O meu trabalho agora (se o posso chamar assim) passa muito por escrever, reescrever, pensar no que quero escrever, articular o que escrevo, pensar no que pretendo transmitir ao escrever…
Acho mesmo que isto também é uma coisa que se ensina!
Uma coisa que aprendi foi que se me perguntarem onde estou neste momento posso dizer que estou rodeada de quatro paredes (brancas), que tenho uma janela ao pé e um computador em frente mas, isso na verdade nada diz… Na realidade essa mesma descrição pode corresponder a vários cenários… porque não digo que da janela sobressai um azul de céu forte enquanto as cortinas esvoaçam ao sabor do vento e da melodia que ouço das colunas do computador… porque não digo que nas paredes está uma das minhas imagens preferidas, a preto e branco, com um poema de fundo, e que me sinto acolhida por todos os livros que dispus na estante segundo critérios que fui definindo.
Acho mesmo que isto também é uma coisa que se ensina!
Uma coisa que aprendi foi que se me perguntarem onde estou neste momento posso dizer que estou rodeada de quatro paredes (brancas), que tenho uma janela ao pé e um computador em frente mas, isso na verdade nada diz… Na realidade essa mesma descrição pode corresponder a vários cenários… porque não digo que da janela sobressai um azul de céu forte enquanto as cortinas esvoaçam ao sabor do vento e da melodia que ouço das colunas do computador… porque não digo que nas paredes está uma das minhas imagens preferidas, a preto e branco, com um poema de fundo, e que me sinto acolhida por todos os livros que dispus na estante segundo critérios que fui definindo.
Aprendi ainda que, à semelhança do que acontece num filme comercial, se deve investir nas cenas iniciais, ainda que estas tenham apenas uns míseros segundos de protagonismo. Apesar de no resultado final corresponder a nem um minuto da película total, a curta cena exige sempre um grande investimento económico, uns tanto ou quantos (que é como quem diz umas largas dezenas de milhares) figurantes, a escolha minuciosa de uma banda sonora (quiçá elaborada especificamente para o efeito) ou mesmo um lugar situado noutro ponto qualquer do mundo mas que personifique o ambiente idealizado.
A capacidade de criar imagens mentais, de induzir uma motivação para o que vem a seguir, de conseguir aliar os sentimentos às palavras, esta capacidade de cativar sem pretensões…
Aprendi que investir nisso custa muito e obriga a um cuidado minucioso a que nem sempre estou disposta…
Uma coisa que aprendi também foi a lidar com a minha dificuldade em conjugar isto tudo (lembro-me bem quando me propuseram fazer mais exercício físico na tentativa de aumentar os meus níveis de testosterona no sangue, porque transmitia demasiado nível de estrogénio em tudo o que escrevia =)
Aprendi sobretudo que escrever é mesmo difícil! E que é uma coisa que se ensina… E o que eu ainda tenho para aprender!
Aprendi que escrever pode ser uma coisa bem morosa... =)
1 comentário:
Imagino-te em todo esse ambiente que descreveste, com o teu ar, com a tua forma de estar e ouço-te a dizer muitas das coisas que aqui escreveste, por entre os sorrisos matreiros, os olhos meio fechado e um brilho extraordinário.
Hoje, enquanto vinha a caminho de casa... apareceste-me no pensamento com uma saudade extremamente presente!
Aprende-se muito e ensina-se também... a nós mesmo e aos outros
obrigada
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