segunda-feira, janeiro 21, 2008

Cadei(r)as


Hoje estive a acartar, empilhar e arrumar cadeiras. Umas novas, outra velhas, mais pesadas/menos, de madeira e com cores. Uma canseira só que deu calor e tudo! Doem-me os braços!
Enquanto arrumava começava a ficar farta de cadeiras, entretanto comecei a pensar na sua utilidade! Podem sem úteis. Dão para sentar, são para completar uma mesa de cozinha (movel típico), dão para meter coisas em cima, dão para enfeitar (com mil cores), dão para mudar de lugar, ocupar espaço, magoar (quando tropeçamos nelas)... enfim, ideias infindáveis que nos passam pela cabeça. Parei a pensar na parte de sentarmos!
Sentar quando estamos cansados, suportam o nosso peso enquanto almoçamos, são arrastadas pelo chão, ... enfim, são um suporte nosso!

Temos muitos suportes na vida! Cada um com suas características: cores diferentes, caras diferentes, que nos seguram quando estamos mais fracos, que nos suportam... Cada perna de uma cadeira pode ser algo nosso, que nos ajuda a sustentar a superar e segurarmo-nos de pé. Também já usaram a cadeira para me mostrarem os pilares da fé, a cadeira ajuda a chegarmos mais alto... acho que os amigos podem ser cadeiras na nossa vida! Umas mais altas, outras mais baixas, algumas que quebraram ou perderam uma perna mas... temos cadeiras.

De cadeiras lembrei-me de cadeias, não prisões, ou também serverá.

Cadeia: do Lat. catena; s. f., corrente formada por anéis ou elos metálicos;(...)

Uma cadeia pode ser uma "corrente" de coisas interligadas... a nossa vida é uma cadeia de situações, pessoas, momentos, recordações, acções... que não teriam sentido se fossem separados, pelo menos para nós não teriam de certeza.
Pode ser um sítio que nos mantém presos, ... diria que muitas vezes os sentimentos são uma cadeia que nos fecha e nos vai prendendo a pessoas, a momentos, a situações...

Mil coisas diferentes que passaram pela cabeça em pouco tempo... enquanto arrumei cadeiras, enquanto regressei a casa e enquanto começava a escrever aqui!
Não arrumei cadeiras sozinha, e talvez isso tenha ajudado a não me sentir tão mal com as mil cadeiras e ajudou a passar o tempo, a esquecer as prisões e a encontrar um suporte nas diferentes cadeiras.
Falámos, rimos, ... enquanto fomos levando em braços todas as cadeiras.

Aqui fica a constante ideia que tenho de que escrevo porque gosto mas que não me faço entender, ... sensação estranha ... mas gosto pela escrita!


2 comentários:

Zé David disse...

Agora que já meti o computador a trabalhar por mim, tenho um tempinho para deixar aqui o tão importante feedback de que falávamos ontem...
Primeiro lugar, incrível como a nossa convivência com jesuítas nos dá esta capacidade inacreditável de metaforizar (não sei se a palavra existe) tudo. Da mais pequena insignificância, seja um grão de poeira, ou um avião que circula nos céus, ou uma mosca que vai estupidamente insistindo a atravessar um espelho, tudo pode ser metáfora. Mas isto é giro...puxa pela nossa imaginação, e leva-nos a pensar no nosso dia-a-dia.
Segundo, foram três os tipos de cadeiras que transportámos. Umas com mesas para escrever, fazem-me lembrar os institutos de línguas; outras de madeira velhas, que me fazem lembrar os fins de semana na terra do meu pai, onde ainda não chegou um sofá, e o rabo fica inevitavelmente quadrado. Por outro lado, também me fazem recordar fins de semana no CUMN, onde muito aprendi, mas tive sempre uma necessidade enorme de encontrar uma posição confortável. Por fim as cadeiras coloridas, que me fazem lembrar estádios de futebol e salas de cinema, espaços de lazer por excelência. Ultimamente não me posso queixar, tenho tido tempo para o lazer, e não tenho precisado de encontrar fugas.
Terceiro, já não me lembro o que tinha para dizer aqui, mas com certeza que não é nada de importante, caso contrário não me tinha esquecido.
Quarto, óptima companhia para arrumar cadeiras. =)
Quinto, beijinhos e abraços.
Sexto, ginásio deste país, transporte de cadeiras pode ser uma óptima ideia para uma aula com música e palmas no fim.
Sétimo, nada a acrescentar...

Zé David disse...

Oitavo: lembrei-me do terceiro. Era só para dizer que ontem estava a pensar que passo a maior parte do dia sentado numa cadeira (ou em várias). É uma posição bastante confortável para trabalhar, rezar, ler, ver televisão, etc e tal... Não me imagino a viver sem cadeiras, com rodas ou sem rodas, mais ou menos confortáveis, mas têm de estar lá sempre...