Toca o despertador! Sou obrigada a acordar pelo som irritante que faz.
Abro um olho e vejo que começou o dia. Hora de levantar e começar a mexer.
Um banho faz-me entender que é realmente necessário "acordar para o dia" (não que já não estivesse acordada mas fez-me entender que a rotina ia começar a ganhar lugar a partir de hoje). Entre a vontade de cair na cama e a obrigação de ter que sair pus um pé fora de casa e o outro dentro do carro. Como qualquer coisa enquanto saia da garagem.
Percorri o "caminho habitual". Não sei se fui rápida a fazê-lo... a minha cabeça estava a vaguear por tantas coisas que apareciam "de frente" com o meu pensamento que, quando dei por mim, tinha chegado ao meu destino.
Entrei na escola acompanhada por uma amiga. A conversa não estava nada de especial, apenas suficiente para chegar até à sala no passo apressado com que iamos. Já no corredor alguém me chamou e conseguiu soltar-me um sorriso simpático: uma cara nova (caloiro) e conhecida dava-ma os bons dias. Entre dois beijos e um "olá" bem disposto cumprimentei-o mas rapidamente dirigi-me à sala... em 5 passos estava já à porta. Respirei fundo e entrei. Olhares direccionados para a porta por onde entrava... senti-me envergonhada! Sorrisos a darem-me os bons dias: olhei para o vazio e, num sorriso simples, disse um "bom dia!" animado para toda a sala enquanto procurava um lugar onde me pudesse sentar, lá mais atrás, e onde me "perdessem de vista".
Sentei-me e... no meio daquela gente conhecida e amiga senti-me... sozinha! Não porque não estivessem pessoas que me dizem bastante e fazem parte da minha vida mas talvez porque "as mais importantes" não estavam presentes. Deixei-me ficar e senti o mimo da amiga de carteira. Depois limitei-me a tirar um bloco, uma caneta, os óculos e a ouvir a professora de forma a tomar nota de qualquer coisa que pudesse achar importante. Escrevi umas linhas mas... perdi-me! Quando reparei faltava-me um espaço da aulas em que eu não sei "por onde andei". Decidi perder-me mas com consciência. Comecei a escrever.
O tempo passou e nem o senti passar assim. Desabafei com um papel, perdi parte da conversa da professora (que era interessante mas eu não conseguia manter-me atenta) mas, consegui sentir-me bem naquele tempo.
A aula parecia não acabar, 2h já tinham passado e a sala estava a ficar pequena. Num intervalo de 10 minutos consegui andar um pouco, ouvir as conversas que "saltaram para a mesa" (sem grande interesse, novamente) e regressamos à sala.
Na espera ainda tive um comentário simpático da professora que me fez sorrir-lhe e brincar um pouco "com o sorriso agradável" que ela me retribuiu. Retomou a aula. Durou mais de uma hora mas... terminou!
Saí e dirigi-me ao carro num passo nem muito rápido nem muito lento, o suficiente para não parar pelo caminho e "dar à chave" para voltar a casa.
Viagem de regresso mais concentrada na música (que me pareceu animada, talvez por querer mesmo voltar para casa) e a viagem passou-se bem.
Cheguei a casa... oh não!? O almoço dos amigos do pai!
Ainda fiquei uns minutos sentada no carro a tentar mentalizar-me da ideia. Sai e abri a porta da sala onde todos estavam sentados, já a almoçar. Outra vez todos os olhares se direigiram para a porta onde eu estava. Num sorriso acompanhado de um "boa tarde!" passei pela mesa e subi até casa, para deixar as coisas. Desci e... sentei-me na mesa em que, no meio de 10 homens estavam 2 mulheres e uma criança (e depois eu).
A conversa não me dizia nada. Na minha frente tinha dois homens que falavam bem. Um deles tomou a palavra e não mais se conseguiu falar, ele parecia "incontrolável". Falou de si e dos seus sucessos, que relatava com um grande sorriso e com a voz num "volume elevado". Começou a irritar-me pois não queria ouvi-lo falar apenas dos seus sucessos nem sobre julgamentos e vitórias... olhei à volta e poucas eram as vozes que se ouviam. Ouvia-se uma, de vez em quando, a pedir um pouco de água ou outra coisa, mas tudo em tom de segredo para não interromper o senhor. Irritou-me!
Fugi para a cozinha assim que consegui. Ajudei no que foi preciso e não consegui "fazer sala", esqueci as regras "de etiqueta" e fui para "o meu canto". Sentei-me com música e a deixar-me escrever tudo, como se estivesse a contar uma história, a história do dia sem interesse... o meu!
Troquei uns minutos de conversa na net, umas mensagens no telemóvel e depois deixei-me cair no sofá à espera que o dia passasse por mim quando adormecesse... pois que não adormeci! Fiquei a ver coisas sem interesse na televisão.
Finalmente, ao jantar sim, uma visita simpática que me perguntava, com interesse, como tinha sido S. Tomé. Falei com um sorriso solto e "cheio de vontade". Falei de S. Tomé. Senti a saudade, brilhou-me o olhar e arrepiou-me de saudades. Jantar com conversas, de certa forma, interessantes, é verdade e com um à vontade muito bom. Agora sim, um momento em que falei sobre o que achava acerca da questão, respondi a perguntas, ri, sorri... estive bem e gostei de estar, sem pressas para sair dali. Acabei com um convite para conhecer o projecto da Bússola através da exposição (parece que ficou e, durante o jantar, senti interesse enquanto falei e nas perguntas, nos comentários que fazia e, por me dizer que notava gosto nas palavras).
Fiquei até ao momento de acompanhar a visita à porta.
Um jantar para terminar o dia com um jantar, esse sim, com interesse.
Uma mensagem duma grande amiga (a minha paixão) a pedir e a dar mimo... também sabe bem no final deste dia!!
Acaba-se um dia a escrever imensa coisa para quem quiser passar e ler... para partilhar apenas!
Afinal, os dias podem sempre ter "o melhor" no final, a poucas horas de começar o dia seguinte.
Hoje foi assim, amanhã pode ser diferente!
Há dias assim...
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