Guardei ali, bem juntinho, naquele lugar que só eu sei chegar depressa e directo. Guardei para saber onde está, para encontrar quando quiser ir buscar, para recordar quando tiver vontade...
Guardei e ficou escondido, de todos e de tudo. Será que de tão bem guardado se pode perder na segurança do lugar?E se eu quiser perder aquilo que guardo? Onde deixar? Não se consegue perder nada se for deixado propositadamente... quando se perde não se esquece o que se perdeu (quase sempre).
Segurar num monte de coisas e ir perdendo num caminho que não se sabe onde leva e termina-se perdido na rua "de ninguém" à procura de "sabe-se lá onde" e sem "tudo o que se guardou e se quis perder" e depois? ... depois perde-se o tempo.
Queria guardar mas não sei onde! Queria perder mas não sei onde perder sem achar! Dentro de um espaço puramente grande mas tão pequeno que se tropeça naquilo que mais se conhece e menos se quer encontrar.
Perco-me na perdição...
Queria perder e sem guardar; guardar e não perder; ...
uma constante contrariedade de achados e perdidos que o tempo não esvazia ou enche...
Achei aquilo que perdi... e guardo aquilo que foi perdido... encontrei um recado final, perdido no chão e achado por mim:
Achavas que me tinhas perdido mas... encontras-me sempre que me perdeste!
Do teu sempre,
Do teu sempre,
Achado e Perdido
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