sábado, abril 12, 2008

Livros "por uma noite"

Ontem, fui desafiada a sair de casa à noite! Tinha pensado ficar pelo meu espaço e tempo mas... o desafio pareceu-me simpático.
Saí para a rua. Uma brisa fresca escorria-me pela cara enquanto caminhava num passo apressado para chegar ao carro que me esperava. Entrámos e fomos pela estrada fora... até ao destino que nos acolheu, a nós e mais pessoas.

Uns passos perdidos por entre as pessoas que andavam com um ar tranquilo (talvez porque sexta-feira tranquiliza mais as pessoas) e encaminhei-nos para um espaço de música, livros e mil coisas. Quis passear perto de livros...uns conhecidos, outros que nem nunca sonhei ou vi. Sentia-me perdida no meio de tantas palavras. Procurava títulos que me chamassem a atenção e me levassem a ler o "resumo breve" que guarda, habitualmente, nas costas. Poucos foram os que me chamaram a isso... títulos apelativos, a falar de sentimentos e emoções mas... não encontrava muita coisa.
A menina que me havia levado procurava qualquer coisa nova para levar e ler. Baixou-se, mesmo junto à prateleira do fundo, juntinho ao chão, e pediu-me opinião. Quando me baixei, deparei-me com 3 livros ... apenas um deles me fez, repentinamente, recuar no tempo (não muito atrás, apenas uns meses) e sentir um aperto que havia sentido ...
Eu já lhe havia pegado, tocado e lido "as costas"... tudo encaixava na perfeição ao momento que começava a ser penoso e pesado; ao compasso de espera que queria que terminasse mas..não conseguia fazer-lhe frente e encontrar um fim porque... a esperança parece imortal!
Sugeri-lhe então o "tal" livro! Porque tinha ouvido falar "bem" dele e ... porque ... porque sim!
Peguei nele com algum jeito enquanto ela fazia "qualquer coisa" e... virei-o de costas... já não me lembrava bem tudo o que havia lido mas... deixei-me de "coisas", e comecei a ler, lentamente, cada palavra que deslizava em cada uma das linhas... dizia...

“Quando se ama alguém, tem-se sempre tempo para essa pessoa. E se ela não vem ter connosco, nós esperamos. O verbo esperar torna-se tão imperativo como o verbo respirar. A vida transforma-se numa estação de comboios e o vento anuncia-nos a chegada antes do alcance do olhar. O amor na espera ensina-nos a ver o futuro, a desejá-lo, a organizar tudo para que ele seja possível. É mais fácil esperar do que desistir. É mais fácil desejar do que esquecer. É mais fácil sonhar do que perder. E para quem vive a sonhar, é muito mais fácil viver.”

Diário da tua ausência, Margarida Rebelo Pinto

Quando acabei de ler não sabia bem onde meter todos os pensamentos... os sentimentos, tentei que ficassem onde quer que estejam agora... veio-me à memória uma cara, um tempo que não sei se já passado se ainda esquecido por entre a correria dos dias e da vida madrasta... mas... li!
Recordei...

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