quinta-feira, outubro 25, 2007

Há viagens que nos derrubam…
Hoje fiz uma viagem e enquanto íamos os dois trocando olhares e impressões revi-me…
Lembrei-me daquilo que queria, achava e acreditava… simplesmente porque ouvi-me nele…Reconheci as palavras…
È estranho observar uma troca de papeis… Ter alguém que nos mostra que o fizemos acreditar no que defendíamos…
Isto acontece porque não falávamos assim há muito tempo… sem barreiras…sem ninguém ao lado… (é injusto sentirmos como mais especiais as conversas que travamos com quem não se inclui na nossa rotina mais próxima e impõem-se de surpresa, espontaneamente).
Conversas que acontecem só porque sim…
Derretemo-nos com a sensibilidade de quem nos percebe no momento …
Só porque sim…


As pessoas defendem muito aqueles que querem bem… os que lhe são próximos (ou que querem próximos) e naturalmente que assim descuram outras pessoas, porque há investimentos humanos que se revelam prioridades (e por quem fazemos e damos tudo, e mesmo que não percebamos instantaneamente os porquês disso eles existem). Por isso é que a parte não contemplada da oferta renhida da nossa presença se ressente e acusa-nos de um pretensioso desinvestimento…
Somos todos diferentes e há que saber ceder e aceitar que não podemos ser próximos (pelo menos na concepção que o outro adopta, que pode não ser igual à nossa) de todos aqueles que queremos…


Reconhecer que a proximidade não passa necessariamente pela proximidade física mas pela certeza de quem nos sente lá longe e está disposto a ouvir o que ficou no halo da ausência (que por sinal pode ser bem longa).

Há viagens que nos derrubam e nos mostram como nos construímos fortes, subsidiados por arrendamentos no nosso coração, cujos habitantes fazem questão de fazer limpezas de tempos em tempos…
Obrigando-nos a fazer viagens (ainda que labirínticas) para derrubar a poeira imbuída naquilo que nos esquecemos que somos ou ainda queremos ser…
Lembrando-nos do que fomos…
E de repente… tudo fica mais nítido!

2 comentários:

Anónimo disse...

"Há viagens que nos derrubam" e há viagens que nos fazem conhecermo-nos melhor.
O truque está em crescer com isso... Se não, não faz sentido.
Xi

An@ disse...

"Reconhecer que a proximidade não passa necessariamente pela proximidade física mas pela certeza de quem nos sente lá longe e está disposto a ouvir o que ficou no halo da ausência (que por sinal pode ser bem longa)."

Viagens que nos ensinam, viagens que nos custam a aprender;
viagens com ida e volta rápida, viagens q demoram muito tempo;
viagens sozinhos, viagens com companhia;
viagens de sonho, viagens pesadelos;

viajamos em sonhos, no real, no ontem, no hoje e no amanhã ou mesmo num futuro longinquo!

Há quem viaje em nós... e nós nele/a! Essas viagens têm roteiro que não somos nós que o marcamos mas a pessoa que nos diz como marcamos o caminho: passo apressado, com muitas subidas... ensinam-nos a ser, como somos, como fomos e achavamos que não eramos mais mas que... no final... há muito do "já fui" que "ainda o é" :)

assusta um pouco quando nos "sabem de cor" (como diz a canção)!

Viagens que trazem amizades pra vida... essas sim, têm de tudo um pouco e trazem muito mais!
A prenseça física n é rotineira mas o coração bate ao mesmo som quando surge uma mensagem, um telefonema, um comment, um post, uma lembrança de saudade, ou única e simplesmente quando a pessoa nos habita a alma por nos lembrarmos dela com o mesmo carinho de quando ela está bem sentada ao nosso lado... na viagem da vida!

*é bom demais ler-te, gémea*

adoro-te imenso :)