quinta-feira, agosto 28, 2008

A história (a MINHA versão homo-sapiens)!




Era uma vez uma menina de olhinhos arregalados que se escondia numa beleza intimidante…

Era uma vez um menino de ambições vincadas que brincava à conquista da vida…

Ela, envergonhada que só visto, tontinha tontinha de feliz fazia as delicias das descobertas interiores…
Com medos arrecadados sonhava com uma protecção disfarçada, que pudesse preencher o seu ar independente…

Ele, dançarino da vida rodopiava na esperança de cair nos braços de alguém que, com ele ajeitasse os passos da vida como se da melodia certa se tratasse…
Não fosse ele um comandante nato, emanava directrizes precisas acerca das coordenadas a seguir, para que ela o pudesse acompanhar....

O menino vivia no CASTELO…

A menina tinha uma predilecção pela Branca de Neve… Se calhar acreditava na história dos sapos que se transformavam em príncipe..




Para depois viverem os 2,felizes felizes no CASTELO…
E assim foi…
Foram viver os 2 para o CASTELO …


Mas esta não é uma história de encantar…

Esta é (apenas) uma história de amor…


É uma história de descobertas, ilusões, desilusões….

de abraços, de desejos, de projectos, de sonhos…


de encontros, desencontros, de zangas, reconciliações, de muitos nós e de NÒS…





Talvez se casem para construírem uma história a 2…
Porque quando as coisas se partilham tornam-se muito mas muito mais bonitas…




Ele ensinou-a a levantar-se bem cedinho para dar um passeio à beira mar, desfrutando a solidão e o cheiro fresco da manhã.

Ela ensinou-o a não ter medo de sentir, a conhecê-la nos pormenores..

E invariavelmente apareciam as rosas vermelhas (Quando não era o perfume NOA)!

E como em todas as histórias de amor… a semente do enamoramento, do querer muito bem alguém, gera sempre frutos…
E faz crescer o melhor que temos cá dentro…


E nesta história cresceram duas sementinhas meninas…


E com elas cresceu um Pai e uma Mãe…

Em 1985 não sabiam que iam ter uma filha muito desastrada… Não imaginavam que com 9 anos ela fizesse um texto para o jornal sobre o que era ser criança.
Não faziam sequer ideia de que ela um dia se apaixonasse por África.. E que fosse muito mas mesmo muito crítica com eles!

Em 1990 não sabiam se o cabelo da segunda filha ia ser liso ou aos caracóis como o da irmã.
Não poderiam supor se seria difícil defini-la como forte ou frágil…
Não saberiam que gostaria de mexer em tudo o que era máquina e que transformasse o ar maroto de menina em seriedade marcada…

Não imaginavam que quando fizessem 25 anos de casados elas teriam uma surpresa para eles…





E foi assim, que no tempo onde os homens usavam bigodes e calças à boca de sino, as mulheres óculos bem grandes e meias coloridas, se apaixonaram duas personagens da vida real…



E foi graças à insistência do pai que cá estamos…
E desculpa lá mãe, mas não te queremos seguir o exemplo na história do beijo roubado (é que já somos meninas do século seguinte!)…

Mas queremos ter para nós um amor de imperfeições….
Um amor que nos faz um piquenique de sandes de omelete para visitar a casa nova…
Um amor que chega a casa e ainda se encavalita às costas do outro…
Um amor que ajuda a escolher a roupa para se ficar ainda mais bonito…
Um amor que nos ralha quando não estamos a fazer as coisas bem feitas…
Um amor que aprende a mandar mensagens de telemóvel para, a meio do dia, nos escrever apenas “um beijinho!”

E foi graças a esse amor inconstante…
que magoa, que aconchega, que faz chorar, que faz sorrir, que nos convida a vacilar entre o que somos e o que queremos ser, que nos amedronta, que nos autentifica…

…Que as sementes meninas se tornaram mulheres… talvez ainda não percebam muito do amor, talvez percebam mais quando fizeram 25 anos de casadas com o seu amor…

E essas Mulheres têm um tesouro (em forma de família) que levam para a vida…

E não queremos agradecer o Tesouro ao Pai e à Mãe…
Mas queremos dizer obrigada à I.e ao V. que se amam muito (será? =))


* imagens a preto e branco retiradas do blog egotismo

segunda-feira, agosto 25, 2008

Boa noite

Boas noites...
a de ontem, a de hoje e as que virão...

sábado, agosto 16, 2008

Avaliar

Olha uma peça de teatro é uma coisa engraçada!!!
Podemos reparar na arte de representar, sentir os erros e falhas nos gestos, nas notas musicais, no texto que foi esquecido... podemos mesmo ficar deliciados com tudo o que aquele actor fez, memorizar aquela cena que foi extraordinária...

Passamos o tempo a avaliar as coisas, seja de forma vincada ou, simplesmente, sem sequer notar.

Chegada a hora de avaliar as nossas coisas, as nossas tarefas, momentos, desempenhos... parece que não se torna nada fácil encontrar aquilo que parece ser tão claro quando o actor principal é outro.
É difícil olhar de fora quando estamos por dentro, principalmente porque a crítica parece tão mais lógica e óbvia que o mais pequeno elogio. Mania esta do ser humano ser bem mais fixo nos erros e no que corre pior do que focar as coisas que realmente fazem toda a diferença e nos levam adiante, com mega sorriso rasgado no rosto e mais umas quantas aprendizagens feitas...
Contra mim falo...

Para quando chegar a um equilíbrio...
Para quando encontrar uma "sala" arrumada com actores prontos a (re)começar?

O TEMPO...

sexta-feira, agosto 15, 2008

Logo que cheguei falaram-me em geografia afectiva; na possibilidade de traçarmos a nossa própria cartografia existencial…
Lembro o quanto fiquei deslumbrada com a descoberta…




Recordo, no inicio, o lugar de céu estrelado, ao som de melodias contagiantes que ia descobrindo devagar e entusiasmada enquanto permanecíamos deitados sobre tojo, levemente embalados como que esquecidos dos picos… como que a prever a correria dos dias seguintes…

Acho mesmo que apalpei um pouco de céu quando, espontaneamente nos juntámos os três naquele banquinho perdido…
A guitarra propagava o estremecer das cordas numa acalmia que só vista…
As estrelas cadentes sobressaiam de rompante… Ouvi a palavra comunhão…
Dizias que eu e ele falávamos o que estava nos livros e que não gostavas disso…
Refutámos sabendo que todos falamos um bocadinho assim…
Era cedo demais para irmos ao fundo sem subterfúgios…

O TEMPO esteve sempre lá!
Viagem ao passado, ao futuro…
Horas, Minutos, segundos, doces momentos, instantes confusos, eternidade de sorrisos…

Devo confessar que a história do Pinóquio nunca foi a minha preferida, mas acho que a partir de agora os pinóquios ficarão na minha história…
Aliás, contei muitas histórias… Diziam que as contava muito bem… Ficava envergonhada de orgulho com isso!



Neste tempo houve muitos meninos…
Um desses meninos pediu-me mesmo, no final para lhe dar o meu melhor sorriso… Fiz o meu! Disse-me que não era aquele, que o meu melhor sorriso era o que lhe tinha feito numa noite em que o aconcheguei com palavras…

Ao regressar deste TEMPO que passámos juntos levo muita coisa, algumas mesmo por descobrir noutros tempos…
E levo comigo um sorriso que não sabia ter…
E levo comigo o óscar que me deram… o de consoladora…
Não sei se gostei muito ou não ( na verdade acho que não gosto muito que me qualifiquem assim na minha vida) mas sei que eles gostaram de mo dar… E sei que fui muitas vezes chamada à noitinha para ajudar a matar saudades ou a amenizar medos escondidos que não tinham vergonha de contar…
E como foi giro ver as histórias dos diminutivos pegar... Num ápice, neste tempo de meninos fizeram-se valer a sósó, fifi, vává, titi, sésé, cácá, susu, jojo...
MIMI....

Isto para dizer que, um dia, ao fazer a minha cartografia existencial colocarei lá esse lugar perdido, onde os tanques têm sapos, a terra pegadas de meninos e a noite um céu descoberto cheio de estrelas (quando não está a chover)!

Escrevi isto porque disseste que ficarias atenta ao que teria para contar…
É que dormia pouco, mas descansada, com esses olhos arregalados sempre a olharam por mim…
E acordava com a certeza da energia na manhã seguinte, mesmo ao sair da nossa tenda…
E esta história de geografia afectiva é mesmo verdade!
Porque os lugares marcam por causa das histórias que vivemos (juntas =))!

quarta-feira, agosto 06, 2008

obSERvar


Muitas vezes dou por amim a observar... única e simplesmente a deixar-me fixa em alguém ou alguma coisa que me prende de tal maneira que nem dou por mim.
Muitas vezes percorri atentamente. ainda que com rapidez, diversas caras sorridentes ou concentradas em qualquer coisa.

Incrível como às vezes também observo uma imagem que a minha mente cria, com total pormenor e gestos de alguém a fazer alguma coisa ou a reagir "do outro lado"... como se passasse mesmo na minha frente, real!

Tento por vezes "perder o meu tempo" a observar aquilo que têm sido os meus dias, os meus meses, e curtos anos. Passados que permanecem presentes e me dificultam a observar aquilo que será um futuro ou me vendam os olhos para aquilo que me espera mesmo em frente. Caminhar no escuro é, de longe, uma acção agradável e que me deixa bem. É mesmo difícil confiar nos instintos e nos sentidos que achamos apurados mas, nem sempre o são.

Imagino-me numa sala escura, em que nem um fio de luz é capaz de entrar. Conseguimos imaginar tudo o que quisermos mas que, no fundo, pode não passar da imaginação e a sala fechada e tão escura, como o que é não ver, ser tão vazia como aquilo que se pode sentir naqueles dias em que apetece fechar a porta do quarto e fingir que o mundo não corre enquanto não sairmos dali.
É difícil saber se podemos dar 3 passos largos e confiantes, porque não se sabe se ao 2º batemos de cara na parede; É difícil não esticar as mãos para sentir as coisas antes de nos cairem em cima.

"É obrigatório crescer!"
Bem dita esta minha frase desde à uns tempos.
Sente-se o peso das palavras nos dias que vão passando e assombrando a proximidade de um futuro inesperadamente inesperado e desconhecido! Acreditar é bom mas não chega para tudo! A questão passa por... acreditamos em quê até quando?!

Observar passa por procurar então esse acreditar, por procurar essa imagem visual, por acreditar que o escuro tem saída, ainda que com cabeçadas, tropeções, ...
é preciso conseguir acreditar que a bonança vem... quando...??

Ninguém sabe...

domingo, agosto 03, 2008

A chegada

Um conforto mas algo estranhamente "confortavel". Faltam os sorrisos, os beijinhos e miminhos que se oferecem a cada passo dado, a cada nuvem de pó que fica para tras do caminho.

Fica ainda o vazio enquanto se espera que se preencha o espaço "novo". Surpresas maravilhosas, sentimentos intermédios e "não claros" de acordo com tanto e tão pouco do que dias a fio são e podem fazer em alguém e com alguém!

É chegada a hora de parar, pensar e ... esperar!

*