“ Loucura?! – Mas afinal o que vem a ser a loucura?...
Um enigma… Por isso mesmo é que às pessoas enigmáticas, incompreensíveis, se dá o nome de loucos…
Que, a loucura, no fundo, é como tantas outras, uma questão de maioria. A vida é uma convenção: isto é vermelho, aquilo é branco, unicamente porque se determina chamar à cor disto vermelho e à cor daquilo branco. A maior parte dos homens adoptou um sistema determinado de convenções: é a gente de juízo…
Pelo contrário, um número reduzido de indivíduos vê os objectos com outros olhos, chama-lhes outros nomes, pensa de maneira diferente, encara a vida de modo diverso. Como estão em minoria… são doidos…
Se um dia porém a sorte favorecesse os loucos, se o seu número fosse o superior e o género da sua loucura idêntico, eles é que passariam a ser ajuizados: Na terra dos cegos, quem tem olho é rei, diz o adágio: na terra dos doidos, quem tem juízo, é doido, concluo eu.
…”
Um enigma… Por isso mesmo é que às pessoas enigmáticas, incompreensíveis, se dá o nome de loucos…
Que, a loucura, no fundo, é como tantas outras, uma questão de maioria. A vida é uma convenção: isto é vermelho, aquilo é branco, unicamente porque se determina chamar à cor disto vermelho e à cor daquilo branco. A maior parte dos homens adoptou um sistema determinado de convenções: é a gente de juízo…
Pelo contrário, um número reduzido de indivíduos vê os objectos com outros olhos, chama-lhes outros nomes, pensa de maneira diferente, encara a vida de modo diverso. Como estão em minoria… são doidos…
Se um dia porém a sorte favorecesse os loucos, se o seu número fosse o superior e o género da sua loucura idêntico, eles é que passariam a ser ajuizados: Na terra dos cegos, quem tem olho é rei, diz o adágio: na terra dos doidos, quem tem juízo, é doido, concluo eu.
…”
In Loucura de Mário Sá Carneiro
2 comentários:
É bom termos um pouco de loucura... afinla de contas...
de louco todos temos um pouco :)
Vim aqui parar por sugestão de uma amiga que temos em comum, a Ana Mónica, e acabei por descobrir um espaço extremamente pessoal e no qual se manifesta gosto e conhecimento de Mário de Sá-Carneiro.
Valeu a pena, é verdade, mas a Mónica jamais me encaminharia para um espaço sobre o qual tivesse outro género de opinião.
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