A tendência para nos agarrarmos a segundas oportunidades adivinha-se como um seguro de vida fundamental mas ainda assim num acto de egoísmo de primeira classe.
Em primeira instância isto pode parecer um grande paradoxo, mas repare-se: ao depositar fé nas segundas oportunidades acabámos de nos consciencializar que algo não resultou por nossa culpa mas… nada nos garante não voltar a cometer a mesma gafe (porque as raízes das nossas atitudes assentam sempre nos nossos valores, e esses dificilmente se desvanecem do nosso percurso de vida).
Assim, as segundas oportunidades têm elevada probabilidade de serem marcadas pelo insucesso duma esperança em triunfar.
Se repararmos bem, por isso mesmo, quando algo que nos desarruma cá dentro “falha”, sem nos darmos conta investimos não em segundas oportunidades (que à partida pensamos não valer a pena) mas naquilo que está mais próximo, que é capaz de nos preencher (não confundir com encher) e vislumbramos como o melhor acto de prevenção em relação a recaídas futuras.
Recaídas que nos impulsionam a falhar constantemente.
Recaídas na ilusão inerente aos primeiros desafios que alguém nos coloca num “nós”.
Recaídas naquilo que já vivemos e presenciamos como desilusão.
Desistimos!
Agora a questão é muito simples:
Escolho encher-me por momentos ou ir-me preenchendo com rotinas seguras?
Prefiro andar aos altos e baixos, experimentando recaídas ou viver no intermédio?
Neste momento sinto-me mesmo irritada por optar claramente por uma resposta e não lhe dar sentido na vida em concreto. De fazer sempre tudo ao contrário…. Do que penso e acho melhor…
Vou dar a mim própria uma segunda oportunidade… de acalmar….e quiçá arriscar… ou qualquer coisa parecida…
2 comentários:
É curioso como este post me fez remeter a um promenor de uma conversa na madrugada de 4ª feira. Alguém me dizia que encontrou "uma coisa" sem a procurar e, realmente, era mesmo aquilo que precisava! Vai de encontro ao "Todos estamos à espera de alguma coisa".
Segundas oportunidades, arriscar... são palavras/expressões fáceis de se dizer e tantas vezes difíceis de fazer na prática! ... Viver numa linha geometricamente desenhada com uma régua... para mim, não me parece um ideal mas diria talvez "um pesadêlo contstante", monotonia... é bom ver de baixo e chegar ao cimo... pontos de vista que se guardam.
Espero que agora consigas seguir e viver a resposta que tu mesma decidistes dar... se precisares de mim: estou aqui, bem ao teu lado!!
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Oi Maria
Tudo bem?
Eu acho que as vezes esperamos por respostas que não existem, ou que estão dentro de nós.
As segundas oportunidades que você disse têm a mesma probabilidade de dar certo como não, temos que ver as coisas pelo lado positivo, mesmo se tudo der errado, nós sofremos menos.
Não repare meu português não, é que o meu português é do Brasil. Passei aqui por acaso, vim atraves do blog "o céu dentro de mim".
Vou ficando por aqui te desejando um bom momento.
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