sábado, setembro 29, 2007
Arrumações III
Ainda fica tanto por arrumar... :)
Eu e a mania das arrumações... terrivelmente irritante para comigo mesma! Arruma aqui, desarruma acoli...
É bom saber aproveitar enquanto se arruma muita coisa sem ser preciso mexer com caixas, com folhas, com cartas e envelopes...
Também se consegue arrumar enquanto o corpo cai e se deixa ficar...
o coração e a cabeça... vão fazendo o resto
=)
Arrumações II - caixa de correio azul
Não... aquela caixa não... Tão vazia mas tão pesada de um passado que acompanha sempre ...
Era a última que queria abrir se tivesse mesmo que ser. Aquelas que guardam segredos, que guardam palavras que por muito que se tente não se perdem no tempo, imagens... sentires... sabores... memórias... sorrisos... surpresas... e o "pesado peso" de sentimentos que se tentaram apagar ...
A caixa convida a que seja tocada, mexida... ficou "entreaberta" e se pegar nela vai cair tudo o que lá dentro guarda...
Fiquei uns minutos de pé... com ela bem assente nos dois pés que me seguravam ao chão... deixei cair o corpo sobre mim e, com as mãos bem firmes, peguei nela... com todo o cuidado merecido e sentei-me com ela no colo. Tilintei com o olhar...fixo e medroso...
...ABRI-A...
não encontrei novidade alguma mas parece sempre que vou abri-la pela primeira vez... lembranças e uma carta... uma letra não muito bonita mas que consigo ler... passei-lhe os olhos 2 ou 3x num "passado"... esta era mais uma...
passa um vento na memória enquanto leio apenas metade da carta... parece que um filme de sentires e de "fotografias" me passa na mente e o comando não funciona para que pare!
"outra vez não!"
ri, sorri e cintilei novamente cm um sorriso não sei se triste ou com saudade no olhar...
(silêncio)
... foi o que ficou e me acompanhou enquanto dobrei a carta, fechei a caixa, a guardei, desci as escadas e me sentei a escrever ... depois de um percurso difícil ...
fica apenas a palavra "especial" repetida ao vento, ao tempo, à memória e à vida... é especial pelo sentido da palavra e pela caneta de quem a escreveu "um dia"...
Recordar pode ser, muitas vezes difícil mas... faz sempre bem! Lembra-me que tenho uma história e que não me esqueço do mais importante que tive nela =)
Arrumações
Hoje decidi arrumar...
entre limpar o pó, dobrar e organizar as roupas acabei no armário. Lá entro estavam vários sacos, todos com coisas diferentes mas que tinha a intenção de guardar. Comecei devagar a separar tudo! A maior parte delas fez-me ter que mudá-las de lugar!
Subi e desci várias vezes uns degráus que me fizeram chegar à divisão mais alta e quente da casa onde tinha milhentas coisas de um passado chamado infância e de um presente chamado faculdade. Desde brinquedos a folhas que se foram amontoando e guardando à medida que os anos agora passam.
Passei então para uma pequena divisão do sotão onde me esperava um armário tapado apenas por cortinas! Respirei fundo e corri as cortinas para o lado. Procurei onde as prender para não me incomodarem... assim ficaram! Presas! E eu...? Presa a olhar em frente, para as muitas caixas e sacos com recordações de tudo e mais qualquer coisa que eu já passei,vivi, sonhei e escrevi... tudo ali... bem à minha frente, à distância do toque da minha mão.
Desarrumei tudo... tentei começar por encontrar o caixote certo para colocar "isto" e "aquilo". Aos poucos fui vendo que passei por poucos caixotes mas que estavam finalmente colocadas as coisas no lugar (nos caixotes certos) menos todos os caixotes.
Reparei que havia ainda coisas sem um lugar. Toca de descer, procurar sacos, escrever "referências" e arrumar tudo num NOVO caixote!
Agora sim, começar a arrumar tudo de novo! Dei por mim com uma nova mudança... a prateleira que era só minha ficára agora pequena para mais um caixote. Optei por "roubar" o espaço vazio da que estava mais a baixo. Encaixei lá coisas mais antigas, cronológicamente, e que saberia que tão cedo não iria mexer! Em cima, o espaço ficou mais vazio, agora com espaço para o "passado recente" que procuraria talvez num curto espaço de tempo (ou não). Na arrumação caiu uma caixa aos meus pés...
sexta-feira, setembro 28, 2007
Estupidez
segunda-feira, setembro 24, 2007
Rua de Sésamo
Pediu-me segredo…
E foi assim que, como um menino (que era!), se chegou a mim e estendeu os braços, que de forma firme me envolveram em tom de abraço…
Mal ele sabia que estava a trocar afectos com alguém a quem chamavam Pipi das meias altas (em pequena não saía à rua sem a companhia de dois totós. Por achar isso uma vaidade desnecessária omiti-lhe esse facto…)
E foi também assim que, sem ele saber, duas personagens da animação de outrora estabeleceram uma aliança através de alguém (que, apesar de tudo tinha algo em comum: a capacidade de se prenderem à fantasia do momento (quer na tela de cinema sob a forma de desenhos com contornos animados como o Poupas ou a Pipi das meias altas, e que faziam as delicias do imaginário de crianças como eu e ele. Quer na tela da vida, sob a forma de contornos de um abraço intimista, que anima qualquer alma e delicia recordações de adultos, que eu e ele nos vamos tornar…)
E, foi assim, que só depois veio a promessa de despedida no dia seguinte…
E foi também assim que me deixei render à Rua de Sésamo…
Aquela rua por onde se passeia o Poupas amarelo e a que também gosto de chamar coração…
Porque no final de contas, as sementes (de sésamo ou não) crescem e dão frutos…
quinta-feira, setembro 20, 2007
Histórias...
Eu sou a mais velha! E um bocado mais velha….
Há dois pares de anos delineamos duas equipas (de acordo com 2 características marcantes), se bem que as equipas têm pessoas desse núcleo familiar e outras que a ele se juntaram por casamento.
Os netos estão distribuídos equitativamente, 2 para um lado e 2 para outro:
A equipa alegria!
(E diga-se de passagem, o termo alegria não foi o mais apropriado mas não encontramos outro. Estamos a tentar encontrar outra palavra k alie essa a desvaneio, mas não é fácil!)
A equipa serenidade!
Adivinhem em qual estou…. Não é difícil… :)
Gosto muito da equipa alegria! Gosto mesmo!
E às vezes tenho pena de não ter a “sorte”de ser a metade detentora dessa carga genética! Ou pelo menos de alguma dose de desvaneio!
Porque acho que me faz falta :)
P.S: Agora que penso, na minha vida tenho encontrado equipas… E admiro-as :)
terça-feira, setembro 18, 2007
Agradeço-te, Xuxu!
segunda-feira, setembro 17, 2007
quinta-feira, setembro 13, 2007
Proximidade?
Lembro-me de ouvir isto numa sala de cinema… (há cerca de 10 anos atrás)!
Lembro-me de ser pequena...
Mas lembro-me bem da empatia que o filme (Jerry Maguire) suscitou em mim!
Não o voltei a rever mas é mesmo giro aperceber-me que ele foi um filme que “ficou” (não que seja um filme de topo, mas pela simplicidade) – não sei se hoje pensaria assim ao revê-lo mas acho que se o fizesse estaria demasiado influenciada pela memória que me deixou, no despertar das sensações do passado…
É que é basicamente isto! Amar pelo que o outro é, pelo que quer ser e pelo que quase é. Amar também no que falha portanto.
E dizem eles que um grande amor sobrevive à distância… Eu diria que um grande amor sobrevive à proximidade…
Gostaria de dizer que aprendi isto na tela de cinema, lembrando-me de Jerry Maguire…
Mas estas coisas não se aprendem assim!
terça-feira, setembro 11, 2007
Quartos-crescentes doces
Gosto de imaginar-me no futuro…
…noutras circunstâncias…
…noutros tempos…
…noutros sítios…
…com outras características…
Gosto de imaginar os outros…
Sim, gosto de imaginar…
Os “ses”…
Sou sempre atormentada pelos “ses” :)
Imagino os “ses”
…
…
P:S: Uma pequena explicação do título:
Quarto: porque imagino no silêncio da noite, no quarto, a adormecer…
Crescente: porque uma vez a imaginar as invenções desenrolam-se num crescendo de sucessões…
Doce: porque sabe bem imaginar…
Quarto-crescente doce: porque faz um bonito trocadilho com lua de mel e personifica a imaginação fértil que precedeu a escolha do título (modéstia à parte!)...
Sonhar também nos faz ver estrelas... :)
È que hoje olhei para a lua e senti-me acompanhada ( e não foi só por estrelas)…acompanhada por lembranças vagas, palavras perdidas, olhares desencontrados e toques superficiais que me fizerem arrepiar, toques que mexem com muita coisa…
Saboreei as imagens imaginadas, que em tom pegajoso…colaram em mim. E nunca mais saem…
Senti a doçura do mel que se alastra nos meandros dos sonhos…
Sonhos nocturnos… distantes… emaranhados… pouco nítidos…
Mas que nos tocam…e em jeito de empurrão nos impulsionam para a vida…
…noutras circunstâncias…
…noutros tempos…
…noutros sítios…
…com outras características…
Hoje imaginei!
E volto a ser atormentada pelos “ses”….
segunda-feira, setembro 10, 2007
Coisas diferentes!!
domingo, setembro 09, 2007
Good luck ....
quinta-feira, setembro 06, 2007
Just missing...
quarta-feira, setembro 05, 2007
Fotografias
terça-feira, setembro 04, 2007
24 de Agosto de 2007 @ Quiaios
Já quase que passou uma semana depois de ter refeito as malas e partido para este canto do mundo, do meu mundo. Um “pequeno grande” abrigo. Um cheiro especial de um lugar especial… pelas histórias, pelas lágrimas, pelos segredos, pela liberdade da alma… pelo mar e pôr-do-sol que, só aqui, tem um sentido muito certo e intenso.
Os dias vão passando relativamente parecidos mas com certeza de diferenças! Caminhar à beira mar faz sentido, traz prazer de um silêncio segredado pelo chão que vou pisando, pelo mar que se vai estendendo na areia e lhe muda a cor. Deixo pegadas perdidas na areia, com orientação “em frente” mas sem tentar desenhar nada… simplesmente um caminhar em frente, a respirar liberdade, silêncio, paz e o silêncio das ondas que se envolvem no olhar, no eco da mente e da alma tranquilizada enquanto os passos em terra firme poderiam chamar a lágrima que saltitava dentro do peito.
Revoltas interiores pelas permanentes desculpas chamadas de mal entendidos, pelas oportunidades cortadas de raiz, pelos sonhos arrancados rapidamente em segundos, seguidos das tentativas de os “replantar” e atenuar o que fica de vazio no chão…
Lágrimas de saudade, de nervoso, de tristeza, de espera e esperança de última hora…
Respirar desesperado e incontrolável… completa impotência perante mim mesma… necessidade do chão que se pisa segurar o corpo, … olhos fechados sem sentir nada do que rodeia… apenas a sensação do ar que parece pouco e de passagem rápida pelos pulmões vazios… as mãos perdem a sensação total, a cara também… as lágrimas correm sem se sentires escorrer, apenas formarem-se…
Aos poucos, com algum esforço e paciência… o ar começa a entrar aos poucos, por entre um respirar aflito e apressado… a paz começa a chegar…
Sinto-me cansada, exausta, tonta… demasiado confusa. Apetece-me cair na minha cama e deixar-me ficar até não conseguir estar mais tempo acordada!
Termino sem adormecer, por muita vontade que todo o corpo sinta disso… fecho os olhos e deixo-me ficar! …
…
…
O telemóvel toca!
Aquela voz… aquele conforto… vontade de ultrapassar “fronteiras” e terminar num colo onde possa adormecer tranquila!
…
Despedida!
Termino, finalmente, deitada na minha cama…
… adormeci… reparei quando abri os olhos e era manhã!