segunda-feira, outubro 23, 2006

Muita coisa


Muita coisa para "uma hora só". Chegar, passear pelo silêncio de uma sala vazia. Ainda tanto por vir. O telemóvel toca e uma voz doce e familiar conforta com todo o carinho. Pedia-me algum tempo, apenas para uma passagem para nos vermos e conversarmos um pouco. Sorri e esperei pelo "sinal" da chegada.Umas linhas escritas com apontamentos "bem desenhados" e o tempo foi passando. Pensei que talvez não conseguisse passar... toca o telemóvel: desta vez pediu-me apenas 5 minutos do meu tempo, para passar, ver a minha cara, dois dedos de conversa e voltar "à vida".Chegou! Desci e encontrei-o bem vestido (vinha dum casamento). Senti-me feliz por voltar a vê-lo e ter recebido esta visita.

O tempo passou e os minutos passaram com sinceridades, amizade, esclarecimentos e, melhor de tudo, a certeza que a amizade construída continua MUITO forte. A conversa e a atitude dele deixaram-me ainda com mais certezas de que estes anos valeram a pena e que crescemos juntos nesta amizade. É óptimo poder acabar uma conversa e sair a sentir saudades da pessoa... o ar esteve sempre carregado de paz... apeteceu-me chorar quando cheguei a casa! Porquê? Sentia tanta coisa que me deixava super feliz e só as lágrimas poderiam soltar tudo aquilo aqui dentro.

Seguiu-se um caminho de uma simples conversa sobre os dias e que foi conduzida a um nível de sinceridade e confiança... soube mesmo bem! Senti-me bem e à vontade para falar de medos, para falar de coisas meio "escondidas"... só foi preciso ser sincera, dizer as coisas! S.Tomé apareceu "pelo meio" (saudades)... apeteceu-me chorar outra vez com algumas palavras e por tudo o que a conversa me fez sentir, pelo aconchego "daquele colo"... chorar, não de tristeza, de conforto!

Abre-se uma "janela de conversa" onde um amigo que não voltei a ver me deixa apenas "*"; o coração apertou e senti que talvez as coisas estejam a começar a seguir um caminho melhor para ele: sorri com as lágrimas nos olhos.

Um e-mail aberto a deixar-me bem quentinha pela forma como as coisas foram ditas, pelas palavras, pelo sentimento com que tudo foi "dito"... mais uma lágrima de gratidão por aquela pessoa ter acompanhado o percurso destes tempos, mesmo longe.
Uma mensagem do amigo que aqui apareceu rebentou: que orgulho em ter pessoas como ele que eu trato como Amigo, como amizade "em forma de gente"...

Acabo a noite a falar com a minha princesa e a sentir um conforto muito calmo!

Parei de chorar! As lágrimas não foram de tristeza, não foram de raiva, ... foram de orgulho, saudade, felicidade, algum medo... por fragilidade... por precisar!! Chorar faz bem e não precisamos chorar apenas quando estamos tristes... chorar faz bem.

Apeteceu-me escrever... não saiu nada demais a não ser "lágrimas" desembrulhadas de muitos sentimentos que flutuam na pele e num olhar sonolento e mais calmo!Escrevi para quem quiser ler; escrevi porque não quis ficar por um eco de pensamentos e de acontecimentos... escrevi porque quis escrever.


21 de Outubro de 2006

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