Há uma tendência inata para dividir as coisas em dois tipos. Nos slogans, numa conversa, em argumentos explicativos, em teorias instantaneamente criadas, no âmbito de uma refutação, rotulamos tudo em dois… Facilita!
Há algum tempo vislumbrei num cartaz:
"Há dois tipos de pessoas, aquelas que gostam de ajudar e as que precisam de ajuda."
Ora, nada disto é totalmente verdade! O que é certo é que, de facto, ludibria muito bem os leitores e, em última instância, convence as pessoas a quererem, forçosamente, enquadrarem-se numa das duas (“únicas”) categorias existentes. Tal facto acaba por motivar o comportamento pretendido. Um marketing bem feito!
Para além disso, há que ter ainda em conta que, em última análise, todos nós, em diversas circunstâncias das nossas vidas vamos pertencendo a categorias diferentes, em função dos momentos.
Irrito-me sempre com dualismos reducionistas, porque no fundo existem tantos tipos de pessoas (ou factos) quanto quisermos…
“Fátima Cristina acha que o mundo se divide em dois tipos de pessoas: aquelas que acreditam ser possível comunicar com os mortos; e aquelas, ainda mais ingénuas, que acreditam que se pode comunicar com os vivos”
Rui Zink
2 comentários:
Partilho a irritação relativamente a dualismos, tipologias e todos esses reducionismos que usamos para este nosso cerebrozinho poder funcionar na diversidade da interacção social.
Do mesmo modo que me irritam todas as teorias do ser único e irrepetível, de comportamentos não explicável por qualquer lei ou teoria conhecida.
lolol, tenho um amigo que diz que existem 2 tipos de pessoas: as que o amam e as que ainda não o conhecem!
Forma divertida de poder gozar com esta dualidade de ideias que surgem no ser humano. Por norma, exemplificamos tudo com o lado positivo e o lado negativo/o que se deve e nao deve fazer... parece que torna tudo mais facil mas realmente reduz os horizontes que são tão longos e podem levar-nos mmuito longe:)
*beijinho e obrigada*
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