sexta-feira, maio 23, 2008

Ao ligar a televisão deparei-me com um diálogo (numa série) que já ia a meio:

“Ainda não chegámos ao patamar de dizer sempre a verdade!
Tem que haver alguma censura para já…
Depois, lá chegaremos…”

Estou presa à ideia de que uma relação genuína exige honestidade pura sem deixar espaço para omissões. Requer a imposição da meta-comunicação , vulgo “dizer aquilo que se pensa” (a seguir, quando utilizar a palavra verdade quero com isso representar “aquilo que se realmente pensa”)!

Mas… muitas vezes ansiamos alcançar a “verdade” demasiado depressa e transpomos etapas…
Não devemos começar os primórdios de uma relação com um enaltecimento ou dureza da “verdade”…
A “verdade” tem que ser sempre algo que se conquista…
Porque, só depois de conquistada consegue-se lidar com ela de maneira construtiva.
Antes da fase da “verdade sem restrições” é necessário abater lentamente resistências e criarem-se oportunidades para as tentativas de adivinhar a “verdade”, das omissões que depois darão lugar a surpresas inesperadas ou descobertas imprevisíveis…



Talvez isso seja a condição necessária para um enamoramento que prende as relações para a posteridade, testando aquilo que conseguimos “ouvir” no que não foi dito!
A habituação, a desenvoltura de considerar o que o outro lado tem “lá” escondido ou o que o outro quererá dizer…
No entanto, numa fase posterior das relações, se a honestidade sincera não imperar parece-me a mim que algo vai mal…

E a paciência para se chegar à fase da verdade também é algo bem difícil…
E ainda mais difícil, perceber perspicazmente a altura certa para mudarmos para essa fase da relação…

Numa relação é o esperado que nos dá estabilidade mas também sabemos que é o inesperado que é capaz de mudar a nossa vida!
E a vida pressupõe mudanças para poder ser fascinante!

O que (ou de que é) que vale a pena esperar na vida?

Uma das opções de resposta será a “verdade” das relações!

3 comentários:

Ana Neves disse...

Olá, minha amiga!

Muito teria eu para comentar acerca deste teu post, neste momento só tenho a dizer-te que concordo plenamente contigo e manter presente tudo aquilo que já vivemos juntas, pois penso que não é mais do que a parte prática de toda esta teoria! :)

Um grande beijinho minha Maria!

Gosto muito de ti!;)

An@ disse...

Sem dúvida que as relações são faseadas e a verdade vai aparecendo numa questão de tempo e "momentos certos". As relações mais duradouras são feitas e baseadas em verdade, pressuponho eu.
A verdade é entregue a outrém e espera-se que o mínimo retribuído seja a verdade do lado de lá...

coisa complicadas de uma simplicidade extrema quando verdadeiras:)

as gémeas têm a verdade por dentro e por fora =)

*

Unknown disse...

Acho que em todos os teus post's teria algo para dizer acerca deles, mas decidi-me a deixar os meus pensamentos apenas naqueles que achei que para mim me marcaram mais...
Este foi daqueles profundos...:")
E tendo em conta todo o meu processo, acho este diz muito acerca daquilo que se passou comigo...;)
Tudo o que falámos naquela célebre tarde em tua casa, acho que mostra a falta de verdade nas relações,mas como dizes só depois de aprendermos é que por vezes conseguimos ver...
Por vezes corremos mais depressa do que as nossas pernas...
Mas quando chegamos, vemos que o caminho foi pouco aproveitado (irónico, pois para mim muitas vezes é esse que dá todo o significado à meta;)
Uma beijoca enorme e verdadeira!