Planear... é o que o ser humano tem tendência a fazer a vida inteira. Planear os dias, as viagens, as datas festivas, as saídas à noite, os jantares com amigos, os cafés, ... tudo se planeia (ou pelo menos tenta-se fazer os planos de forma a tudo estar controlado). Mas, como tudo, há alterações de última hora, mudança de planos, prioridades que ultrapassam tudo...
Nem sempre as combinações de última hora são um desastre, podem mesmo tornar-se numa situação e num desenrolar de momentos fantásticos e intensos. Podem mesmo ser os melhores planos "não planeados" de sempre.
Aconteceu... há muito tempo que não me lembrava de viver uma noite "não planeada" com companhia "não pensada". Tudo na mesa de um café, após um dia longo de trabalho... o frio ameaçou cancelar e recuar mas, passou-se para um jantar a 3, bater na porta de cada uma das nossas casas e seguir viagem para um cantinho com música envolvente e harmoniosa a terminar com música rock, alguma dança e mais companhia. Um somar de situações e pessoas que podem fazer a diferença.
Aconteceu... deixar que o tempo avance sem controlar o relógio. Estar no momento sem viajar muito pelos outros planos e irritações exteriores... Uma noite diferente, em óptima companhia e sem planos até acontecerem por si só.
Aconteceu... haver tempo para os outros e tempo para si mesmo! Vaguear nas ruas com a brisa fresca, as mãos a gelar e os olhos a cintilar com a harmonia que a rua infiltrava em cada poro. Ar puro, fresco e um cheiro a liberdade e desprendimento. Sorrisos, risos que chegaram com uma companhia surpresa mas muito bem vinda, não fosse o tempo (ou a falta dele) andar a desviar os caminhos de uns e outros.
Aconteceu... adormecer porque sim, andar na chuva porque o chapéu ficou em casa com a pressa de chegar a horas, voltar a adormecer sem querer contrariar ou sem forçar a uma saída para o frio que parecia assustar lá fora.
Aconteceu... acordar e sair, mesmo com o frio mas com uma luz leve a cair do céu que, logo sumiu à medida que as rodas percorriam a estrada em direcção ao rio. Tinha um lugar mesmo à minha espera, tal como uma companhia que trazia muito que contar por dentro.
Sentir um sabor doce, leve, escorregadio e algum granulado que rebentava ao enrolar-se na língua quente... o sabor a laranja percorria todos os cantos da garganta e do cor, e que bem que soube. Brincar com o copo, olhar para todo o ambiente e cair no conforto dos sofás que gritavam por um corpo caído e relaxado... assim foi! Risos, sorrisos e "abrir de portas" que se fechavam a si mesmas... abraços e toques suaves de cumplicidade "não perdida" nem desgastada com o tempo "ausente"... soube bem!
Aconteceu... voltar a sentir que não é preciso usar todas as palavras, que não é preciso abraçar para dar um abraço, sentir o quão bom é poder dar colo e fazer alguém sorrir o tempo todo sem esforço ou intensão... é bom querer fazer bem (e fazê-lo realmente) a alguém, mesmo que implique ser-se duro numa fase inicial... o final é que conta!
Aconteceu... a surpresa das palavras escritas numa mensagem, a surpresa de um tilintar de sons, a chegada do aconchego de uma amizade duradoura, a surpresa de um anoitecer em que a tranquilidade chega e vai como um baloiço!
Aconteceu... que passou um fim-de-semana a voar e ... aconteceu o sol brilhar e a chuva cair mas, ainda assim, muita coisa aconteceu e, aconteceu sem planos!
Expressões que marcam os dias ...
Nothing is ever as it seems
Lamento
...é por ti!
E assim os dias correm e a vida também!
1 comentário:
"não penses que sei ser sem ti!"
=)
**
Enviar um comentário