soltas que parecem tão banais como o piscar de olhos durante todo o dia! Encaixam em momentos surpresa que deixam as palavras presas, o coração a saltitar no peito mas se transformam em gestos "em tom de brincadeira" com um beijo para que o momento passe sem que se deixe cair o rosto de crescido e a imagem de fragilidade apareça estampada!
Pequenas vidas cheias de fragilidades, amor, medo, ... cada rosto com uma história para contar, uma personalidade a ser traçada por entre tantas outras coisas que o olhar de um dia não chega para desvendar.

O tempo é um constante atleta profissional que não tropeça e mantém o seu ritmo. Fica um livro escrito de histórias, mudanças, risadas, ... tanto que o tempo que ainda falta assusta que passe a voar.


Como explicar que o tempo passa e nem tudo permanece como queremos, com quem queremos...? Pequenas vidas que ainda não conseguem entender bem o motivo das mudanças, o motivo de algumas situações que são passageiras e podem suscitar um "voltar atrás" e rejeitar tanto daquilo que havia sido percorrido? Difícil quando o papel de crescidos tem que ser remetido a um falar simples mas que, perante aqueles corações parece ser uma coisa mesmo confusa de entender?!

O tempo vai passando, a angústia começa a apertar o coração crescido de uma adulta-criança que tenta entender para onde são os próximos passos sem o suporte de uma mão para ajudar no caminho... perdem-se umas, ganham-se outras coisas... até ao momento... não se sabe o que se perde mas vê-se o quanto se pode e vai ganhando...

...as vidas de olhinhos abertos, os abraços e beijinhos, os risos e sorrisos, os momentos a dois e em grupo, as histórias e brincadeiras, as correrias e jogos de rua... as vozes que chamam com amizade não com distinção de cargos ou idades...

Aninhas soa tão bem quando se abre uma porta...seja para sair ou para entrar!


terça-feira, outubro 28, 2008

O amanhã que se tornou hoje...


Um Hoje preenchido por uma simples constatação. A da inevitabilidade da existência de pessoas, com quem queremos partilhar os nossos pequenos nadas...

Ainda que com tempestades pelo meio... =)
Ainda que com intervalos de silêncios, para não criar algum tipo de habituação...
Ainda que com pouca coisa que se deixa em suspenso, como que por entre parenteses!
...

sexta-feira, outubro 24, 2008

" Be what you are " *


Para ser lido com o embalo desta sonoridade. como que a deixarmo-nos impulsionar espontanemente ...




Ao principio pensei que fosse um problema só meu… Acreditar na espontaneidade… Houve em tempos que sim, acreditei muito nela!… É que uma vez dando-nos a volta, quando damos por ela já estamos completamente inebriados com a sua possibilidade..

Hoje sou uma devota descrente do encanto iludido da espontaneidade.. Impulsos naturais teremo-los sempre...

(E, apesar da imagem romanceada de que sabe mesmo bem sermos levados pelos nossos impulsos, todos sabemos que ás vezes também é preciso controlá-los).

No entanto, em geral, só nos deixamos levar pelos impulsos nas situações em que sabemos que eles têm uma grande probabilidade de terem repercussões positivas (na nossa vida),nem que seja pelo facto de nos sentirmos mais livres naquele momento.

A questão está no à vontade... no perdurar de uma desinibição repentina... Parece-me até que, dentro da espontaneidade, a inibição não tenha quaisquer reservas em aparecer...E tenho para mim que os momentos que criamos não deixam também eles de ser espontâneos..


Mas, o simples facto de fazermos anunciar a palavra "espontaneidade", de a emitirmos vocalmente, como que a tornando real, deixa-nos num estado de atracção irresistível...como se os ímpetos surgissem da falta de consentimento para que, os nossos desejos mais íntimos possam emergir..


Mas será que a espontaneidade exige sempre intervalos descontinuos de tempo, uma força que actua num espaço demasiado curto?Será que só assim faz sentido?
Tendo a essencia na incerteza, no prazer de uma originalidade inesgotável? Será que cessa a excitação quando há estabilidade?

Não me quero resignar a uma espontaneidade assim...

quinta-feira, outubro 23, 2008

Menos um pedacinho


A vida é feita de surpresas... de coisas (in)esperadas!
Inacreditável a maneira como o ser humano consegue ligar-se entre si; os sentimentos que formam uma amizade, os laços que se entrelaçam com uma criança...
É um orgulho e um prazer pensar que a minha vida será feita de laços com pequenos seres com uma alma bem grande e um coração ainda a crescer mas com a capacidade de confiar em quem cuida deles todos os dias! É mesmo bom mas também é uma grande responsabilidade!

Vêem-se chegar, crescer e partir para um outro mundo... a dificuldade de deixar ir passa por saber que vão crescer e deixar de ser aqueles pedacinhos tão nossos... mas o orgulho de os ver dar passos maiores e ter um sorriso tão brilhante e crescido pode ser um pouco do conforto que fica.

Pelo caminho, podem perder-se pedaços pequeninos... mas que são tão grandes que apertam o coração quase até o deixar "sem ar". O inesperado pode acontecer e ficamos assim...de mãos vazias e coração cheio, das saudades, das recordações... do pedacinho que nos é tirado assim!

Hoje perdi um pedacinho... um pedacinho tão grande por ser tão pequeno mas importante na minha vida destes 2 meses! Julgamos que não temos o suficiente, sentimos o mimo que julgamos estar ali, controlado e presente e... basta o fechar de uma porta com um beijinho e um abraço para poder ser a despedida... sem que se saiba que o amanhã chega um pouco mais vazio e... dai em diante, não volta a preencher-se senão com a saudade e a despedida que não foi feita por não ser sabida como tal.

As despedidas parecem ser algo que não se quer saber ou não se prepara mas... há alturas em que sabê-las deixa um pouco mais tranquila a máquina que definem como "portadora de sentimentos, amor" e tudo aquilo que faz o nosso mundo interior girar.


"Menos um pedacinho" por perto mas mais um que ficou guardado cá dentro.


quarta-feira, outubro 15, 2008

(Des)Arrumado


Abrir a porta e encontrar tudo pelo chão, já nada tem lugar próprio nem espaço reservado. Tudo passa a ser lugar de tudo ou de nada. Um espaço comum a qualquer coisa que se mantinha ordeiramente limpo e arrumado dentro de quatro paredes. Desarrumação nítida e claramente sentida, visível. Prateleiras vazias e um chão que desaparece por entre mil coisas.

Mas... há portas que se abrem, devagar! Tudo está visualmente arrumado, tudo tem lugar, espaço, cor e forma subtil e harmoniosa. Dentro de um dossier não se vê a desarrumação sem que seja aberto. Dentro das gavetas não se sente o reboliço de papelada trocada e empilhada que não tem ordem nem lugar certo, não tem páginas e não tem tema certo!

Sair "de casa" e regressar ao final do dia. Olhar à volta onde tudo mantém a sua posição, ocupa o seu lugar e continua a ter a mesma cor. Apesar de tudo, sente-se uma desarrumação inquietante que deixa o incómodo de quem chega e se senta de cabeça cheia e continuamente a encher ... olhar à volta e ver que tudo é o mesmo, o local não muda mas desarruma-se em algum lugar. Alguma coisa não estará no sítio certo, simplesmente porque sempre ali esteve e não devia estar a partir do hoje. Perde-se a noção do espaço e do corpo... perde-se noção daquilo que realmente está arrumado e daquilo que está desarrumado. Não há a capacidade de chegar e mudar o que deve mudar, nem para conseguir sair e voltar a entrar notando as mudanças...

A "casa" precisa de qualquer coisa que se procura ... sem se saber o que é!

terça-feira, outubro 14, 2008

“Tu és a mulher da minha vida, ela é a mulher dos meus sonhos” *

*Excelente título da banda desenhada de Pedro Brito e João Fazenda.

A acompanhar uma história com este título, parece-me bem esta banda sonora…


Oh No - Andrew Bird

Será pelo simples “oh no!”?
Aperta-me sempre cá dentro quando nos impelem a pensar na premissa de que apenas os sonhos se podem encher de “demasiado”…
Todos nos alimentamos de utopia e realidade...

domingo, outubro 12, 2008

Ouvem-se coisas bem giras

Meu amigo, não sentes
Que sobre a Terra só importa
O que um coração diz a outro coração
Numa mensagem silenciosa?

Vladimir Soloviev



quinta-feira, outubro 09, 2008



As canções de Nouvelle Vague recebem um aspecto mais acústico com ritmos flexíveis e agitadores capazes de reunir estilos de várias partes de todo o mundo..

Gosto muito desta música...
Gosto muito de me entrelaçar em vários estilos...de me deixar viajar por várias partes do mundo...No mundo da fantasia...
E o que eu gosto de dançar em palavras...

Só porque me ando a deixar seduzir pelo rodopio um pouco estranho desta dança... =)

segunda-feira, outubro 06, 2008

Outro aninho


Pois bem! O nosso blog comemora mais um ano (faz 2). Sendo que o post de ontem foi para "comemorar". O tempo parece que voa! Isso acontece quando dividimos o nosso tempo entre pessoas, coisas, ... que gostamos ou sabem bem! Portanto.... 2 anos a dividir este pequeno "grande" espaço com uma gémea que adoro e sinto saudades de ter "pessoalmente" perto e poder partilhar o que temos com os amigos e pessoas que nos visitam. =) Siga em frente! Mais uma chapa gasta! =)

domingo, outubro 05, 2008

Song For a Friend

Gostei!!!






Well you're magic he said
But don't let it all go to your head
Well I bet if you all had it all figured out
Then you'd never get out of bed
No doubt
All the things that I've read what he wrote me
Is now sounding like the man I was hoping
To be
Keep on keeping it real
Cause it keeps getting easier, he'll see
He's the reason that I'm laughing
Even if there's no one else
He said, you've got to love yourself

You say, you shouldn't mumble when you speak
But keep your tongue up in your cheek
And if you stumble on to
You better remember that it's humble that you seek
You got all the skill you need,
Individuality
You got something
Call it gumption
Call it anything you want
Because when you play the fool now
You're only fooling everyone else
You're learning to love yourself

Yes you are

There's no price to pay
When you're giving what you take,
That's why it's easy to thank you
You...

Let's say take a break from the day
And get back to the old garage
Because life's too short anyway
But at least it's better then average
As long as you got me
And I got you
You know we got a lot to go around
I'll be your friend
Your other brother
Another love to come and comfort you
And I'll keep reminding
If it's the only thing I ever do
I will always love
I will always love you
Yes you
I will always, always, always, always love
I will always, always love
I will always, always love, love

Jason Mraz

terça-feira, setembro 30, 2008

Nuno Ricardo

Já lá vão os tempos do Euro 2004 em que eu e a minha irmã decidimos que a ter um filho Homem que fosse Nuno Ricardo!

Esta teoria parece-nos naturalmente bastante razoável por várias ordens de razão. Se nos debruçarmos cuidadosamente sobre os nomes do plantel da selecção nacional 2004 podemos descobrir o NUNO Gomes, o NUNO Valente e o NUNO (Manique), depois vislumbramos o RICARDO (guarda-redes) e ainda o RICARDO Carvalho. Tendo em conta o nosso apelido (Costa), futuramente herdado pelo promissor rebento, alcançamos ainda mais elementos da equipa, nomeadamente o Costinha e o Rui Costa.

E não é que a soma de todos estes nomes perfaz o belíssimo número 7 (vestido pelo Figo) e existente na camisola do Cristiano Ronaldo depois do 1.
Nuno Ricardo Costa (que abarca denominadores comuns de não menos do que 9 elementos do futebol na prestação nacional de 2004) parece-nos então um bom presságio para um percurso futebolístico de sucesso.
Parece-nos a nós que qualquer pessoa que queira singrar no mundo deve muito ao seu nome. Se repararmos não existe nenhuma cantora pimba com um nome menos pomposo do que Cátia Vanessa (senão vejamos Rute Marlene)!
Dada a crise económica parece-me então uma boa reflexão a partilhar… Porque parece-me a mim que o Futebol nunca entrará em decadência monetária…

A ter um filho homem que seja Nuno Ricardo!

sábado, setembro 27, 2008

Passa/Vira(gem)


Passar por uma rua cheia de gente em que nada nem ninguém é conhecido.
Virar a esquina e não encontrar nada de novo.

Passar os olhos num livro, meio à pressa, sem grande atenção e esquecer em que mergulhou o olhar.
Virar cada página com atenção
e pormenor, sem que nada passe adiante sem ser visto... e fica na memória.

Difícil entender o que realmente é passar ou virar quando não se encontra o verdadeiro contexto das palavras, da situação e dos sentimentos que assaltam o
momentos exacto do momento.

Virar parece ser mais inesperado, haver uma quebra que pode surpreender... virar do branco para o preto; virar uma página para um novo capítulo ou para continuar a história que ficou na página que fica para trás.

Passar... parece contínuo, mais pensado e demorado, ainda que posso ser guardado mas... parece tão mais lento e cuidado, menos agressivo e faseado, sem cortes... contínuo... contínuo... um passo de cada vez, em que se pode olhar para trás e ver o caminho que foi feito...

Há coisas que passam, outras que viram! Não sei que momento será... de passagem ou de viragem...

Por enquanto... é passando a viragem do crescer sem se perguntar "já está na hora?"

Passa e vira, vira e passa... e o tempo, enquanto passamos e viramos... VOA!


quinta-feira, setembro 25, 2008

Quando surgem catástrofes sequenciais (ou não)....




... eu espero sempre um beijo antes de adormecer...

domingo, setembro 21, 2008

"Entre palavras sem cor"


Perderam-se as cores...
O pincel que conseguia desenhar cada traço de palavras deixou de mexer... deitou-se na mesa, misturado com a água, os panos, as telas e os lápis de traçar...
As palavras saem simplesmente, sem cor, sem conseguir que a tela saia do traço simples e comum de uma criança a iniciar a arte de falar pelo desenho.

As pessoas que deitam as palavras coloridas nem sempre conseguem desenhar de acordo com o momento, nem sempre têm a inspiração para isso, nem sempre podem pintar nos quadros de quem as rodeia. Podem desenhar sem que se veja no momento e, resta esperar para saber quando se consegue ver a obra de arte que foi "talhada" bem na frente dos olhos.

As palavras flutuam à volta do corpo mas não se consegue captar a capacidade delas tornarem algo diferente. Parecem fluir com rapidez e arrastadas pelo vento... soam a "nada de importante". Palavras escritas que podem dizer muito do nada que se consegue ver...

"Entre palavras sem cor" perde-se a capacidade de desenhar o que se sente e só o pincel da boca consegue mostrar dizendo... usando palavras... com ou sem cor

Just another day...

Dias que passam...
dias vistos como "mais um" em que nada se espera e tudo acontece por si só, sem mais nada, sem nada demais.

Olhar para o calendário e ver o tempo passar, os números mudam mas tudo parece na mesma, pouco ou nada parece mudar, mesmo que se saiba que "nada se repete".

Dias em que não se encontra um equilíbrio e se anda numa constante corda de equilibrismo: ora balança para cá, ora balança para lá. Ouvem-se palavras, vêem-se sorrisos, vêem-se pessoas (des)conhecidas ... tudo acontece mas parece não ter qualquer sentido ou razão para ser assim, simplesmente... acontece!

Dias, dias, dias... passam, correm e era preciso algo mais que "isto"...

quinta-feira, setembro 18, 2008

Sair...


Sair por aí... de música a ocupar os ouvidos. Música leve e melancólica que faz divagar por ventos, marés, mares e por cada pedaço de pele que envolve o corpo e conta histórias vividas, de hoje, ontem, ... do tempo. Sair sem rumo... sem um destino, sem uma hora, uma data, um momento escolhido para o regresso... apenas partir! Viagem sem regresso anunciado! Ficar perdida no encontro com as memórias e sentimentos que os dias vão colocando na prateleira do pensamento e nos arquivos que ficam por arrumar! Uma caixa que acumula e... a seu tempo, a seu ritmo, vai separando pelas divisórias ou...limita-se a ficar "por ali". Sair do "acordado"... mergulhar no sono e no sonho que prende e não deixa escapatória para conseguir caminhar sem pressa, sem preocupação e corrida desmedida. O sonho não passa adiante, não deixa acalmar e a vida parece continuar noite dentro, fechada numa casa, pela janela dos olhos e no sotão dos pensamento. Sair... deixar escorrerem as palavras pelos cantos da boca até acabarem por cair por terra... à procura de um chão ou de um espaço onde fiquem e digam o que vai por dentro do corpo que se move com vontade de...
SAIR POR AÍ!!

quarta-feira, setembro 17, 2008



O meu trabalho agora (se o posso chamar assim) passa muito por escrever, reescrever, pensar no que quero escrever, articular o que escrevo, pensar no que pretendo transmitir ao escrever…
Acho mesmo que isto também é uma coisa que se ensina!

Uma coisa que aprendi foi que se me perguntarem onde estou neste momento posso dizer que estou rodeada de quatro paredes (brancas), que tenho uma janela ao pé e um computador em frente mas, isso na verdade nada diz… Na realidade essa mesma descrição pode corresponder a vários cenários… porque não digo que da janela sobressai um azul de céu forte enquanto as cortinas esvoaçam ao sabor do vento e da melodia que ouço das colunas do computador… porque não digo que nas paredes está uma das minhas imagens preferidas, a preto e branco, com um poema de fundo, e que me sinto acolhida por todos os livros que dispus na estante segundo critérios que fui definindo.




Aprendi ainda que, à semelhança do que acontece num filme comercial, se deve investir nas cenas iniciais, ainda que estas tenham apenas uns míseros segundos de protagonismo. Apesar de no resultado final corresponder a nem um minuto da película total, a curta cena exige sempre um grande investimento económico, uns tanto ou quantos (que é como quem diz umas largas dezenas de milhares) figurantes, a escolha minuciosa de uma banda sonora (quiçá elaborada especificamente para o efeito) ou mesmo um lugar situado noutro ponto qualquer do mundo mas que personifique o ambiente idealizado.
A capacidade de criar imagens mentais, de induzir uma motivação para o que vem a seguir, de conseguir aliar os sentimentos às palavras, esta capacidade de cativar sem pretensões…
Aprendi que investir nisso custa muito e obriga a um cuidado minucioso a que nem sempre estou disposta…

Uma coisa que aprendi também foi a lidar com a minha dificuldade em conjugar isto tudo (lembro-me bem quando me propuseram fazer mais exercício físico na tentativa de aumentar os meus níveis de testosterona no sangue, porque transmitia demasiado nível de estrogénio em tudo o que escrevia =)

Aprendi sobretudo que escrever é mesmo difícil! E que é uma coisa que se ensina… E o que eu ainda tenho para aprender!
Aprendi que escrever pode ser uma coisa bem morosa... =)

quarta-feira, setembro 10, 2008

Dias...

Todos os dias são diferentes! Por muito que se repitam as pessoas, os lugares e as ruas... há qualquer coisa que saiu do lugar, que mudou de forma de estar, que responde de outra maneira, ... nada é exactamente igual!

Os sentimentos que regem o virar de cada segundo que o rigoroso ponteiro dos
Gira a vida inteira enquanto tudo o que temos cá dentro se vai mexendo, remexendo e mudando e saltitando. Tudo isto marca cada dia, mais os que nos marcam e guardamos cuidadosamente ou com um frio na barriga do medo que foi.

Dias e dias, pessoas e pessoas, horas e horas, sentimentos e sentimentos, ruas e ruas... todos sempre com algo diferente... nem sempre temos a capacidade de reparar no que muda mas nada é igual a cada dia que vamos passando e vivendo.

terça-feira, setembro 09, 2008

Se te pedisse...


para me levares daqui, para fugir... levavas-me para onde??
É que eu não sei onde me levaria!!!







Há qualquer coisa inquieta e ferida

Sentem-se as marcas... sente-se na pele!
Quanto mais se sente a vontade inocente de desdenhar o óbvio, fica cravado o frio e dorido de um pensamento perdido no meio do medo, do choro, da dor...
Apetece fugir da fuga, correr para a rua e gritar ao mundo a crueldade que uma vida pode ter num dado momento ou numa dada questão de segundos perdido no meio de um respirar profundo.
Sente-se o calor entrar em cada espaço do corpo... o frio corre apressadamente para o recanto mais escondido de um espaço fechado e ... desvanece com a luz que se vai apagando perante os olhos aberto. Os gritos tornam-se silenciosos no interior do corpo tenso e fechado... parece que segura num peso leve, numa raiva calma... parece que tudo perde o sentido e parece o que não parece... perde-se o tempo e a orientação já não vem de dentro nem de lugar algum... apenas se perdeu com o perdido.
Os ponteiros avançam sem que sejam vistos correr e os olhos fazem prisioneiras as teimosas e cintilantes bailarinas escorregadias... são presas com toda a força que existe e com aquela que nunca existiu mas apareceu...
A alma voa, perdida, num espaço vazio mas interior... perdeu-se a noção do que se tem e do que se é! Limita-se a existir um espaço perdido, um espaço vazio que nem o leve e lento respirar parecem conseguir reanimar e levantar do chão.

A queda livre passa por uma queda infindável e sabe-se que o chão é duro de suportar a queda... ainda assim, é desejado o toque seco do chão à queda fria e eterna que não deixa sentir nada senão o tempo...

Fica a tristeza perdida na floresta da luta e da vontade! Fica a lagoa do medo, no meio das frutas que alimentam e fortalecem para o caminho limitado... vêem-se os animais ferozes prontos a saltar para devorar a força da vida que não quer desistir...

"há qualquer coisa inquieta..."

segunda-feira, setembro 08, 2008




Sem querer percorro-ME em ilusões…
Desafio a conquista como quem pede abrigo
Imersa pelos beijos das palavras
Sonho com viagens de olhares vagos…

Percorro-te em teias de utopia
E deixo-me trespassar por resquícios de conforto
Deleito-me nesta imagem de mim e recrio-me em silêncio
Suspirando enternecida com a exaustão da procura.

Arrebato-me pelo charme de uma noite adormecida
Peço-te discretamente que me acompanhes
Por trilhos desajeitados de rumos desconhecidos
Passíveis de desbravar na ironia da inconstância

Contorço-me em desejos
E guardo o arriscar para depois...

Porque sem querer percorro-TE iludida
E secretamente invade-me a lucidez
Que dá contornos à única maneira de manter a ilusão…

Levar-te comigo em segredo!
Num segredo tão gasto de ser só meu!

domingo, setembro 07, 2008


Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo, e posso evitar que ela vá à falência.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.

É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo...

Fernando Pessoa


sábado, setembro 06, 2008

Senti(r)(mentos)

Há momentos em que os gestos, realmente, valem mais do que mil palavras. Um abraço fechado pode fazer toda a diferença quando uma conversa parece não chegar lá dentro; pode fazer parar o tempo e envolver cada segundo; pode ser sentido como um abrigo seguro; pode fazer falar no silencio, tal como um olhar ou um sorriso. Existem coisas, pessoas, momentos, ... que nos tocam tão dentro! Quem não gosta de sentir o calor de um abraço, de um beijo, ... que chega duma pessoa especial? Sentir o toque leve na pele, sentir os braço a envolver o corpo, sentir o toque de um beijo mimado... sentir! A vida parece-me forrada de sentires. Andamos sempre com mil coisas na cabeça, mil sensações, ... sentir faz sentido, pelo menos para mim.

Neste verão foi de sentidos e sentimentos. Uma recolha engraçada! Sentir o sol, o sal, o mar... sentir as amizades, os sentimentos de medo, alegria, ... sentir o tempo passar.
Sentir o toque na pele, sentir um beijo mimado de quem gosta e cuida de nós... Sentir a paz e calma dos dias sem correr, aquele sentimento de tranquilidade...

Sentir(mo-nos;-te) é bom demais!

Muito bons os sentimentos e sentires sentidos com sentido perto ou longe de quem os faz valer!

Sabe quanto vale um beijo?

Desafio com tempo contado


Pois bem, à muito que me lembrava que não passava por aqui deixando rasto!
O tempo parece que voa e a facilidade de ir adiando as palavras e as escritas é tão mais fácil do que a "obrigação" de cumprir a vontade de escrever que anda balançada com a preguiça de teclar um texto.

Cá estou, finalmente! Preguiça de lado e pumba!

O campo passou a correr e com um desgaste terrível, o verão parece ter passado numa semana, e as alterações de planos de última hora e surpresas imprevistas aparecem sempre quando menos estamos à espera (não se fossem chamar surpresas INESPERADAS).

Bom, têm sido tempos de mudança, de desafios maiores que nunca sentidos na pele e no corpo, por inteiro. Achamos que já vimos muito e estamos capazes de lidar com tudo mas... há SEMPRE uma novidade! Pois bem, cá estou eu, a entrar num desafio de tempo contado e que termina no Natal. Sinto que quando terminar seria o momento exacto de levar avante mas... a vida é mesmo assim, nem sempre podemos ser nós a decidir o que fazer e quando o fazer.
A criançada é um desafio maior que nunca, a todos os níveis, momentos... pode surpreender tanto que não cabemos em nós de tanta felicidade e orgulho ou podem ser do mais difíceis de chegar e... custa pensar que é uma luta "desmedida" sem tempo exacto da chegada das tréguas e da entrada no mundinho fechado. Mas... eu adoro a pequenada e, por muito que me possam desafiar em grande dão-me uma enorme certeza de que estou bem com aqueles seres...o tempo passa bem rápido e uma semana saltita de dia para dia até ao fim de semana, num abrir e fechar de olhos.

Enfim... a vida dá com cada volta que nem se entende bem se foi só um rodopio ou se um conjunto de voltas e cambalhotas entrelaçadas.

Agora... é momento de parar, descansar...

quinta-feira, agosto 28, 2008

A história (a MINHA versão homo-sapiens)!




Era uma vez uma menina de olhinhos arregalados que se escondia numa beleza intimidante…

Era uma vez um menino de ambições vincadas que brincava à conquista da vida…

Ela, envergonhada que só visto, tontinha tontinha de feliz fazia as delicias das descobertas interiores…
Com medos arrecadados sonhava com uma protecção disfarçada, que pudesse preencher o seu ar independente…

Ele, dançarino da vida rodopiava na esperança de cair nos braços de alguém que, com ele ajeitasse os passos da vida como se da melodia certa se tratasse…
Não fosse ele um comandante nato, emanava directrizes precisas acerca das coordenadas a seguir, para que ela o pudesse acompanhar....

O menino vivia no CASTELO…

A menina tinha uma predilecção pela Branca de Neve… Se calhar acreditava na história dos sapos que se transformavam em príncipe..




Para depois viverem os 2,felizes felizes no CASTELO…
E assim foi…
Foram viver os 2 para o CASTELO …


Mas esta não é uma história de encantar…

Esta é (apenas) uma história de amor…


É uma história de descobertas, ilusões, desilusões….

de abraços, de desejos, de projectos, de sonhos…


de encontros, desencontros, de zangas, reconciliações, de muitos nós e de NÒS…





Talvez se casem para construírem uma história a 2…
Porque quando as coisas se partilham tornam-se muito mas muito mais bonitas…




Ele ensinou-a a levantar-se bem cedinho para dar um passeio à beira mar, desfrutando a solidão e o cheiro fresco da manhã.

Ela ensinou-o a não ter medo de sentir, a conhecê-la nos pormenores..

E invariavelmente apareciam as rosas vermelhas (Quando não era o perfume NOA)!

E como em todas as histórias de amor… a semente do enamoramento, do querer muito bem alguém, gera sempre frutos…
E faz crescer o melhor que temos cá dentro…


E nesta história cresceram duas sementinhas meninas…


E com elas cresceu um Pai e uma Mãe…

Em 1985 não sabiam que iam ter uma filha muito desastrada… Não imaginavam que com 9 anos ela fizesse um texto para o jornal sobre o que era ser criança.
Não faziam sequer ideia de que ela um dia se apaixonasse por África.. E que fosse muito mas mesmo muito crítica com eles!

Em 1990 não sabiam se o cabelo da segunda filha ia ser liso ou aos caracóis como o da irmã.
Não poderiam supor se seria difícil defini-la como forte ou frágil…
Não saberiam que gostaria de mexer em tudo o que era máquina e que transformasse o ar maroto de menina em seriedade marcada…

Não imaginavam que quando fizessem 25 anos de casados elas teriam uma surpresa para eles…





E foi assim, que no tempo onde os homens usavam bigodes e calças à boca de sino, as mulheres óculos bem grandes e meias coloridas, se apaixonaram duas personagens da vida real…



E foi graças à insistência do pai que cá estamos…
E desculpa lá mãe, mas não te queremos seguir o exemplo na história do beijo roubado (é que já somos meninas do século seguinte!)…

Mas queremos ter para nós um amor de imperfeições….
Um amor que nos faz um piquenique de sandes de omelete para visitar a casa nova…
Um amor que chega a casa e ainda se encavalita às costas do outro…
Um amor que ajuda a escolher a roupa para se ficar ainda mais bonito…
Um amor que nos ralha quando não estamos a fazer as coisas bem feitas…
Um amor que aprende a mandar mensagens de telemóvel para, a meio do dia, nos escrever apenas “um beijinho!”

E foi graças a esse amor inconstante…
que magoa, que aconchega, que faz chorar, que faz sorrir, que nos convida a vacilar entre o que somos e o que queremos ser, que nos amedronta, que nos autentifica…

…Que as sementes meninas se tornaram mulheres… talvez ainda não percebam muito do amor, talvez percebam mais quando fizeram 25 anos de casadas com o seu amor…

E essas Mulheres têm um tesouro (em forma de família) que levam para a vida…

E não queremos agradecer o Tesouro ao Pai e à Mãe…
Mas queremos dizer obrigada à I.e ao V. que se amam muito (será? =))


* imagens a preto e branco retiradas do blog egotismo