Caminhava na rua, sem destino aparente. Ainda assim, parecia procurar sempre o próximo cruzamento em que escolheria um caminho, ao acaso, sem parar para pensar. Parecia que caminhava por ruas vazias mas, estavam cheias, como aquelas noites merecem e, tradicionalmente, se enchem. Parecia deambular, com a cabeça perdida em algum lugar, que não aquele, e sem que uma única palavra lhe saísse da boca, sem que a cara tivesse alguma expressão que não a de um ar pensativo e distante. Cruzavam-se olhares sem que um sorriso fosse arrancado ou, inocentemente, perdido e "matreiramente" solto. O caminho foi longo... até se encontrar no meio de um grupo de amigos, exactamente junto à estátua no meio da praça. Só aí se soltou o sorriso, abraços e a magia da amizade de longa data. O pensamento ficou em "pause" durante algum tempo depois. Encaminharam-se, juntos, pelas ruas a subir, diferentes e desconhecidas em plena noite. No meio da multidão desconhecida e do conjunto de caras próximas e amigavelmente conquistadas num verão e numa vida... surgiu um sorriso perdido mas familiar. Brotou um sorriso maior e cheio de tão surpreso e feliz. O filme quebrou ali mesmo... Voltou a uma das esquinas, dos cruzamentos em que teria que entrar por uma rua ao acaso... lá foi! Passo a passo. De repente, sente uma voz soar ao ouvido... subitamente alguém vem na sua direcção, com o maior sorriso, mãos nos bolsos, ... fecha-se com um abraço apertado e um doce toque. Quebra-se o frio do olhar e aquecem os corações pelo encontro inesperadamente planeado. É levada pela mão para qualquer lugar onde nada importa. Ouvem-se risos, bebem-se copos, ouve-se música, sobem-se as escadinhas...tanta gente diferente e animada mas, o importante é que aquela companhia mantém a segurança a cada passo que avança pela multidão. Conversa-se sem parar, com brincadeiras, telemóveis a tocar com mensagens, risadas, piadas, ... fecha-se um momento com o cruzar de olhares que falam mais do que toda a conversa da noite. Envolve-se num abraço quente e sorridente e o silêncio quebra-se com um simples aconchegar de almas. Terminam a noite, a dois, em silêncios e palavras soltas "porque sim" sem uma ordem aparente de temas... e o resto... é um silêncio trocado em gestos e poucas palavras... só no silêncio da noite, no quente de uma lua!
Podia inventar mais histórias, sem um tema aparente...apenas debitar palavras e encontrar uma sequência que parece "lógica e organizada"... deixar que as mil e uma coisas que se ouvem contar se misturem numa só e resultem em qualquer coisa...
Histórias... muitas que ficam por contar... outras que ficam por se viver!
Apenas histórias...
2 comentários:
Bela história. Faz-me lembrar bons momentos. Tal como a fotografia. =)
obrigada =) pelo comentário e pela beleza da foto.
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