segunda-feira, maio 31, 2010

Ser mãe, como é?


Passamos o tempo e a vida a tecer comparações entre tudo e todos, entre atitudes e ditos.

No dia da criança fica-me a navegar por entre pensamentos de um mar agitado o que é e como é ser um bom pai!


Dei por mim, imensas vezes a repetir "eu não vou ser assim" ou "não quero ser assim". Sem dúvida que só a vida, o momento e o futuro poderá definir a postura de cada um perante a realidade de construir uma família e fazer dela a melhor de sempre, sendo esse, por norma, o sonho e desejo de cada um. Ser mãe é um desejo que se mantém firme desde cedo, mesmo quando me revolto com alguns dias e tento afastar a ideia de ter um filho. Prevalece, claramente, o coração perante tudo o que a razão possa tentar apostar para deitar abaixo essa magia.

Mas... como se poderá criar ou saber se somos bons pais ou não? Peranto o pouco que a vida tem ensinado, vou encontrando caminhos e descobrindo um pouco mais desta dúvida que assombra muitas cabeças, nomeadamente a minha.

Ser-se pai/mãe passa por um caminho difícil e muito inconstante. Exige a firmeza de um gesto ou de palavras e exige o colo mais acolhedor e quente do mundo inteiro; é um conjunto de opostos que raramente se cruzam ou, sei lá eu, se alguma vez cruzam caminhos. Ser mãe pede a amizade mais sincera e pura, mas grita pela distância que o respeito e autoridade impõem em muitos momentos da vida.

Ser mãe é sofrer enquanto se ensina uma criança que fez algo grave, é sentir o coração apertado enquanto se mantém a postura de severidade ou autoridade extrema; é sofrer-se por castigar os filhos pelos seus erros, sabendo sempre que é duro mas que faz parte de crescer; é não ceder às lágrimas doridas de mais um raspanete; ... é saber acolher uma conversa simples, sem nexo e sem organização sobre um dia cheio de brincadeiras, que soa a banal mas, tem tanto brilho no olhar; é saber trocar o conforto da cama e de um filme pelo chão da sala e um bebé de plástico; é saber ser criança e passar o papel de adulto ao filho; é saber explicar tudo, mesmo o mais difícil; ...


Ser mãe é, acima de tudo, ser-se sincera e apaixonada! É ser-se capaz de dar o mundo inteiro a um ser tão frágil e único! É ensinar todos os caminhos e mostrar ao filho que o mundo não é apenas bonito e que, cometemos erros pelos quais temos que pagar um preço e que, não somos perfeitos nem melhores que ninguém; e que sermos pequenos não é desculpa para termos a liberdade de fazer tudo!!


Ser mãe é ser especial! É ser amada e amar! É ser mãe e ter o dom de ter uma vida por dentro!


Ser mãe deve ser mesmo bom, apesar das lágrimas,das dificuldades e das dúvidas! Ser mãe é aprender todos os dias...


É ter uma criança que dá sentido à vida... e ser mãe é, certamente o momento em que a vida tem um sentido que não muda mais: fazer alguém muito feliz!!!

sábado, maio 29, 2010

Movies


A noite já vai longa e o cansaço é muito e pesado... mas não há capacidade para decidir quando parar de clicar no "stop" e rumar ao quarto para adormecer até amanhecer novamente. Segue-se um depois do outro, como se diz "são como as cerejas", vem um depois do outro.

A companhia levantou a bandeira após o primeiro filme e retirou as tropas para recuperar para um novo dia... senti que faltava qualquer coisa... ri, sorri e diverti-me mas, não me chegou para um filme, soube a pouco. Após procurar um pouco e sortear um título/trailer "here we go", alone this time. Recostada no sofá, todo inteiro só para mim e um filme um pouco mais cheio que o anterior.


Ver filmes acaba por ser uma fuga! Sai-se do real e entra-se na história que os olhos observam e a cabeça absorve. Por breves instantes o real aparece com o toque de uma mensagem ou um simples desvio do olhar mas, rapidamente nos voltamos a entrelaçar nas vidas paralelas e nos enredos de um ecrã e corpos que se movimentam e dão vida a uma história que, como se diz, "podia ser a nossa" ou "podia ser a de qualquer um".

Quantas vezes desejariamos ser uma personagem de um filme ou não nos vemos a interpretar papéis semelhantes?


É delicioso chegar ao fim-de-semana, não contar o tempo, não definir saídas e deixar-se enrolar em histórias diferentes, saborear um pouco mais do sofá e deixar-se levar...


Chega talvez ao fim, por hoje... amanhã a noite é outra e os filmes podem ser sempre mais...


"Keep moving watching movies"

domingo, maio 23, 2010

Sabes de ti?


Quando quiseres saber de ti, vem bater-me à porta. Não perguntes quem sou ou de onde venho. Vem devagar e chama pelo teu nome. Contar-te-ei a tua história desde que te vi sorrir. Vais ouvir falar de alguém capaz de percorrer a estrada para alcançar o conforto e oferecer um abraço maior que o mundo inteiro.

Posso contar-te a tua história que ficou perdida num passado, fechada num pequeno cofre que só quem fechou ou viveu sabe contar. Vais saber que eras uma preocupação, que eras presente e que tinhas quem cuidasse de ti a toda a hora. Guardaram-te bem!

Posso falar-te dos teus medos, das tuas conquistas, das tuas aventuras...


Sabes? Posso falar de ti! Daquele tu que conhecemos em tempos e que agora, não se sabe onde se perdeu ou se não se quer encontrar. Aquele que viveu tudo com muita vida e fechou a porta no maior desafio de vida.


Quando quiseres saber de ti... vem sem medo perguntar! Não queiras saber quem te conta a história ou quem te viu viver, tenta só saber quem foste e com isso... reconquistar a vida de quem és ou viver a vida de quem te tornaste...


Sabes quem és? Eu nem sempre te sei... e acho que tu também não... mas quando quiseres saber de ti, eu sei onde te encontrar.

Os lobos do coração


sexta-feira, maio 14, 2010

Dividir e partir

Já procurava por nós há algum tempo, sem que o tempo permitisse que nos pudessemos encontrar. Finalmente, fintámos o relógio e os dias e, arrancámos dali, com um destino para nos separar mas, com uma viagem que saberia melhor do que um gelado no verão. Sem darmos por ela, conversámos... tudo fluiu de dentro, sem filtro ou necessidade de processamento. É tão estranho saber o que diz o teu rosto e "re-ouvir" isso em palavras concretas e sentir a companhia de uma luta travada no interior! Senti algum alívio e preocupação, por ti e por nós.
Perdemos o rumo com o desenrolar do novelo até então preso e entrelaçado. Quando deste por nós, estávamos a fugir do ponto de separação de viagens. Regressaste com calma e com um sorriso pela situação e... despedimo-nos! Senti-me bem ao levar alguns dos teus medos e tormentos comigo na bagagem e poder ter dividido alguns dos meus também.

A espera foi um tempo de fuga ao permanecer a pensar demais... de bilhete na mão, segui rumo ao destino desta noite. Viagem no escuro, com um sorriso simpático ao meu lado mas um silêncio interior que permaneceu por pouco... interrompeu-o a música. Procurei ouvir melhor as palavras cantadas, perdi-me entres as ouvidas e as escritas que irrompiam o compasso.
Não demorei a chegar, demorei a entender que o cansaço estava enroscado no meu olhar, a escorer-me pelo corpo e a calar-me a voz.

Cheguei a pensar em ti... escrevi para ti...

Shhhhhhh... ainda não abri a mala! AS nossas preocupações vão ficar lá fechadas até amanhã. Assim, dormes quieta, calma e bem.

Boa noite!!

quarta-feira, maio 12, 2010

Emprestas-me o coração por uma noite?



Há tantas e tantas situações em que o coração pode bater mais forte...
A vontade de dançar obedece mesmo a este príncipio, a ritmicidade faz-nos processar a informação errónea de que o nosso coração está a bater mais depressa, sinónimo de entusiasmo...

Ao invés, pode também denunciar uma ansiedade voraz...
O nervoso miudinho...
O nó na garganta...
As borboletas na barriga...
Tudo complementos essenciais de um coração que parece querer saltar do peito...

E como bate o coração agora?

Gosto desta transparência a que não podemos controlar. Há melhor sinal?

quinta-feira, maio 06, 2010

E para quando a hora do encontro?



"Tenho medo de te ver
Necessidade de te ver
Esperança de te ver
Inquietação de te ver

Tenho ganas de te encontrar
Preocupação de te encontrar
Certeza de te encontrar
Pobres dúvidas de te encontrar

Tenho urgência de te ouvir
Alegria de te ouvir
Boa sorte de te ouvir
E temores de te ouvir

Ou seja
Resumindo
Estou fodido
E radiante
Talvez mais o primeiro
Que o segundo
E também
Vice versa"

Mario Benedetti