quinta-feira, janeiro 10, 2008

Sexta-feira passada


Demorei uma semana a postar porque... não sei porquê!

Antes de retomar o estudo lembrei-me que não podia passar de hoje!


Era sexta-feira, dia de estar com a criançada, o último da semana. Levei uma guitarra, iamos conversar um pouco e conhecer as formas das notas musicais. Divertimo-nos muito e, foram elas que conduziram tudo e não o plano que tinha sido traçado por nós! Cantámos ao som da viola a música que tanto gostam. Já no final, enquanto uns já brincavam na rua, outros corriam aos cabides buscar os brinquedos, vejo uma criança caminhar na minha direcção. Aproximou-se e, com um ar de dúvida e interesse perguntou-me:

"o teu homem sabe música?"

Ficou na expectativa da minha resposta. Sorri-lhe, depois de terem passado mil recordações e pensamentos na minha cabeça, resultantes daquela pergunta, tudo naquele "espaço de segundos", e respondi ainda a sorrir:

"não!"

A criança pareceu um pouco entristecida e a conversa acabou ali. Parecia esperar algo mais, uma resposta afirmativa que desse para mais conversa mas... não aconteceu!!


É engraçado a ideia que as crianças podem ter duma pessoa crescida. Olhar para uma pessoa mais velha que ela, a cuidar dela, pode induzir a que aquele adulto já é casado e com família, foi o que aconteceu, pensar que teria marido ou algo assim.

Fiquei uns minutos mais a sorrir e "engraçar" com o sucedido, ainda pra mais vindo de uma criança que não esperava... sempre a surpreender!

Apesar de tudo, ela pôs-me pensativa e a divagar no passado e no futuro... questionar-me, tal como a criança, de mil coisas que se parecem tão claras como "o adulto ser casado e ter família" mas que não são tão claras e "de caras" como isso...


Olhar o mundo com olhos de criança pode ser e parecer tão bom... mas quando se cresce a realidade vai entrando pelos olhos... fria ou não... é a realidade!

2 comentários:

Maria disse...

Sabes o que me ficou da pergunta que te fizeram?
(ideia geral:tu tocavas musica, o teu "marido" tb)

È que (sejam crianças ou adultos) as pessoas têm a ideia de que só se pode ligar/conectar/gostar de semelhantes ( num sentido não tão amplo quanto isso)...
Aceita-se pouco a diferença...
Envereda-se por um facilitismo que não permite pacientemente encontrar sentido na palavra " complementar"...
Não se faz por criar um "nós" mas encontrar um "eu" que me satisfaça e compreenda...

È pena...
Ou então uma maneira subtil de nos protegermos...

;)

An@ disse...

:)
curioso é que no quem/em quem pensei... não toca viola e não é semelhante a mim:) daí tudo o que acabas de dizer fazer todo o sentido para mim e não para estes pequenotes de palmo e meio e muito mais gente:)

Pequenotes que surpreendem e, sem saberem, podem tocar na ferida e bem fundo de nós... são uma delícia e uma caixinha de surpresas.

:) gosto de ser gémea de alguém que não tem tudo igual a mim:) gosto dessa "gemeaidade" (palavra gira esta)

*muah, adoro-te IMENSO*