terça-feira, julho 01, 2008

porta aberta

Abre-se a porta...

O quente da noite envolve o frio de uma alma que deambula pela escuridão de uma noite cheia. Ouvem-se vozes, gargalhadas, e... um silêncio de um olhar perdido por uma estrada já conhecida de uma vida.

Chegam palavras silenciosas... ouve-se a música "rotineira" que assombra as lembranças que se podiam guardar!
Chega devagar por entre o escuro e a luz, por entre o frio e o calor, por entre o sorriso e a lágrima... chega... beeeeeem devagar... bem leve e suave... a memória!
Traz um saco fechado. Parece leve. Estende-se a mão que, curiosamente curiosa quer entrar na surpresa que ali chega... naquele simples saco!
Enquanto se abre, apressadamente o saco leve trazido, enrola-se o pano, enrola-se a noite, enrola-se o olhar que brilha, ganha luz por desejar que venha a novidade, a mudança e o espelho que sai de dentro de...

...é assim... branco e vazio que chega o saco! Cheio do nada que tudo podia trazer... ainda se ouvem os passos, lá longe e quase sumidos, do corpo que trouxe no ombro o saco vazio...
As mãos suportam o corpo que se senta lentamente, com o saco branco sobre o colo, enquanto ouve o "quase nada" passo, a passo.
Passa leve e suave a brisa do momento ... solta-se um papel bem pequeno... dobrado em quatro e meio amachucado.

(silêncio)

Os dedos sentem cada desdobrar e cada ponta do pequeno papel... lá dentro... (ficam os olhos bem fixos e estáticos...sem sequer pestanejarem) ... encontraram-te! Mesmo sem se ouvir os teus passos, ... ouve-se a voz dizer não sei o que quero e ouve-se sussurrar no silêncio do caminho espera por mim.

O saco ficou no chão... o papel ficou nas mãos... mantém-se a porta aberta!

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