Ele vê-me e começa a chegar-se de mansinho, com o seu ar maroto, a cabeça descaída para baixo e um olhar mordaz inclinado para onde quer…
Ela repara em mim e sorri, não se atrapalha nas suas tarefas, continuando-as de forma altiva, desta feita reparando que tem uma admiradora a mirá-la de maneira subserviente…
Ele pega-me na mão e pede-me uma história numa língua só dele, e repreende-me quando não utilizo a entoação sonora que conhece como minha, para cada uma das personagens… Prefere-me como capuchinho vermelho… Sempre! Pede-me para ser o lobo (já sabia!)….
Ela solta-se da tarefa.. Ouve-nos com cuidado, timidamente! E aparece no acto final… É o caçador… será a eterna caçadora de atenções…
Acabam os dois a história, entrelaçados e contentes…
Pedem novamente uma história (depois da segunda vez preferem brincar às cantigas mas só depois da segunda vez!)…
Sabem a história de cor…
Sabem-me de cor…
É que, eu, invariavelmente com o sorriso maroto que ele bem que poderá ter herdado de mim e não me atrapalhando naquela (minha) tarefa (tal como ela) noto-me mirada subservientemente pelos meus primos gémeos… E delicio-me assim!
E tudo isto porque fomos visitar a avozinha…
1 comentário:
Outra vez... vejo tudo o que escreves num espaço, com determinadas caras, gestos, ... vejo movimento e todo o teu cuidado e sorriso maroto... reinvento a história como cinematograficos... sabe bem ver! *
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