«A afinidade nasce da escolha e nunca se corta esse cordão umbilical, e a menos que a escolha seja reafirmada diariamente e novas acções continuem a ser empreendidas para a confirmar, a afinidade vai definhando, murchando e deteriorando-se até se desintegrar. A intenção de manter a afinidade viva e saudável prevê uma luta diária e uma vigilância sem descanso. Para nós, tudo o que não se ajusta ao uso instantâneo nem permite que se ponha fim ao esforço, supera toda a capacidade e vontade de negociação».
Zygmunt Bauman
As relações humanas quer queiramos quer não, são edificadas a partir de afinidades, mas, em última instância as relações humanas constroem-se. Sobretudo no desequilíbrio do imprevisto; em conhecermos pessoas literalmente por acidente….
Depois vem a construção, que depende da escolha e do esforço por estabelecer conversas diárias, interacções físicas e momentos partilhados….e se isto acontecer na imprevisibilidade… a magia da relação emerge, como que…acidentalmente!
Assim se ganha o prazer de conhecer as pessoas para lá do seu portfólio mais imediato, e a partir do qual, muitas vezes, nem teríamos interesse em conhecer à partida.
A intenção de manter as afinidades constitui-se como o meu esforço de eleição (de todos o meu esforço predilecto mesmo!) talvez por ele oferecer a possibilidade de usar instantaneamente o nosso portfólio privado de relações…..nas imprevisibilidades….e para ser imprevisível….
Tenho vontade de negociar esta afinidade….
Desequilibrar-me e superar a minha própria capacidade de improviso ( que diga-se de passagem fica muita aquém das surpresas mágicas)
Será que me esforce?
Diz-me tu…
1 comentário:
eu diria que há acidentes que são acidentalmente bons :)
conhecer uma pessoa não deixa de ser um desafio e uma constante busca, surpresa, entrega, ... um risco!!
Acho que gosto de os correr, tal como tu os corres!!
E qto ao esforço... muitas vezes, a recompensa que recebemos sem ser premeditada... é maior que qualquer medo de arriscar!! =)
Há sempre um esforço;)
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