- Podemos falar no meio da rua para as pessoas nos verem junt(a)os?
- E se terminar em dança seja!
É uma coisa de que tenho pena...
Esta minha atrapalhação para as danças...
Dançar no meio da rua quando não se está à espera, porque apetece...
(vêmo-lo em muitas histórias)
Já não sei se gosto por ser um cliché usual a que nos habituámos!
Símbolo de liberdade interior, de sincronia momentânea...
Como se pudesse ser o único...
Ontem, dancei no meio da rua, porque apeteceu (foi só um bocadinho :s - era de dia e toda a gente via - se eu soubesse dançar bem, ainda vá que não vá, mas assim :s)...
Também o gosto de pensar como símbolo de brincadeira, de partilha da alegria da amizade...
E o mais giro é que da próxima vez que estiver num ambiente para dançar hei-de voltar-me a inibir nesta coisa que é o dançar...
Mas temos dias...
E ontem foi o meu dia de dançar no meio da rua =)
segunda-feira, dezembro 08, 2008
"Tenho a convicção de que um escritor acredita mais na palavra deus do que em Deus propriamente dito. E este modo de colocar a linguagem no quarto principal do palácio não é de forma alguma exclusivo dos poetas, pois também os que trabalham com leis confiam mais nas palavras do que na vida em geral. Ou seja: confiam menos nas coisas que vão acontecendo antes ou durante a existência do verbo do que no verbo propriamente dito.
Para descrever o aparecimento da Surpresa no mundo não há decreto-lei, mas haverá certamente um verso. Para a descrição da Repetição não existirá um verso, mas um decreto-lei que a entende, explica e prevê.
A vida inteira encontra-se, assim, coberta por palavras.
Apenas com vinte e seis letras se dá nome a todas as coisas do mundo e se explicam os inteiros movimentos de todas as coisas do mundo.
Mas isto é outro assunto, senhor Breton.O que lhe queria mesmo perguntar, senhor Breton, surge, afinal, de uma outra preocupação, e é esta: será que só a realidade onde a expectativa existe é que se pode transformar em verso? Isto é: poderá a poesia ser entendida como os momentos (plural) que antecedem o momento (singular) em que uma cadeira, por exemplo, se parte? Ou, dito de outra forma assim definitiva: parece-me que poesia é, nas palavras, o momento em que a linguagem está prestes a partir-se em dois.
E porquê?
Porque aí foi colocado um peso excessivo: os versos pousam palavras sobre a linguagem, palavras que, lado a lado, pesam mais do que o suportável. E a frase pode nunca cair, mas até ao fim dos dias promete cair, ameaça cair. E cairá.Ou não? O que lhe parece, senhor Breton?"
[in O Senhor Breton e a entrevista, de Gonçalo M. Tavares, Caminho, 2008]
Caminhava na rua, sem destino aparente. Ainda assim, parecia procurar sempre o próximo cruzamento em que escolheria um caminho, ao acaso, sem parar para pensar.Parecia que caminhava por ruas vazias mas, estavam cheias, como aquelas noites merecem e, tradicionalmente, se enchem. Parecia deambular, com a cabeça perdida em algum lugar, que não aquele, e sem que uma única palavra lhe saísse da boca, sem que a cara tivesse alguma expressão que não a de um ar pensativo e distante. Cruzavam-se olhares sem que um sorriso fosse arrancado ou, inocentemente, perdido e "matreiramente" solto. O caminho foi longo... até se encontrar no meio de um grupo de amigos, exactamente junto à estátua no meio da praça. Só aí se soltou o sorriso, abraços e a magia da amizade de longa data. O pensamento ficou em "pause" durante algum tempo depois. Encaminharam-se, juntos, pelas ruas a subir, diferentes e desconhecidas em plena noite. No meio da multidão desconhecida e do conjunto de caras próximas e amigavelmente conquistadas num verão e numa vida... surgiu um sorriso perdido mas familiar. Brotou um sorriso maior e cheio de tão surpreso e feliz. O filme quebrou ali mesmo...Voltou a uma das esquinas, dos cruzamentos em que teria que entrar por uma rua ao acaso... lá foi! Passo a passo. De repente, sente uma voz soar ao ouvido... subitamente alguém vem na sua direcção, com o maior sorriso, mãos nos bolsos, ... fecha-se com um abraço apertado e um doce toque. Quebra-se o frio do olhar e aquecem os corações pelo encontro inesperadamente planeado. É levada pela mão para qualquer lugar onde nada importa. Ouvem-se risos, bebem-se copos, ouve-se música, sobem-se as escadinhas...tanta gente diferente e animada mas, o importante é que aquela companhia mantém a segurança a cada passo que avança pela multidão.Conversa-se sem parar, com brincadeiras, telemóveis a tocar com mensagens, risadas, piadas, ... fecha-se um momento com o cruzar de olhares que falam mais do que toda a conversa da noite. Envolve-se num abraço quente e sorridente e o silêncio quebra-se com um simples aconchegar de almas. Terminam a noite, a dois, em silêncios e palavras soltas "porque sim" sem uma ordem aparente de temas... e o resto... é um silêncio trocado em gestos e poucas palavras... só no silêncio da noite, no quente de uma lua!
Podia inventar mais histórias, sem um tema aparente...apenas debitar palavras e encontrar uma sequência que parece "lógica e organizada"... deixar que as mil e uma coisas que se ouvem contar se misturem numa só e resultem em qualquer coisa... Histórias... muitas que ficam por contar... outras que ficam por se viver!
It's something like i apologize It's something i still can't decide But i know it gets better It only gets better
And i want to say that it's not always easy But it's simple that way And i want to stay and play it out But i still have my doubts So you say it gets better It only gets better Better this way Better, maybe it's better this way
Beautiful things they never stay, oh, the same way They pass, oh they pass away, they always change Who are we is who we are When the act of love can get us so far So good i wish you would Think twice on me 'cause it only gets better
It only gets better Better this way Better, maybe it's better this way Just give it some time Just give it some space Just give it some time, maybe it's better this way Just give it some time Just give it some space Just give it some time, maybe it's better this way
So better It's better this way Baby, it's better this way Just give it some time Just give it some space Maybe, yes maybe, yes maybe, yes maybe It's better, oh, this way Promise me you'll always be better Better
I hold it, I fold it I throw it on the floor I wrote it, but maybe I'm afraid That you'll be bored
It's very real and true and sad And hopeful just like me It's one of those things I'll never tell I'll carve it in a tree
I follow you, I watch you I thank god you're in my class I picture us in the schoolbus And we're holding each others' hand
I need a plan for you to fall In love with me and then I'll make you marry me, I'll wait...
I never wear my glasses when I know that you can see me You act as if I'm not around But deep down you must need me
I draw you, every single Feature in my head I try to do my homework But I dream of you instead
I need a plan for you to fall In love with me and then I'll make you marry me, I'll wait... I'll make you marry me I'll make you marry me I'll make you marry, marry me... I'll wait...
Há uma tendência inata para dividir as coisas em dois tipos. Nos slogans, numa conversa, em argumentos explicativos, em teorias instantaneamente criadas, no âmbito de uma refutação, rotulamos tudo em dois… Facilita!
Há algum tempo vislumbrei num cartaz: "Há dois tipos de pessoas, aquelas que gostam de ajudar e as que precisam de ajuda." Ora, nada disto é totalmente verdade! O que é certo é que, de facto, ludibria muito bem os leitores e, em última instância, convence as pessoas a quererem, forçosamente, enquadrarem-se numa das duas (“únicas”) categorias existentes. Tal facto acaba por motivar o comportamento pretendido. Um marketing bem feito! Para além disso, há que ter ainda em conta que, em última análise, todos nós, em diversas circunstâncias das nossas vidas vamos pertencendo a categorias diferentes, em função dos momentos. Irrito-me sempre com dualismos reducionistas, porque no fundo existem tantos tipos de pessoas (ou factos) quanto quisermos…
“Fátima Cristina acha que o mundo se divide em dois tipos de pessoas: aquelas que acreditam ser possível comunicar com os mortos; e aquelas, ainda mais ingénuas, que acreditam que se pode comunicar com os vivos”
Rui Zink
"Just one more dance to help me sleep Whirl, cold water eyes Fill the past with friendly nights..."