domingo, maio 04, 2008

Até onde...


às vezes pergunto-me: até onde vai, realmente, a preocupação das pessoas?
Parece que só quando acontece alguma coisa um pouco mais fora do comum se tornam em "mães galinhas" mas depois de passar a situação... a despreocupação instala-se e espera-se por uma próxima vez para "re-preocupar" ...

Porquê? Somos seres estranhos...


às vezes pergunto-me: até onde vai a capacidade de seguir o que se sente se medo do que possa vir de mau? Até onde a capacidade de lidar com os sentimentos de dentro e dos outros por nós? Até onde as pessoas são capazes de dizer realmente o que sentem, o que querem... porque realmente querem?

Porquê? Magoam-se pessoas e magoa-se a própria alma com decisões inexplicáveis à própria explicação.



às vezes pergunto-me: até onde vou conseguir chegar (assim)?

A resposta é sempre a mesma "não sei!"


Até onde sou capaz de saber o que quero...
até ao ponto de passar uma noite inteira a dizer "eu só queria ser feliz!"

4 comentários:

Zé David disse...

Esse mecanismo é mesmo estranho. Estar triste chama a atenção... quem está bem não precisa de atenção, então não quero saber de quem está bem, vou ter com quem está mal, porque esse é que precisa de atenção.
Deixa lá, isto é pescadinha de rabo na boca.
Yael Naim, bora vê-la ao SW?

Um dia vou-te enfiar a cartola cabeça abaixo, e dou-te 3 beijinhos nessa carinha laroca. Hoje é o dia.

Maria disse...

Debato-me muitas vezes com essa questão...
Realmente somos seres estranhos...

Outra coisa estranha é quando alguém nos vê com uma cara mais neutra e nos corre a perguntar o que temos ou se está tudo bem?, e qd dizemos sinceramente que está tudo bem insistem e fazem como se nos sentissemos quase culpados por dizermos que está mesmo tudo bem connosco :)

No entanto, muitas vezes, só quem está connosco em todos os momentos é que percebe a verdadeira tristeza ( que às vezes anda disfarçada)...

Agora que penso, partilho quase sempre a minha tristeza exactamente com quem nunca me pergunta se estou bem mas que faz por se aproximar numa disponibilidade não verbal!

às vezes tb eu me pergunto o k faço eu aos outros...

Beijinho ;)

mp c disse...

por vezes existe uma grande distancia entre o medo e a loucura...visto que andam de maos dadas....e ssao poucas as vezes que prevalecem os dois..e é nessas alturas que surgem acções inexplicaveis e incognitas....

damos atençao, qd temos de dar, mesmo qd nao nos é pedido, mas sentimos essa necessidade...
por vezes nao há razao aparente..é cm um "vai-e-vem"..(espacial)...vem, marca e sai...acaba por ter tudo o que a vida costuma ter!

mas qd alguem me provar que nos nao somos estranhos, das duas uma:
a) ou tá pior que eu o que é improvavel;
b) ou eu mudei e fiquei naquele estado que os outros chamam normal...mas que para mim é que é esquesito...

nao deixes que a espera te mate!!...
"caminhante..a vida nao tá traçada...faz-se a andar, com um passo de cada vez.."

Pedro disse...

Apesar de lame é uma questão importante. De estranho o Homem não tem nada. Perdeu-se, isso sim, a visão do Homem como Continente, a Igreja Universal, isto é, a noção de Irmandade em que a morte e o sofrimento do Outro fazem parte da minha vivência. No lugar dos verdadeiros deuses, colocou-se a psicologia, o vazio, a indiferença - ilhas desunidas num tempo único sem nada que as diferencie. O medo e a espera não são estranhos, são naturais. Na poesia oriental podes encontrar: Correm as águas, mas o tempo passa
mais célere ainda./
Ontem, tinha o vigor da Primavera,
hoje, sou um Outono brando e cinzento./
Entre os homens e pinheiros há diferença,
quem não receia o frio?

E, não te esqueças, só os fracos abobinam a fraqueza.

Take care