Já procurava por nós há algum tempo, sem que o tempo permitisse que nos pudessemos encontrar. Finalmente, fintámos o relógio e os dias e, arrancámos dali, com um destino para nos separar mas, com uma viagem que saberia melhor do que um gelado no verão. Sem darmos por ela, conversámos... tudo fluiu de dentro, sem filtro ou necessidade de processamento. É tão estranho saber o que diz o teu rosto e "re-ouvir" isso em palavras concretas e sentir a companhia de uma luta travada no interior! Senti algum alívio e preocupação, por ti e por nós.
Perdemos o rumo com o desenrolar do novelo até então preso e entrelaçado. Quando deste por nós, estávamos a fugir do ponto de separação de viagens. Regressaste com calma e com um sorriso pela situação e... despedimo-nos! Senti-me bem ao levar alguns dos teus medos e tormentos comigo na bagagem e poder ter dividido alguns dos meus também.
A espera foi um tempo de fuga ao permanecer a pensar demais... de bilhete na mão, segui rumo ao destino desta noite. Viagem no escuro, com um sorriso simpático ao meu lado mas um silêncio interior que permaneceu por pouco... interrompeu-o a música. Procurei ouvir melhor as palavras cantadas, perdi-me entres as ouvidas e as escritas que irrompiam o compasso.
Não demorei a chegar, demorei a entender que o cansaço estava enroscado no meu olhar, a escorer-me pelo corpo e a calar-me a voz.
Cheguei a pensar em ti... escrevi para ti...
Shhhhhhh... ainda não abri a mala! AS nossas preocupações vão ficar lá fechadas até amanhã. Assim, dormes quieta, calma e bem.
Boa noite!!
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