domingo, fevereiro 22, 2009

As mudanças inesperadas

Sente-se que a vida pode mudar de hoje para amanhã quando as coisas realmente acontecem. Inicia-se com um ritmo acelerado e torna-se numa corrida alucinante com decisões, noites em claro, dizer "sim" ou "não", muitas vezes sem conseguir pesar as palavras numa balança realmente adequada.
Muda-se o espaço, as ruas, as pessoas, as casas, as cores... muda-se! A incerteza balança os dias, as chamadas telefónicas podem fazer toda a diferença e os números desconhecidos fazem o coração bater acelerado sem se saber ao certo que se espera do outro lado.

Aos poucos as coisas vão começando a ganhar espaço, o tempo começa a ser visto para além do dia de hoje e pode programar-se até ao fim de semana ou até à próxima semana. As visitas ao que era o dia a dia passam a ser apressadas e passarem num piscar de olhos e, aquilo que era "o nosso lugar" começa a deixar de o ser ou a estranhar-se um pouco mais.

As mudanças...
dolorosas, apressadas, arriscadas... podem ser tanta coisa mas... certamente, trazem sempre um pouco mais do que aquilo que aparentemente é claro com um pequeno olhar "apressado" sobre as coisas. A seu tempo podem dizer mais qualquer coisa... agora é esperar!

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades!

E tanta coisas que conseguem mudar num espaço de semanas, dias, horas, minutos... segundos!

quarta-feira, fevereiro 18, 2009



Tenho um problema de base!
Nas séries, nos filmes e noutras ficções que tal, sempre achei mais piada às personagens secundárias, ao amigo totó, àquela personagem que ninguém repara, que não sobressai. (minto, porque acaba por sobressair, mas apenas pelas estupidezes que faz!)

Não raras vezes tinha mesmo alguma vergonha em confidenciá-lo porque, da primeira vez que o fiz, verdade seja dita, fui alvo de alguma chacota. E como agravante tenho um fascínio ainda maior por personagens que são extremamente desajeitadas, atrapalhadas e realmente descontextualizadas!
Actualmente lido bem isso (choro baba e ranho por não poder ser normal ou partilhar gostos com as amigas e, houve mesmo uma vez que dei por mim a bater com a cabeça nas paredes!)

Já o meu querido progenitor masculino me adverte vezes sem conta que preciso de ter mais brio!
Mas esta incapacidade latente de contrariar os conselhos que os pais dão, acho que me vai perseguir sempre!
E eu, parece-me que estou condenada a “apaixonar-me” pela trivialidade das imperfeições. Daquelas naturalmente despercebidas e realmente autênticas, transmitidas em gestos mesmo discretos!

segunda-feira, fevereiro 09, 2009

Pudor do vulgar


Soube há pouco que Charles Dickens só era capaz de dormir numa cama em que a cabeceira estivesse virada para Norte e só adormecia se o seu corpo estivesse no centro do Colchão. E, por isso mesmo, fazia medições exaustivas com o objectivo de saber qual o sítio exacto onde se deveria deitar.

Acho que gosto dos pequenos nadas que infiltramos como rituais nas nossas vidas. Quase inconcientes.. manias..desvarios.. simplicidades..
Mas também gosto daquilo que nos destabiliza a rotina, por uma vez, e que consegue ser tão agradável, por ser isso mesmo, irrepetivel..

Existe uma espécie de obstinação que nos leva a querer deixar marcas, sobressairmos nos contextos ou relembrar a nossa unicidade. Desafiar perigos como glória pessoal. Construir um portfólio individual entusiasmente... numa especie de conquista pela sobrevivência sob a perspectiva do darwinismo social.Vincar a nossa diferença.

No entanto, não digo que, em certas ocasiões, não seja bom passarmos despercebidos. Acomodando-nos discretamente a um lugar casual que não nos exige a defesa de uma qualquer opinião, uma decisão ou a escolha de argumentos plausíveis e coerentes com as nossas atitudes. Refugiarmo-nos num "batido" conformismo social.
O que digo é que, hoje em dia, todos tendemos a fugir da vulgaridade.. (e fazêmo-lo por descuido, despercebidamente). O banal assusta… como que se precisássemos de atingir uma imortalidade fictícia… surreal…momentânea!

O pudor do vulgar existe… um bocadinho em todos nós!

E agora uma frase que não tem sentido nenhum, mas fica sempre bem para fechar (tornando o post (quem sabe!) invulgar); como dizia o Tony : “Ai destino, ai destino!”

quarta-feira, fevereiro 04, 2009

Pro-cura


A vida vai passando por uma constante procura. Procuramos por coisas, por momentos, por pessoas, por vontades...
Procuramos emprego, casa, o melhor destino de férias, ...
Passamos o tempo a procurar a melhor forma de estarmos, connosco e com os outros. Curioso que facilmente, as coisas boas que encontramos nos fazem esquecer rapidamente o mal que antecedeu. A verdade é que poucas são as vezes em que damos conta que o que nos é difícil passar é exactamente aquilo que nos faz crescer e avançar com maior firmeza nos tempos que se avizinham.
Procuramos o melhor sorriso, o mais aberto e coberto de luz, o caminho com mais sol quando, na realidade, ainda não conseguimos entender o que nos deixa às escuras e por caminhos desconhecidos. Sabemos o que queremos mais mas pouco tentamos entender o porquê de não querer outras coisas. Dedicamos mais tempo à procura do que é luz e caminho do que propriamente a entender o que nos assusta, o que nos amedronta e prende. É mais difícil admitir os medos e enfrentá-los do que ingorá-los e avançar.

Arriscar implica ter disposição para o fazer! Arriscar uma procura de algo maior e com força; ou simplesmente, a disposição de saltar sem saber onde se vai fazer a aterragem. Procuramos sempre aquilo que achamos melhor, mas nem sempre o poderá ser.

"Pro-curamos curar" as nossas dores e dificuldades no caminho...
Nem sempre encontramos o que queremos. Outras vezes procuramos qualquer coisa que não sabemos bem o que é até tropeçarmos "nisso".

Podemos também não procurar e sermos procurados, encontrados...

segunda-feira, fevereiro 02, 2009