domingo, novembro 23, 2008

E ao anoitecer

“e ao anoitecer adquires nome de ilha ou de vulcão
deixas viver sobre a pele uma criança de lume
e na fria lava da noite ensinas ao corpo
a paciência o amor o abandono das palavras
o silêncio e a difícil arte da melancolia”

Al Berto







E depois de saborear esse silêncio agridoce, enquanto me deixo consumir pela melancolia, enquanto respiro a tremura dos pensamentos…
Apareces e…
Inconsequentemente quebra-se a mudez… o toque dos teus sussurros incandescentes e escorregadios… Escorregadios de sentimentos certos, envolvidos na incerteza de mos contar… incandescentes, como se ardessem no teu interior, tornando-te no mais misterioso pecador…

E assim deslizo para o beijo (das palavras).. Aquele que confundes com sopro leve… aquele que deixa um rasto suave, desprendendo a ténue incerteza do toque...
Sempre com a certeza de aguçar ainda mais o desejo....

E apareces sempre ao anoitecer…
E ensinas a paciência, o amor e o abandono das palavras…
Neste silêncio surdo de melancolia…
Neste desejo tão longe de agarrar…

Porque afinal de contas é ao anoitecer que mais sonhamos…

1 comentário:

An@ disse...

«...é ao anoitecer que mais sonhamos…»

gostei mesmo, querida!!

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