Já lá vão os tempos do Euro 2004 em que eu e a minha irmã decidimos que a ter um filho Homem que fosse Nuno Ricardo!
Esta teoria parece-nos naturalmente bastante razoável por várias ordens de razão. Se nos debruçarmos cuidadosamente sobre os nomes do plantel da selecção nacional 2004 podemos descobrir o NUNO Gomes, o NUNO Valente e o NUNO (Manique), depois vislumbramos o RICARDO (guarda-redes) e ainda o RICARDO Carvalho. Tendo em conta o nosso apelido (Costa), futuramente herdado pelo promissor rebento, alcançamos ainda mais elementos da equipa, nomeadamente o Costinha e o Rui Costa.
E não é que a soma de todos estes nomes perfaz o belíssimo número 7 (vestido pelo Figo) e existente na camisola do Cristiano Ronaldo depois do 1. Nuno Ricardo Costa (que abarca denominadores comuns de não menos do que 9 elementos do futebol na prestação nacional de 2004) parece-nos então um bom presságio para um percurso futebolístico de sucesso.
Parece-nos a nós que qualquer pessoa que queira singrar no mundo deve muito ao seu nome. Se repararmos não existe nenhuma cantora pimba com um nome menos pomposo do que Cátia Vanessa (senão vejamos Rute Marlene)! Dada a crise económica parece-me então uma boa reflexão a partilhar… Porque parece-me a mim que o Futebol nunca entrará em decadência monetária…
Passar por uma rua cheia de gente em que nada nem ninguém é conhecido. Virar a esquina e não encontrar nada de novo.
Passar os olhos num livro, meio à pressa, sem grande atenção e esquecer em que mergulhou o olhar. Virar cada página com atenção e pormenor, sem que nada passe adiante sem ser visto... e fica na memória.
Difícil entender o que realmente é passar ou virar quando não se encontra o verdadeiro contexto das palavras, da situação e dos sentimentos que assaltam o momentos exacto do momento.
Virar parece ser mais inesperado, haver uma quebra que pode surpreender... virar do branco para o preto; virar uma página para um novo capítulo ou para continuar a história que ficou na página que fica para trás.
Passar... parece contínuo, mais pensado e demorado, ainda que posso ser guardado mas... parece tão mais lento e cuidado, menos agressivo e faseado, sem cortes... contínuo... contínuo... um passo de cada vez, em que se pode olhar para trás e ver o caminho que foi feito...
Há coisas que passam, outras que viram! Não sei que momento será... de passagem ou de viragem...
Por enquanto... é passando a viragem do crescer sem se perguntar "já está na hora?"
Passa e vira, vira e passa... e o tempo, enquanto passamos e viramos... VOA!
... eu espero sempre um beijo antes de adormecer...
domingo, setembro 21, 2008
"Entre palavras sem cor"
Perderam-se as cores... O pincel que conseguia desenhar cada traço de palavras deixou de mexer... deitou-se na mesa, misturado com a água, os panos, as telas e os lápis de traçar... As palavras saem simplesmente, sem cor, sem conseguir que a tela saia do traço simples e comum de uma criança a iniciar a arte de falar pelo desenho. As pessoas que deitam as palavras coloridas nem sempre conseguem desenhar de acordo com o momento, nem sempre têm a inspiração para isso, nem sempre podem pintar nos quadros de quem as rodeia. Podem desenhar sem que se veja no momento e, resta esperar para saber quando se consegue ver a obra de arte que foi "talhada" bem na frente dos olhos.
As palavras flutuam à volta do corpo mas não se consegue captar a capacidade delas tornarem algo diferente. Parecem fluir com rapidez e arrastadas pelo vento... soam a "nada de importante". Palavras escritas que podem dizer muito do nada que se consegue ver...
"Entre palavras sem cor" perde-se a capacidade de desenhar o que se sente e só o pincel da boca consegue mostrar dizendo... usando palavras... com ou sem cor
Dias que passam... dias vistos como "mais um" em que nada se espera e tudo acontece por si só, sem mais nada, sem nada demais.
Olhar para o calendário e ver o tempo passar, os números mudam mas tudo parece na mesma, pouco ou nada parece mudar, mesmo que se saiba que "nada se repete".
Dias em que não se encontra um equilíbrio e se anda numa constante corda de equilibrismo: ora balança para cá, ora balança para lá. Ouvem-se palavras, vêem-se sorrisos, vêem-se pessoas (des)conhecidas ... tudo acontece mas parece não ter qualquer sentido ou razão para ser assim, simplesmente... acontece!
Dias, dias, dias... passam, correm e era preciso algo mais que "isto"...
Sair por aí... de música a ocupar os ouvidos. Música leve e melancólica que faz divagar por ventos, marés, mares e por cada pedaço de pele que envolve o corpo e conta histórias vividas, de hoje, ontem, ... do tempo.Sair sem rumo...sem um destino, sem uma hora, uma data, um momento escolhido para o regresso... apenas partir! Viagem sem regresso anunciado!Ficar perdida no encontro com as memórias e sentimentos que os dias vão colocando na prateleira do pensamento e nos arquivos que ficam por arrumar! Uma caixa que acumula e... a seu tempo, a seu ritmo, vai separando pelas divisórias ou...limita-se a ficar "por ali".Sair do "acordado"...mergulhar no sono e no sonho que prende e não deixa escapatória para conseguir caminhar sem pressa, sem preocupação e corrida desmedida. O sonho não passa adiante, não deixa acalmar e a vida parece continuar noite dentro, fechada numa casa, pela janela dos olhos e no sotão dos pensamento.Sair... deixar escorrerem as palavras pelos cantos da boca até acabarem por cair por terra... à procura de um chão ou de um espaço onde fiquem e digam o que vai por dentro do corpo que se move com vontade de...
SAIR POR AÍ!!
quarta-feira, setembro 17, 2008
O meu trabalho agora (se o posso chamar assim) passa muito por escrever, reescrever, pensar no que quero escrever, articular o que escrevo, pensar no que pretendo transmitir ao escrever… Acho mesmo que isto também é uma coisa que se ensina!
Uma coisa que aprendi foi que se me perguntarem onde estou neste momento posso dizer que estou rodeada de quatro paredes (brancas), que tenho uma janela ao pé e um computador em frente mas, isso na verdade nada diz… Na realidade essa mesma descrição pode corresponder a vários cenários… porque não digo que da janela sobressai um azul de céu forte enquanto as cortinas esvoaçam ao sabor do vento e da melodia que ouço das colunas do computador… porque não digo que nas paredes está uma das minhas imagens preferidas, a preto e branco, com um poema de fundo, e que me sinto acolhida por todos os livros que dispus na estante segundo critérios que fui definindo.
Aprendi ainda que, à semelhança do que acontece num filme comercial, se deve investir nas cenas iniciais, ainda que estas tenham apenas uns míseros segundos de protagonismo. Apesar de no resultado final corresponder a nem um minuto da película total, a curta cena exige sempre um grande investimento económico, uns tanto ou quantos (que é como quem diz umas largas dezenas de milhares) figurantes, a escolha minuciosa de uma banda sonora (quiçá elaborada especificamente para o efeito) ou mesmo um lugar situado noutro ponto qualquer do mundo mas que personifique o ambiente idealizado. A capacidade de criar imagens mentais, de induzir uma motivação para o que vem a seguir, de conseguir aliar os sentimentos às palavras, esta capacidade de cativar sem pretensões… Aprendi que investir nisso custa muito e obriga a um cuidado minucioso a que nem sempre estou disposta…
Uma coisa que aprendi também foi a lidar com a minha dificuldade em conjugar isto tudo (lembro-me bem quando me propuseram fazer mais exercício físico na tentativa de aumentar os meus níveis de testosterona no sangue, porque transmitia demasiado nível de estrogénio em tudo o que escrevia =)
Aprendi sobretudo que escrever é mesmo difícil! E que é uma coisa que se ensina… E o que eu ainda tenho para aprender!
Aprendi que escrever pode ser uma coisa bem morosa... =)
Todos os dias são diferentes! Por muito que se repitam as pessoas, os lugares e as ruas... há qualquer coisa que saiu do lugar, que mudou de forma de estar, que responde de outra maneira, ... nada é exactamente igual! Os sentimentos que regem o virar de cada segundo que o rigoroso ponteiro dos Gira a vida inteira enquanto tudo o que temos cá dentro se vai mexendo, remexendo e mudando e saltitando. Tudo isto marca cada dia, mais os que nos marcam e guardamos cuidadosamente ou com um frio na barriga do medo que foi.
Dias e dias, pessoas e pessoas, horas e horas, sentimentos e sentimentos, ruas e ruas... todos sempre com algo diferente... nem sempre temos a capacidade de reparar no que muda mas nada é igual a cada dia que vamos passando e vivendo.
Sentem-se as marcas... sente-se na pele! Quanto mais se sente a vontade inocente de desdenhar o óbvio, fica cravado o frio e dorido de um pensamento perdido no meio do medo, do choro, da dor... Apetece fugir da fuga, correr para a rua e gritar ao mundo a crueldade que uma vida pode ter num dado momento ou numa dada questão de segundos perdido no meio de um respirar profundo. Sente-se o calor entrar em cada espaço do corpo... o frio corre apressadamente para o recanto mais escondido de um espaço fechado e ... desvanece com a luz que se vai apagando perante os olhos aberto. Os gritos tornam-se silenciosos no interior do corpo tenso e fechado... parece que segura num peso leve, numa raiva calma... parece que tudo perde o sentido e parece o que não parece... perde-se o tempo e a orientação já não vem de dentro nem de lugar algum... apenas se perdeu com o perdido. Os ponteiros avançam sem que sejam vistos correr e os olhos fazem prisioneiras as teimosas e cintilantes bailarinas escorregadias... são presas com toda a força que existe e com aquela que nunca existiu mas apareceu... A alma voa, perdida, num espaço vazio mas interior... perdeu-se a noção do que se tem e do que se é! Limita-se a existir um espaço perdido, um espaço vazio que nem o leve e lento respirar parecem conseguir reanimar e levantar do chão.
A queda livre passa por uma queda infindável e sabe-se que o chão é duro de suportar a queda... ainda assim, é desejado o toque seco do chão à queda fria e eterna que não deixa sentir nada senão o tempo...
Fica a tristeza perdida na floresta da luta e da vontade! Fica a lagoa do medo, no meio das frutas que alimentam e fortalecem para o caminho limitado... vêem-se os animais ferozes prontos a saltar para devorar a força da vida que não quer desistir...
"há qualquer coisa inquieta..."
segunda-feira, setembro 08, 2008
Sem querer percorro-ME em ilusões… Desafio a conquista como quem pede abrigo Imersa pelos beijos das palavras Sonho com viagens de olhares vagos…
Percorro-te em teias de utopia E deixo-me trespassar por resquícios de conforto Deleito-me nesta imagem de mim e recrio-me em silêncio Suspirando enternecida com a exaustão da procura.
Arrebato-me pelo charme de uma noite adormecida Peço-te discretamente que me acompanhes Por trilhos desajeitados de rumos desconhecidos Passíveis de desbravar na ironia da inconstância
Contorço-me em desejos E guardo o arriscar para depois...
Porque sem querer percorro-TE iludida E secretamente invade-me a lucidez Que dá contornos à única maneira de manter a ilusão…
Levar-te comigo em segredo! Num segredo tão gasto de ser só meu!
domingo, setembro 07, 2008
Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo, e posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.É saber falar de si mesmo.É ter coragem para ouvir um "não".É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?Guardo todas, um dia vou construir um castelo...
Há momentos em que os gestos, realmente, valem mais do que mil palavras. Um abraço fechado pode fazer toda a diferença quando uma conversa parece não chegar lá dentro; pode fazer parar o tempo e envolver cada segundo; pode ser sentido como um abrigo seguro; pode fazer falar no silencio, tal como um olhar ou um sorriso.Existem coisas, pessoas, momentos, ... que nos tocam tão dentro! Quem não gosta de sentir o calor de um abraço, de um beijo, ... que chega duma pessoa especial?Sentir o toque leve na pele, sentir os braço a envolver o corpo, sentir o toque de um beijo mimado... sentir! A vida parece-me forrada de sentires. Andamos sempre com mil coisas na cabeça, mil sensações, ... sentir faz sentido, pelo menos para mim. Neste verão foi de sentidos e sentimentos. Uma recolha engraçada! Sentir o sol, o sal, o mar... sentir as amizades, os sentimentos de medo, alegria, ... sentir o tempo passar. Sentir o toque na pele, sentir um beijo mimado de quem gosta e cuida de nós... Sentir a paz e calma dos dias sem correr, aquele sentimento de tranquilidade...
Sentir(mo-nos;-te) é bom demais!
Muito bons os sentimentos e sentires sentidos com sentido perto ou longe de quem os faz valer!
Pois bem, à muito que me lembrava que não passava por aqui deixando rasto! O tempo parece que voa e a facilidade de ir adiando as palavras e as escritas é tão mais fácil do que a "obrigação" de cumprir a vontade de escrever que anda balançada com a preguiça de teclar um texto.
Cá estou, finalmente! Preguiça de lado e pumba!
O campo passou a correr e com um desgaste terrível, o verão parece ter passado numa semana, e as alterações de planos de última hora e surpresas imprevistas aparecem sempre quando menos estamos à espera (não se fossem chamar surpresas INESPERADAS).
Bom, têm sido tempos de mudança, de desafios maiores que nunca sentidos na pele e no corpo, por inteiro. Achamos que já vimos muito e estamos capazes de lidar com tudo mas... há SEMPRE uma novidade! Pois bem, cá estou eu, a entrar num desafio de tempo contado e que termina no Natal. Sinto que quando terminar seria o momento exacto de levar avante mas... a vida é mesmo assim, nem sempre podemos ser nós a decidir o que fazer e quando o fazer. A criançada é um desafio maior que nunca, a todos os níveis, momentos... pode surpreender tanto que não cabemos em nós de tanta felicidade e orgulho ou podem ser do mais difíceis de chegar e... custa pensar que é uma luta "desmedida" sem tempo exacto da chegada das tréguas e da entrada no mundinho fechado. Mas... eu adoro a pequenada e, por muito que me possam desafiar em grande dão-me uma enorme certeza de que estou bem com aqueles seres...o tempo passa bem rápido e uma semana saltita de dia para dia até ao fim de semana, num abrir e fechar de olhos.
Enfim... a vida dá com cada volta que nem se entende bem se foi só um rodopio ou se um conjunto de voltas e cambalhotas entrelaçadas.
Era uma vez uma menina de olhinhos arregalados que se escondia numa beleza intimidante…
Era uma vez um menino de ambições vincadas que brincava à conquista da vida…
Ela, envergonhada que só visto, tontinha tontinha de feliz fazia as delicias das descobertas interiores… Com medos arrecadados sonhava com uma protecção disfarçada, que pudesse preencher o seu ar independente…
Ele, dançarino da vida rodopiava na esperança de cair nos braços de alguém que, com ele ajeitasse os passos da vida como se da melodia certa se tratasse… Não fosse ele um comandante nato, emanava directrizes precisas acerca das coordenadas a seguir, para que ela o pudesse acompanhar....
O menino vivia no CASTELO…
A menina tinha uma predilecção pela Branca de Neve… Se calhar acreditava na história dos sapos que se transformavam em príncipe..
Para depois viverem os 2,felizes felizes no CASTELO… E assim foi… Foram viver os 2 para o CASTELO …
Mas esta não é uma história de encantar…
Esta é (apenas) uma história de amor…
É uma história de descobertas, ilusões, desilusões….
de abraços, de desejos, de projectos, de sonhos…
de encontros, desencontros, de zangas, reconciliações, de muitos nós e de NÒS…
Talvez se casem para construírem uma história a 2… Porque quando as coisas se partilham tornam-se muito mas muito mais bonitas…
Ele ensinou-a a levantar-se bem cedinho para dar um passeio à beira mar, desfrutando a solidão e o cheiro fresco da manhã.
Ela ensinou-o a não ter medo de sentir, a conhecê-la nos pormenores..
E invariavelmente apareciam as rosas vermelhas (Quando não era o perfume NOA)!
E como em todas as histórias de amor… a semente do enamoramento, do querer muito bem alguém, gera sempre frutos… E faz crescer o melhor que temos cá dentro…
E nesta história cresceram duas sementinhas meninas…
E com elas cresceu um Pai e uma Mãe…
Em 1985 não sabiam que iam ter uma filha muito desastrada… Não imaginavam que com 9 anos ela fizesse um texto para o jornal sobre o que era ser criança. Não faziam sequer ideia de que ela um dia se apaixonasse por África.. E que fosse muito mas mesmo muito crítica com eles!
Em 1990 não sabiam se o cabelo da segunda filha ia ser liso ou aos caracóis como o da irmã. Não poderiam supor se seria difícil defini-la como forte ou frágil… Não saberiam que gostaria de mexer em tudo o que era máquina e que transformasse o ar maroto de menina em seriedade marcada…
Não imaginavam que quando fizessem 25 anos de casados elas teriam uma surpresa para eles…
E foi assim, que no tempo onde os homens usavam bigodes e calças à boca de sino, as mulheres óculos bem grandes e meias coloridas, se apaixonaram duas personagens da vida real…
E foi graças à insistência do pai que cá estamos… E desculpa lá mãe, mas não te queremos seguir o exemplo na história do beijo roubado (é que já somos meninas do século seguinte!)…
Mas queremos ter para nós um amor de imperfeições…. Um amor que nos faz um piquenique de sandes de omelete para visitar a casa nova… Um amor que chega a casa e ainda se encavalita às costas do outro… Um amor que ajuda a escolher a roupa para se ficar ainda mais bonito… Um amor que nos ralha quando não estamos a fazer as coisas bem feitas… Um amor que aprende a mandar mensagens de telemóvel para, a meio do dia, nos escrever apenas “um beijinho!”
E foi graças a esse amor inconstante… que magoa, que aconchega, que faz chorar, que faz sorrir, que nos convida a vacilar entre o que somos e o que queremos ser, que nos amedronta, que nos autentifica…
…Que as sementes meninas se tornaram mulheres… talvez ainda não percebam muito do amor, talvez percebam mais quando fizeram 25 anos de casadas com o seu amor…
E essas Mulheres têm um tesouro (em forma de família) que levam para a vida…
E não queremos agradecer o Tesouro ao Pai e à Mãe… Mas queremos dizer obrigada à I.e ao V. que se amam muito (será? =))
* imagens a preto e branco retiradas do blog egotismo
Olha uma peça de teatro é uma coisa engraçada!!! Podemos reparar na arte de representar, sentir os erros e falhas nos gestos, nas notas musicais, no texto que foi esquecido... podemos mesmo ficar deliciados com tudo o que aquele actor fez, memorizar aquela cena que foi extraordinária...
Passamos o tempo a avaliar as coisas, seja de forma vincada ou, simplesmente, sem sequer notar.
Chegada a hora de avaliar as nossas coisas, as nossas tarefas, momentos, desempenhos... parece que não se torna nada fácil encontrar aquilo que parece ser tão claro quando o actor principal é outro. É difícil olhar de fora quando estamos por dentro, principalmente porque a crítica parece tão mais lógica e óbvia que o mais pequeno elogio. Mania esta do ser humano ser bem mais fixo nos erros e no que corre pior do que focar as coisas que realmente fazem toda a diferença e nos levam adiante, com mega sorriso rasgado no rosto e mais umas quantas aprendizagens feitas... Contra mim falo...
Para quando chegar a um equilíbrio... Para quando encontrar uma "sala" arrumada com actores prontos a (re)começar?
O TEMPO...
sexta-feira, agosto 15, 2008
Logo que cheguei falaram-me em geografia afectiva; na possibilidade de traçarmos a nossa própria cartografia existencial… Lembro o quanto fiquei deslumbrada com a descoberta…
Recordo, no inicio, o lugar de céu estrelado, ao som de melodias contagiantes que ia descobrindo devagar e entusiasmada enquanto permanecíamos deitados sobre tojo, levemente embalados como que esquecidos dos picos… como que a prever a correria dos dias seguintes…
Acho mesmo que apalpei um pouco de céu quando, espontaneamente nos juntámos os três naquele banquinho perdido… A guitarra propagava o estremecer das cordas numa acalmia que só vista… As estrelas cadentes sobressaiam de rompante… Ouvi a palavra comunhão… Dizias que eu e ele falávamos o que estava nos livros e que não gostavas disso… Refutámos sabendo que todos falamos um bocadinho assim… Era cedo demais para irmos ao fundo sem subterfúgios…
O TEMPO esteve sempre lá! Viagem ao passado, ao futuro… Horas, Minutos, segundos, doces momentos, instantes confusos, eternidade de sorrisos…
Devo confessar que a história do Pinóquio nunca foi a minha preferida, mas acho que a partir de agora os pinóquios ficarão na minha história… Aliás, contei muitas histórias… Diziam que as contava muito bem… Ficava envergonhada de orgulho com isso!
Neste tempo houve muitos meninos… Um desses meninos pediu-me mesmo, no final para lhe dar o meu melhor sorriso… Fiz o meu! Disse-me que não era aquele, que o meu melhor sorriso era o que lhe tinha feito numa noite em que o aconcheguei com palavras…
Ao regressar deste TEMPO que passámos juntos levo muita coisa, algumas mesmo por descobrir noutros tempos… E levo comigo um sorriso que não sabia ter… E levo comigo o óscar que me deram… o de consoladora… Não sei se gostei muito ou não ( na verdade acho que não gosto muito que me qualifiquem assim na minha vida) mas sei que eles gostaram de mo dar… E sei que fui muitas vezes chamada à noitinha para ajudar a matar saudades ou a amenizar medos escondidos que não tinham vergonha de contar…
E como foi giro ver as histórias dos diminutivos pegar... Num ápice, neste tempo de meninos fizeram-se valer a sósó, fifi, vává, titi, sésé, cácá, susu, jojo...
MIMI....
Isto para dizer que, um dia, ao fazer a minha cartografia existencial colocarei lá esse lugar perdido, onde os tanques têm sapos, a terra pegadas de meninos e a noite um céu descoberto cheio de estrelas (quando não está a chover)!
Escrevi isto porque disseste que ficarias atenta ao que teria para contar… É que dormia pouco, mas descansada, com esses olhos arregalados sempre a olharam por mim… E acordava com a certeza da energia na manhã seguinte, mesmo ao sair da nossa tenda… E esta história de geografia afectiva é mesmo verdade! Porque os lugares marcam por causa das histórias que vivemos (juntas =))!
Muitas vezes dou por amim a observar... única e simplesmente a deixar-me fixa em alguém ou alguma coisa que me prende de tal maneira que nem dou por mim. Muitas vezes percorri atentamente. ainda que com rapidez, diversas caras sorridentes ou concentradas em qualquer coisa.
Incrível como às vezes também observo uma imagem que a minha mente cria, com total pormenor e gestos de alguém a fazer alguma coisa ou a reagir "do outro lado"... como se passasse mesmo na minha frente, real!
Tento por vezes "perder o meu tempo" a observar aquilo que têm sido os meus dias, os meus meses, e curtos anos. Passados que permanecem presentes e me dificultam a observar aquilo que será um futuro ou me vendam os olhos para aquilo que me espera mesmo em frente. Caminhar no escuro é, de longe, uma acção agradável e que me deixa bem. É mesmo difícil confiar nos instintos e nos sentidos que achamos apurados mas, nem sempre o são.
Imagino-me numa sala escura, em que nem um fio de luz é capaz de entrar. Conseguimos imaginar tudo o que quisermos mas que, no fundo, pode não passar da imaginação e a sala fechada e tão escura, como o que é não ver, ser tão vazia como aquilo que se pode sentir naqueles dias em que apetece fechar a porta do quarto e fingir que o mundo não corre enquanto não sairmos dali. É difícil saber se podemos dar 3 passos largos e confiantes, porque não se sabe se ao 2º batemos de cara na parede; É difícil não esticar as mãos para sentir as coisas antes de nos cairem em cima.
"É obrigatório crescer!" Bem dita esta minha frase desde à uns tempos. Sente-se o peso das palavras nos dias que vão passando e assombrando a proximidade de um futuro inesperadamente inesperado e desconhecido! Acreditar é bom mas não chega para tudo! A questão passa por... acreditamos em quê até quando?!
Observar passa por procurar então esse acreditar, por procurar essa imagem visual, por acreditar que o escuro tem saída, ainda que com cabeçadas, tropeções, ... é preciso conseguir acreditar que a bonança vem... quando...??