terça-feira, setembro 09, 2008

Há qualquer coisa inquieta e ferida

Sentem-se as marcas... sente-se na pele!
Quanto mais se sente a vontade inocente de desdenhar o óbvio, fica cravado o frio e dorido de um pensamento perdido no meio do medo, do choro, da dor...
Apetece fugir da fuga, correr para a rua e gritar ao mundo a crueldade que uma vida pode ter num dado momento ou numa dada questão de segundos perdido no meio de um respirar profundo.
Sente-se o calor entrar em cada espaço do corpo... o frio corre apressadamente para o recanto mais escondido de um espaço fechado e ... desvanece com a luz que se vai apagando perante os olhos aberto. Os gritos tornam-se silenciosos no interior do corpo tenso e fechado... parece que segura num peso leve, numa raiva calma... parece que tudo perde o sentido e parece o que não parece... perde-se o tempo e a orientação já não vem de dentro nem de lugar algum... apenas se perdeu com o perdido.
Os ponteiros avançam sem que sejam vistos correr e os olhos fazem prisioneiras as teimosas e cintilantes bailarinas escorregadias... são presas com toda a força que existe e com aquela que nunca existiu mas apareceu...
A alma voa, perdida, num espaço vazio mas interior... perdeu-se a noção do que se tem e do que se é! Limita-se a existir um espaço perdido, um espaço vazio que nem o leve e lento respirar parecem conseguir reanimar e levantar do chão.

A queda livre passa por uma queda infindável e sabe-se que o chão é duro de suportar a queda... ainda assim, é desejado o toque seco do chão à queda fria e eterna que não deixa sentir nada senão o tempo...

Fica a tristeza perdida na floresta da luta e da vontade! Fica a lagoa do medo, no meio das frutas que alimentam e fortalecem para o caminho limitado... vêem-se os animais ferozes prontos a saltar para devorar a força da vida que não quer desistir...

"há qualquer coisa inquieta..."

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