quarta-feira, dezembro 29, 2010

Hei-de escutar sempre notícias do "céu"...



"Não creio nos filósofos, mas cativou-me sempre a sua audácia de pensar.
É bonito, leiam-nos.
Quanto aos poetas sorriam-lhes de longe.
Mas atenção aos grandes músicos, à sua estranha perfeição, à nostalgia que nos invade ao escutá-los.
Quando encontrarem um, não o deixem escapar.
Poderia pensar-se que nos trazem (os músicos) notícias de Deus."

In Albas de Sebastião Alba

sábado, dezembro 25, 2010

domingo, dezembro 12, 2010

Regressar

Voltar a pisar solo africano fez-me sentir outra vez na "nha terra" e recordar umas quantas aventuras perdidas numa outra ilha no meio do oceano. Os objectivos das viagens eram distintos, os lugares e as companhias também (à excepção de uma pessoa que fez todo o sentido em ambas as terras). Viajar... aquela actividade que gostaria de poder fazer mais vezes mas, a vida e o tempo, e muitas vezes os preços, não o permitem com a frequência e capacidade que queria dispôr. Vai-se fazendo!

Um lugar fenomenal... acho que se torna sempre melhor pela presença contínua das pessoas que nos acompanham e fazem de cada momento uma história de encantar qualquer gargalhada. Outra cultura, outros lugares e a distância necessária para se poder deixar serenar as preocupações e confusões da vida. Um verdadeiro retiro para o paraíso do sol e da boa disposição.
Não há como resumir uma viagem onde aconteceu de tudo e que só as expressões, movimentos, olhares e sorrisos, músicas e lugares poderiam ajudar, minimamente, à descrição mais próxima da verdadeira aventura. Sem comentários. Apenas que ainda ficaram outras ilhas e espaços por conhecer e que, uma semana sabe sempre a tão pouco.

Sabe bem chegar, saber que alguém nos espera com saudade e entusiasmo em saber mais de nós. Saber que há alguém que sai de casa para esperar por amigos de uma amiga e os trazer de regresso a casa... é um verdadeiro privilégio a existência de amizades nas nossas vidas. É um verdadeiro dom a amizade de cada um.
É mesmo bom saber que quando vamos para algum lugar fica sempre alguém à nossa espera, a contar os dias do nosso regresso e a aguardar tudo aquilo que trazemos na bagagem para contar. Aguardam um regresso sorridente e o recordar de um abraço adiado por muitos dias fechado. E nós...tentamos não regressar logo pois sabemos que aquele momento é único e não pode esperar enquanto que passamos a vida a achar que sabemos/esperar/com a certeza (que nunca é certa) de que os outros esperam sempre por nós, até nos apetecer... completamente e totalmente errado. Há quem espere, há quem não tenha que o fazer mas... a vida é mesmo assim :)

Regressar à rotina é sempre a certeza de que temos sempre um lugar para ir, onde pertencemos ou onde nos fazem pertencer e nos tornam uma peça do puzzle da vida dos que tocamos... é bom regressar?! Acho que sim... pelo menos regressei sempre até hoje...quando não o fizer saberei se é bom não o fazer, até lá...

Regresso com saudades do que se deixa e do tempo ser sempre contado.

Welcome back and let's get it started! Again!

domingo, novembro 28, 2010

Alguém disse um dia...

«Alguém disse um dia... A vida é curta demais para acordar com arrependimentos. Ama as pessoas que te tratam bem. Esquece aquelas que não. A vida coloca cada um no seu lugar. Tudo vai e vem por uma razão. Se tens uma segunda oportunidade, agarra-a. Ninguém disse que a vida...seria fácil. Só prometeu que iria valer a pena.»

Não sei quem escreveu isto mas, quem o fez, é um comum mortal como qualquer pessoa neste mundo; conseguiu usar as palavras da melhor maneira!

quarta-feira, novembro 24, 2010

Outro mundo, 1x por semana

Solta-se o corpo e solta-se a alma... leve e livre, ao som da música, ao som da vida. Eleva-se o espírito e fecha-se a porta dos mundos de outros dias... vive-se ali! No chão, no ar, com os outros, sozinho... vive-se, sente-se, usa-se e usam-se.
Sai de dentro a força, a magia e energia de um espírito que se solta como vulcão acordado.
Sente-se o corpo, sente-se a mente, sente-se o respirar, o chão, o quente e o frio, ... o olhar e o sorriso... sente-se tudo! Não se sente nada...lá de fora. A vida é cá dentro, espelhada aos teus olhos, aos meus olhos. És tu e os outros, tu que te alimentas daquilo que se faz alimento em palavras e gestos...

Ou amas ou desistes aqui! Ou lutas ou já entraste derrotado! Ou tAdicionar imageme levantas ou nunca deixaste de estar a cair...

Um dia! Apenas um dia para fazer de uma semana uma expectativa, contar cada dia até "aquele" dia. Deixa-se a cama quente de conforto e rompe-se a rua gelada de solidão nas ruas... desafia-se o relógio até chegar à porta com o "olá pessoas" de sempre que solta sorrisos e inicia um Bom dia, já garantido antes de chegar. Como são deliciosas as horas a passar, esvoassantes mas tão degustadas... Almoços corridos e apressados, sorridentes e dançados até... ao momento de desafiar qualquer corpo a desacomodar-se e dar um salto para a frente até ser obrigado a parar porque... o relógio vai parar! Abre-se a porta da rua e... aguarda-se mais uma semana até ao arrancar do desafio de sábado, esse, que todos sabemos e queremos que venha, cada qual no seu espaço, tempo e vida.




Eu... sou feliz, de certeza, todos os sábados em que digo "olá pessoas", entro numa sala, descalço-me num chão sagrado e me deixo guiar e ser guiada... chão sagrado onde a música e a alma respiram: dança!



segunda-feira, novembro 08, 2010



A esperança pode ser bem traiçoeira. Saber exactamente aquilo que se pode (ou não se pode) ou deve esperar pode inibir a nossa centração no aqui e no agora mas também pode fazer com que o saibamos aproveitar com outra motivação.

Por vezes é preciso negar a realidade que se avizinha mas outras é necessário levá-la ao peito como sinal de vida!

Aceitar a realidade é sempre o que nos cabe fazer, mesmo que esta não seja lógica, mesmo que demore tempo...

E andamos sempre desencontrados com as esperanças ( nossas, dos outros e as reais)... mas em esperança constante...

quarta-feira, novembro 03, 2010

E assim...


acabas por rever tudo aquilo que não tinha um reflexo claro e parecia apenas fundo no olhar. Agora, olhas de frente e encontras a imagem nítida e clara daquilo que sempre quiseste ver e não conseguias por estar demasiado em cima, a cegar-te os olhos e a fechar-te a visão do que tinhas à frente. Pudeste olhar e sentir de novo, tudo aquilo que sempre foste e não conseguiste ver porque... agora a luz se acendeu e recuaste até encontrares e reconheceres a tua imagem no espelho de alguém.


Descobre quem tu és depois de saber quem tu foste... só depois é possível olhar ao espelho e saber de qúem é o reflexo=)

sábado, outubro 30, 2010

Código de "um dia"

Quase a mudar de mês... outra vez!!
O tempo stá a voar a uma velocidade estonteante!

Perdi-me no tempo que ficou para trás e fui adiando escrever qualquer coisa por cá... demasiado tempo. Usei o "um dia" ou "outro dia" escrevo e... esse dia nunca chegou realmente. Ouvia-se num filme dizer "um dia" é o código para "nunca"... curiosamente pode aplicar-se a tantas outras situações da vida que me rasgou um sorriso.

Olhar para trás e encontrar neste silêncio de muito tempo tantos momentos por contar e aventuras decisivas. Resta regressar e tentar comprometer-me com aquilo que as palavras conseguem e podem dizer e trazer... sinceridade e história/sentimento!
Aguarda-se pela capacidade de entender e fazer de todos os "um dia" tornarem-se "no dia" e momento exacto para se escrever e cuidar do cantinho guardado e já com uns aninhos simpáticos :) Uma criança a crescer com "pais separados" pela distância mas unidos no mesmo sentido. E sabes que mais, querida companheira?! Quem sabe não voltarei a escrever sobre aquele país que nos conseguiu fazer "criar laços" e "atar nós" com um sorriso imenso e uma "sodade" daquelas "gentis" com o brilho no olhar...
Aguarda-se as novidades dos dias que passam até chegar...:) o dia!

Um dia volto a dedicar-me ao nosso blog: hoje é e foi o primeiro dia ;) com mais 1h que todos os outros deste ano =)

domingo, setembro 05, 2010

Opção: Escolher!




"Quando me escolheste, avisaste logo que não tinhas escolha. Já tinhas escolhido, e escolheste ser fiel a essa escolha. Mas para seres fiel à tua escolha tinhas de te pôr naquela situação angustiante de não ter escolha."

Pedro Mexia

quarta-feira, setembro 01, 2010


O novo álbum dos King of Convenience chama-se " Declaration Of Dependence".
Às vezes acho mesmo que somos dependentes de tantas coisas mas não conseguimos declará-lo explicitamente.
Como se houvesse uma necessidade sórdida de classificarmos dependência como antónimo perfeito de liberdade.
Mas não é nada disso!
Há uma liberdade imensa na consciência das nossas dependências.

terça-feira, agosto 17, 2010

Era uma vez...Walkabout

... uma grande história para guardar para a vida!


http://www.youtube.com/watch?v=P2K7D-uMH2g&feature=related


Se me arrependo?! Agora, não!
O arrependimento ficou perdido por entre tantos outros sentimentos e esmoreceu com o passar dos dias. Conquistaram-me as horas, o serviço, o dar mais, ser capaz, estar para os outros... que se lixe o cansaço, as férias, os sonhos de parar um pouco... saí vitoriosa e tão melhor, tão mais rica e preenchida de tudo perante o "nada" que toda a gente vê.



Como é possível ser derrotada em 2 dias pelo orgulho de estar ali, com pessoas tão diferents mas tão capazes de me surpreender e tornar os dias e as noites em momentos únicos e especiais?
Como é que "caminhar, sem destino concreto", me abriu caminhos claramente certos e importantes?
Como é que, rostos desconhecidos se tornam, em menos de anda, no quadro dos meus dias, na minha casa e, muitas vezes, abrigo?
Como é que me conquistas com uma conversa apenas? Ou como raio a tua sinceridade toca no que não me sai pela boca e guardo cá dentro?
Porque me desafiaste assim e caminhaste comigo?
Porque que é que o silêncio não me amedrontou a alma e, simplesmente, me encheu o espírito?
Como é que os olhares falavam tão alto e claramente comigo?
Como é que 10 dias me invadem todos os outros de uma forma tão presente e especial? Como é que 53 pessoas fazem a diferença?
...

A passagem de ano chegou mais cedo e mais específica e melhor definida como "A passagem de ano". Aquela em que pensamos melhor no que queremos, nos nossos sonhos e desejos, em que saímos prontos a desafios maiores, a propósitos frescos. Foi isso mesmo, o virar da página, o desafiar novas coisas, desafiar novos medos, confiar em novos sonhos...

Palavras, olhares, sorrisos, lágrimas, cânticos, Deus, o som dos riachos, o rasgar da manhã ao som do apito, a dificuldade em abrir bem os olhos, as panelas gigantes, o calor insuportável, as dores do cansaço e do esforço, os militares, os sketchs, a população, os jogos, a novela, as refeições, mochilas e sacos cama, o castelo, as orações, os banhos, os BDS, as poucas mas boas sornas, oas miminhos, as palavras por dizer, as fotos, o comboio, as guitarras, a roda, o hino, o boa-noite, as estrelas, as sombras, os participantes, as lanternas, as conversas, os abraços, as danças... o Walkabout: resumindo!

As saudades mesmo antes de acabar! O coração apertado ao ver o comboio partir e o campo vazio de gente, a viagem de conversas entre amigos, alguns reencontros, o regresso a casa e o fechar de semana numa praia, de pés descalços e amigos... o agradecimento eterno e profundo do espírito Walkabout que permanece semeado e a dar fruto.

Obrigada e... até já em vez de até sempre!

Mamã

sábado, julho 31, 2010

E o sorriso serve para se usar =)

Podemos procurar diferenças e não só semelhanças para nos juntarmos?

quarta-feira, julho 21, 2010

Vida de Personagem



Caiu a máscara!


O palco fechou e os actores saem de cena.
A actuação foi perfeita, duradoura e muito credível. O pano abre e todos regressam, sorridentes, à procura dos aplausos que tornam ensurdecedor todo o qualquer ruído. Só se vêem os sorrisos. Os corações do palco palpitam sem conseguirem reduzir o seu ritmo num só segundo… é a emoção!

Despem-se aqueles que não o são, caem as personagens, sem vida, com cada gesto de destruição da personagem que, até então, era viva e cheia de história, fé e luz. Fecha-se a porta e, para trás, fica o mundo encantado do faz-de-conta, que pode encaixar na realidade mas, não o é naqueles corpos. Deixa-se a outra vida e cai-se nesta.

Existe tanto que tu, personagem, agora muda e morta, não sabes viver. Não te saberia ver no meu mundo real. Não saberias ser mais nada do que aquilo que sempre foste perante o público, em cima de um palco e por cima de um corpo real, a habitar a imaginação de uma mente viva e capaz de te deixar alugar parte do seu espaço. Que fazes tu depois de tudo? Vives quando te deixam viver, ficas fechada e morta até te recordarem, se o voltarem a fazer… O que sentes tu, ao seres usada e abusada para lazer de uns e “ganha pão” de outros? Alguém sabe de que vives tu, propriamente?

Deixa-me ser personagem enquanto tu tentas ser pessoa viva; deixa-me desmontar a minha vida no final de um espectáculo que se resume e vive pelo sucesso, aplausos e sorrisos. É isso… vives apenas e somente do teu sucesso e dos que fazem o mesmo contigo. Sabes tu o que é o fracasso, nesse teu mundo fechado em ilusões, sonhos e imaginação? Acho que não… és uma personagem que nasce, vai crescendo, tornas-te “quase gente” e depois… não chegas a lugar nenhum porque… vives onde não habitas, trabalhas onde te entregam e… morres, a cada dia de sucesso, quando te deixam fechada num baú até à próxima actuação… Onde é a tua casa afinal? Onde moram os teus sonhos e ansiedades? Tens o teu tempo sempre tão contado que um relógio não te dá a conhecer todas as horas de um dia…

És personagem! É isso que nos distingue! Eu tenho o meu corpo e vivo com ele, no mundo mais real; Tu tens o corpo de alguém e habitas nele quando tem que ser, quando entras no mundo da imaginação, onde a realidade salpica os momentos…

És personagem e… há quem inveje ser como tu… em determinados momentos da realidade da vida!

terça-feira, julho 20, 2010

Ele passou por mim e sorriu - Os Deolinda

http://www.youtube.com/watch?v=L_ymvjxErs0


Ele passou por mim e sorriu
e a chuva parou de cair
o meu bairro feio tornou-se perfeito
e o monte de entulho, um jardim

O charco inquinado voltou a ser lago
e o peixe ao contrário virou
Do esgoto empestado saiu perfumado
um rio de nenúfares em flor

Sou a mariposa bela e airosa
que pinta o mundo de cor de rosa
eu sou um delírio do amor
Sei que a chuva é grossa, que entope a fossa
que o amor é curto e deixa mossa
mas quero voar, por favor

No metro, enlatados, corpos apertados
suspiram ao ver-me entrar
Sem pressas que há tempo
dá gosto o momento
e tudo mais pode esperar

O puto do cão com seu acordeão
põe toda a gente a dançar
e baila o ladrão
com o polícia p'la mão
esvoaçam confetis no ar

Sou a mariposa bela e airosa
que pinta o mundo de cor de rosa
eu sou um delírio do amor
Sei que a chuva é grossa, que entope a fossa
que o amor é curto e deixa mossa
mas quero voar, por favor

Há portas abertas e ruas cobertas
de enfeites de festas sem fim
e por todo o lado, ouvido e dançado
o fado é cantado a rir

E aqueles que vejo, que abraço e que beijo
falam já meio a sonhar
se o mundo deu nisto e bastou um sorriso
o que será se ele me falar

Sou a mariposa bela e airosa
que pinta o mundo de cor de rosa
eu sou um delírio do amor
Sei que a chuva é grossa, que entope a fossa
que o amor é curto e deixa mossa
mas quero voar, por favor

segunda-feira, julho 19, 2010

Dizem que...

"Somos o avesso um do outro. Quando duvidas, paras, e eu sigo em frente. Quando tens medo, eu tenho vontade; quando sonhas, eu pego nos teus sonhos e torno-os realidade, quando te entristeces, fechas-te numa concha e eu choro para o mundo; quando não sabes o que queres,... esperas e eu escolho; quando alguém te empurra, tu foges e eu deixo-me ir. Somos o avesso um do outro: iguais por fora, o contrário por dentro. Tu proteges-me, acalmas-me, ouves-me e ajudas-me a parar. Eu puxo por ti, sacudo-te e ajudo-te a avançar. Como duas metades teimosas, vivemos de costas voltadas um para o outro, eu sempre à espera que tu te vires e me abraces, e tu sempre à espera que a vida te traga um sinal, te aponte um caminho e escolha por ti o que não és capaz."



Margarida Rebelo Pinto

quarta-feira, julho 07, 2010

Clap, clap, clap...


"Madame Godard"

Por todas as vezes que nos devemos comportar como "madames" sem nunca perder o olhar de mademosseile, a meninice do deslumbre...

Por todas as vezes que não ficamos à espera da sorte...

Godard disse que "A história deve ter um começo, um meio e um fim, mas não necessariamente nessa ordem"...

Sabe bem ter afrontamentos de ínvisivel de vez em vez!

domingo, julho 04, 2010

Ser ou não ser "Femêa Omega"?

Tenho-me deparado com a redifinição do conceito de "sucesso".
Em vários momentos, há que flexibilizar a fasquia do que idealizamos como exequível.
O verdadeiro desafio é encontrar o equilíbrio entre o que, de facto, é limitação irreversível ou o que não é. Não deixar instalar um qualquer comodismo num facilitismo pouco ambicioso. Nem insistir demasiado num objectivo irreal, portanto frustante.
Como flexibilizar o nível de exigência adequado para cada momento?
Submeto-me...


.... a cada momento.

terça-feira, junho 22, 2010

Meu anjo, parabéns!!!

http://www.youtube.com/watch?v=ybRy3LpNaV8


"Acredita em Anjo? Pois é, sou o seu.
Soube que anda triste, que sente falta de alguém"

Anjos... sem asas, que não moram no céu, não são intocáveis ou invisíveis... anjos! Anjos de carne e osso, pessoas como nós apenas com um olhar diferente, um jeito doce e um lugar especial.
Um sorriso cheio de magia, um olhar cheio de luz, um abraço quente e aconchegante, um colo seguro e tranquilo.
Alguém em quem se pode confiar e que, a distância do olhar não afasta a proximidade de um coração e de uma relação sincera e forte... uma amizade com um laço forte e pressistente.
Anjo de jeito simples, sorriso rasgado, olhar cintilante, jeito de menina e uma cor forte no corpo. Uma pele chocolate e uma voz doce! Gargalhada contagiante e uma personalidade forte!

Gosto de ti, meu anjo, porque...
és tu!! Pura e dura! Simplesmente tu, com a tua beleza contagiante, o teu jeito doce e firme;
és um colo profundo e suave!
és menina frágil e com medos, como todos os anjos que por aí podem andar;
és tão capaz de dar colo como de o pedir e sentir;
és simplesmente sincera e amiga!
sim!!

Só porque sim! Há coisas que não se podem explicar ou entender por palavras soltas e escritas, só se podem sentir com o passar dos anos, o guardar dos momentos, o viver dos dias, o cultivar dos dias... guardar-te!

"Vou guardar cada lugar teu. Ancorado em cada lugar meu
E hoje apenas isso me faz acreditar que vou chegar contigo, onde só chega quem não tem medo de naufragar"

:)


PARABÉNS!!! Por hoje, pelo passado e pelo presente... o futuro, estarei aqui para ver e dar-te os parabéns sempre:) Parabéns por ti!!!
Orgulho-me de te ter e conhecer, meu bem!!!

*

quarta-feira, junho 16, 2010

Hoje apeteceu-me

Hoje apeteceu-me deixar-te...
sem razão aparente ou por todas as razões e mais algumas. Não consegui encontrar um meio termo que pudesse equilibrar a vontade da decisão. Encontrei em ti um desespero de um dia inacabado e tão friamente vivido no silêncio de pensamentos barulhentos e por entre os gritos de uma voz sem som!!
Quis deixar-te...
meter-me no carro, após ter feito uma mala para uma viagem curta, e seguir pela estrada, sem destino aparente mas com o desejo de chegar a algum lugar que pudesse ser o procurado. Ir à busca de algo mais que nem eu sei bem o que é!

Noutros dias, não te quis deixar...
porque me conquistaste com a beleza da tua luz, com a magia de cada esquina que guardas escondida, com toda a liberdade que me dás.
Ontem, não me quis despedir de ti tão cedo...
porque me guardas segredos, me trouxeste vitórias fantásticas, me agarraste pela mão e me trouxeste até "hoje". Não sabia se te queria deixar!

Hoje... desejei deixar-te já! Sem sequer perguntar o porquê nem para onde! Sem sequer ponderar a existência das saudades que possam chegar... tudo porque hoje... não me sei!

Hoje não me sei, em ti, contigo... sei-me sem ti!! Sei-me perdida como os espaços que de ti não conheço; sei-me revoltada com a minha revolta; triste com a minha tristeza; pequena como a minha crença em tudo o que fiz até este preciso minuto!

Hoje... anseio que o dia chegue ao fim, sem saber bem o que esperar do desfecho, sem saber bem o que beber dele, sem saber bem o que tirar de mim...


Agora, apetece-me esperar! Que um sono leve caia sobre a face, como um manto de tranquilidade e inunde a alma de uma paz permanente... que me acordes tu, com a magia que ontem te fiz ter; que me acordes tu com novas caras e sorrisos; que me acordes tu para a vida que me prometeste quando até ti cheguei e me levaste a conquistar....

Que me leves tu até onde tenho que ir, com saudade ou não mas... com a certeza que tu foste parte importante daquilo que hoje sou e pude ser!!!

Mas hoje... apeteceu-me deixar-te!!!

terça-feira, junho 08, 2010

Tu dás a receita eu quebro o jejum... (?)



Não leias. Olha as figuras brancas desenhadas pelos intervalos separando as palavras de várias linhas dos livros e inspira-te nelas.

Dá aos outros a tua mão a guardar.

Não te deites sobre as muralhas.

Retoma a armadura que abandonaste na idade da razão.

Põe a ordem no seu lugar, desarruma as pedras da estrada.

Se sangras e és homem, apaga a última palavra na ardósia.

Forma os teus olhos fechando-os.

Dá aos sonhos que esqueceste o valor daquilo que não conheces.

Conheci três lampistas, cinco guarda-barreiras mulheres, um guarda-barreira homem: e tu?

Não prepares as palavras que gritas.

Habita as casas abandonadas. Não foram habitadas senão por ti.

Faz um leito de afagos aos teus afagos.

Se eles batem à porta, escreve as tuas últimas vontades com a chave.

Rouba o sentido ao som, existem tambores encobertos mesmo nos vestidos claros.

Canta a grande piedade dos monstros. Evoca todas as mulheres de pé sobre o cavalo de Tróia.

Não bebas água.

Fala consoante a loucura que te seduziu.

Ata as pernas infiéis.

Deixa a madrugada aumentar a ferrugem dos teus sonhos.

Aprende a esperar, de pés para a frente. É assim que brevemente sairás, bem coberto.

Acende as perspectivas da fadiga.

Faz-lhes a surpresa de não confundir o futuro do verbo ter com o passado do verbo ser.

A quem peça para ver o interior da tua mão, mostra os planetas não descobertos do céu.

Para descobrir a nudez daquela que amas, olha as suas mãos. O seu rosto baixou.

Dá-me o prazer de entrar e sair nas pontas dos pés.

Ponto e vírgula: vês, mesmo na pontuação, como eles são surpreendentes.

Deita-te, levanta-te e agora deita-te.

Regula a tua marcha pela das tempestades.

Nunca mates uma ave da noite.

Olha a flor da campainha: ela não permite ouvir.

Falha a finalidade aparente, quando tiveres que atravessar o teu coração com a flecha.

Opera milagres para os negares.

Tem cuidado com os carroceiros do bom gosto.

Desenha na poeira os jogos desinteressados do teu tédio.

Não escolhas o tempo de recomeçar.

Escreve o imperecível na areia.

Não guardes em ti aquilo que não fira o bom senso.

Imagina que esta mulher está contida em três palavras e que esta colina é um abismo.

Lacra as verdadeiras cartas de amor que escreves com uma hóstia profanada.

Queres ter ao mesmo tempo o mais pequeno e o mais inquietante livro do mundo? Pede para relerem os selos das tuas cartas de amor e chora; não obstante tudo, tens razão para isso.

Nunca esperes por ti.

Não anules os raios vermelhos do Sol.

Segues pela terceira rua à direita, depois pela primeira à esquerda, chegas a uma praça, voltas junto do café que conheces, segues a primeira rua à esquerda, depois a terceira rua à direita, lanças a tua estátua por terra e ficas.

Sem saber o que irás fazer com ele, apanha o leque que esta mulher deixou cair.

Bate à porta, grita: Entre, e não entres.

Nada tens para fazer antes de morrer.


André Breton e Paul Éluard

terça-feira, junho 01, 2010

Era uma vez...


é assim que começam as histórias de contos de fadas, de magia e sonhos!

É assim que se vive no mundo do "faz-de-conta". Um mundo sem impossíveis, sem limites, sem finais tristes. Lá, a justiça é quem vence e o mal é sempre derrotado para nunca mais voltar!


Ser criança é isso mesmo, ser capaz de ser tudo e viver tudo, sem medos, sem limites! Porque raio complicar quando tudo é tão simples e básico?! Tornar uma folha de papel num quadro perfeito; usar os lápis para construções em vez de os usar apenas para pintar; uma caixa pode ser o melhor capacete espacial; um livro pode ser uma peça de puzzle lindíssima!

O truque é a imaginação, é não haver limites e não haver regras! Cada um joga à sua maneira dentro da realidade a que se desafia! E nada de duvidar das capacidades dos pequenos seres!


Ser criança...

é voar sem asas.

é escrever sem letras e ler sem frases.

é sonhar de olhos abertos e parar apenas quando se dorme.

é acreditar que tudo é possível!

é ser amado pelo pai e pela mãe, e saber disso.

é fazer disparates e pagar por ele.

é fazer queixinhas estúpidas e sem sentido.

é cantar numa língua esquisita mas não ter vergonha disso.

é desafiar os adultos até ao limite.

é chorar, mesmo quando não é preciso.

é fazer birra à procura de vencer pelo cansaço.

é correr até não poder mais!

é sorrir não apenas com a boca, mas com toda a cara.

é gostar de desenhos animados.

é comer um gelado e sujar-se.

é fazer uma festa quando chegamos ao interruptor da luz.

é crescer em tamanho.

é aprender a andar, a comer, a falar e ir para a escola.

é pedir mimo e adormecer no colo confortável.

...

é tudo isto e muito mais!!!


Ser criança é bom demais, apesar de exigir muito!

Ser criança é poder ser feliz todos os dias e, mais que isso, é tornar cada dia especial: para cada criança e para cada adulto!


Ser criança é espalhar magia e amor pelo ar!


É ser e fazer o mundo feliz!


FELIZ DIA DA CRIANÇA!!!

segunda-feira, maio 31, 2010

Ser mãe, como é?


Passamos o tempo e a vida a tecer comparações entre tudo e todos, entre atitudes e ditos.

No dia da criança fica-me a navegar por entre pensamentos de um mar agitado o que é e como é ser um bom pai!


Dei por mim, imensas vezes a repetir "eu não vou ser assim" ou "não quero ser assim". Sem dúvida que só a vida, o momento e o futuro poderá definir a postura de cada um perante a realidade de construir uma família e fazer dela a melhor de sempre, sendo esse, por norma, o sonho e desejo de cada um. Ser mãe é um desejo que se mantém firme desde cedo, mesmo quando me revolto com alguns dias e tento afastar a ideia de ter um filho. Prevalece, claramente, o coração perante tudo o que a razão possa tentar apostar para deitar abaixo essa magia.

Mas... como se poderá criar ou saber se somos bons pais ou não? Peranto o pouco que a vida tem ensinado, vou encontrando caminhos e descobrindo um pouco mais desta dúvida que assombra muitas cabeças, nomeadamente a minha.

Ser-se pai/mãe passa por um caminho difícil e muito inconstante. Exige a firmeza de um gesto ou de palavras e exige o colo mais acolhedor e quente do mundo inteiro; é um conjunto de opostos que raramente se cruzam ou, sei lá eu, se alguma vez cruzam caminhos. Ser mãe pede a amizade mais sincera e pura, mas grita pela distância que o respeito e autoridade impõem em muitos momentos da vida.

Ser mãe é sofrer enquanto se ensina uma criança que fez algo grave, é sentir o coração apertado enquanto se mantém a postura de severidade ou autoridade extrema; é sofrer-se por castigar os filhos pelos seus erros, sabendo sempre que é duro mas que faz parte de crescer; é não ceder às lágrimas doridas de mais um raspanete; ... é saber acolher uma conversa simples, sem nexo e sem organização sobre um dia cheio de brincadeiras, que soa a banal mas, tem tanto brilho no olhar; é saber trocar o conforto da cama e de um filme pelo chão da sala e um bebé de plástico; é saber ser criança e passar o papel de adulto ao filho; é saber explicar tudo, mesmo o mais difícil; ...


Ser mãe é, acima de tudo, ser-se sincera e apaixonada! É ser-se capaz de dar o mundo inteiro a um ser tão frágil e único! É ensinar todos os caminhos e mostrar ao filho que o mundo não é apenas bonito e que, cometemos erros pelos quais temos que pagar um preço e que, não somos perfeitos nem melhores que ninguém; e que sermos pequenos não é desculpa para termos a liberdade de fazer tudo!!


Ser mãe é ser especial! É ser amada e amar! É ser mãe e ter o dom de ter uma vida por dentro!


Ser mãe deve ser mesmo bom, apesar das lágrimas,das dificuldades e das dúvidas! Ser mãe é aprender todos os dias...


É ter uma criança que dá sentido à vida... e ser mãe é, certamente o momento em que a vida tem um sentido que não muda mais: fazer alguém muito feliz!!!

sábado, maio 29, 2010

Movies


A noite já vai longa e o cansaço é muito e pesado... mas não há capacidade para decidir quando parar de clicar no "stop" e rumar ao quarto para adormecer até amanhecer novamente. Segue-se um depois do outro, como se diz "são como as cerejas", vem um depois do outro.

A companhia levantou a bandeira após o primeiro filme e retirou as tropas para recuperar para um novo dia... senti que faltava qualquer coisa... ri, sorri e diverti-me mas, não me chegou para um filme, soube a pouco. Após procurar um pouco e sortear um título/trailer "here we go", alone this time. Recostada no sofá, todo inteiro só para mim e um filme um pouco mais cheio que o anterior.


Ver filmes acaba por ser uma fuga! Sai-se do real e entra-se na história que os olhos observam e a cabeça absorve. Por breves instantes o real aparece com o toque de uma mensagem ou um simples desvio do olhar mas, rapidamente nos voltamos a entrelaçar nas vidas paralelas e nos enredos de um ecrã e corpos que se movimentam e dão vida a uma história que, como se diz, "podia ser a nossa" ou "podia ser a de qualquer um".

Quantas vezes desejariamos ser uma personagem de um filme ou não nos vemos a interpretar papéis semelhantes?


É delicioso chegar ao fim-de-semana, não contar o tempo, não definir saídas e deixar-se enrolar em histórias diferentes, saborear um pouco mais do sofá e deixar-se levar...


Chega talvez ao fim, por hoje... amanhã a noite é outra e os filmes podem ser sempre mais...


"Keep moving watching movies"

domingo, maio 23, 2010

Sabes de ti?


Quando quiseres saber de ti, vem bater-me à porta. Não perguntes quem sou ou de onde venho. Vem devagar e chama pelo teu nome. Contar-te-ei a tua história desde que te vi sorrir. Vais ouvir falar de alguém capaz de percorrer a estrada para alcançar o conforto e oferecer um abraço maior que o mundo inteiro.

Posso contar-te a tua história que ficou perdida num passado, fechada num pequeno cofre que só quem fechou ou viveu sabe contar. Vais saber que eras uma preocupação, que eras presente e que tinhas quem cuidasse de ti a toda a hora. Guardaram-te bem!

Posso falar-te dos teus medos, das tuas conquistas, das tuas aventuras...


Sabes? Posso falar de ti! Daquele tu que conhecemos em tempos e que agora, não se sabe onde se perdeu ou se não se quer encontrar. Aquele que viveu tudo com muita vida e fechou a porta no maior desafio de vida.


Quando quiseres saber de ti... vem sem medo perguntar! Não queiras saber quem te conta a história ou quem te viu viver, tenta só saber quem foste e com isso... reconquistar a vida de quem és ou viver a vida de quem te tornaste...


Sabes quem és? Eu nem sempre te sei... e acho que tu também não... mas quando quiseres saber de ti, eu sei onde te encontrar.

Os lobos do coração


sexta-feira, maio 14, 2010

Dividir e partir

Já procurava por nós há algum tempo, sem que o tempo permitisse que nos pudessemos encontrar. Finalmente, fintámos o relógio e os dias e, arrancámos dali, com um destino para nos separar mas, com uma viagem que saberia melhor do que um gelado no verão. Sem darmos por ela, conversámos... tudo fluiu de dentro, sem filtro ou necessidade de processamento. É tão estranho saber o que diz o teu rosto e "re-ouvir" isso em palavras concretas e sentir a companhia de uma luta travada no interior! Senti algum alívio e preocupação, por ti e por nós.
Perdemos o rumo com o desenrolar do novelo até então preso e entrelaçado. Quando deste por nós, estávamos a fugir do ponto de separação de viagens. Regressaste com calma e com um sorriso pela situação e... despedimo-nos! Senti-me bem ao levar alguns dos teus medos e tormentos comigo na bagagem e poder ter dividido alguns dos meus também.

A espera foi um tempo de fuga ao permanecer a pensar demais... de bilhete na mão, segui rumo ao destino desta noite. Viagem no escuro, com um sorriso simpático ao meu lado mas um silêncio interior que permaneceu por pouco... interrompeu-o a música. Procurei ouvir melhor as palavras cantadas, perdi-me entres as ouvidas e as escritas que irrompiam o compasso.
Não demorei a chegar, demorei a entender que o cansaço estava enroscado no meu olhar, a escorer-me pelo corpo e a calar-me a voz.

Cheguei a pensar em ti... escrevi para ti...

Shhhhhhh... ainda não abri a mala! AS nossas preocupações vão ficar lá fechadas até amanhã. Assim, dormes quieta, calma e bem.

Boa noite!!

quarta-feira, maio 12, 2010

Emprestas-me o coração por uma noite?



Há tantas e tantas situações em que o coração pode bater mais forte...
A vontade de dançar obedece mesmo a este príncipio, a ritmicidade faz-nos processar a informação errónea de que o nosso coração está a bater mais depressa, sinónimo de entusiasmo...

Ao invés, pode também denunciar uma ansiedade voraz...
O nervoso miudinho...
O nó na garganta...
As borboletas na barriga...
Tudo complementos essenciais de um coração que parece querer saltar do peito...

E como bate o coração agora?

Gosto desta transparência a que não podemos controlar. Há melhor sinal?

quinta-feira, maio 06, 2010

E para quando a hora do encontro?



"Tenho medo de te ver
Necessidade de te ver
Esperança de te ver
Inquietação de te ver

Tenho ganas de te encontrar
Preocupação de te encontrar
Certeza de te encontrar
Pobres dúvidas de te encontrar

Tenho urgência de te ouvir
Alegria de te ouvir
Boa sorte de te ouvir
E temores de te ouvir

Ou seja
Resumindo
Estou fodido
E radiante
Talvez mais o primeiro
Que o segundo
E também
Vice versa"

Mario Benedetti

quarta-feira, abril 21, 2010


As situações bizarras aparecem, sorrateiramente, como se pedissem a nossa atenção desmesurada. Captam-nos todos os sentidos como se ficássemos absorvidos na irrealidade. Há como que uma especie de paralização de realidade que nos envolve e nos faz questionar a vida.



Pois não é que vejo eu (numa missa numa das nossas ilhas) uma Senhora (pequenina e encurvada, de cabelo quase rapado e que à primeira vista identifiquei como uma turista asiática - pouca precisão e prespicácia a minha bahhhh) a passear-se por entre os bancos com uma máscara sobre a cara, evidenciando-lhe o receio da contaminação. Pôs-se à frente das pessoas a bater o pé como se se tratasse de um simulacro de tourada. Tinha jeito a mulherzinha, uma vez que também fazia barulho e tornava o gesto bem imponente com as mãos em riste sobre a anca!

Depois, continuou a sua avante importunando quem lhe surgisse à frente,até que chegou a uns miudos. Tocou-lhes nos ombros pedindo-lhe atenção e, num gesto brusco de surpresa tira a mascara que a protegia da gripe, coloca a mão dentro da boca e... como se de um truque de magia se tratasse... tirou a dentadura de forma gloriosa. Tinha um acentuado défice na dentição superior a mulherzinha (foi a sensação (se quiser ser delicada e usar um eufemismo para certeza =)) que me deu ao longe).Depois, acabou o espectáculo com uma vénia e em seguida perdia-a de vista. Tudo em silêncio!

Aprendi (para além de que sou capaz de me distrair na missa e que as máscaras usadas para a gripe A têm outros usos criativos) que estamos sempre a mostrar coisas nossas, a desvendar-nos silenciosamente a quem nos aparece à frente, de forma intencional (ou não). Que muitas vezes nos ridicularizamos sem a menor noção disso e que outras tantas ridicularizamos peremptoriamente o que nos rodeia.

Sem questionarmos a vida...
Sem que ela nos justifique a sua "normalidade"...

segunda-feira, abril 12, 2010

E quantas mais velas terei que apagar para a felicidade chegar ? ;)



"O jeito em que todas as coisas foram colocadas instigou-me à vocação selvagem da desordem; estimula-me o pensamento de desmanchar tudo: os sítios nos tempos. Porque a história tem de ser feita ao contrário."

Herberto Helder

sexta-feira, abril 09, 2010

Parabéns pelo "Bom Dia"

"Bom dia!"

Uma expressão usada por tododos durante uma vida inteira. Apesar de tudo, poder ser transmitida de formas tão diferentes. Ao expressar um "Bom dia" podemos mostrar a nossa disposição, alegria, sono... tudo. Ao ouvirmos o "Bom dia!" podemos ficar mais sorridentes ou não, conforme as "vibrações" que daí advenham.

Pois bem, tive a minha primeira vibração de volta com o meu "Bom Dia". Apesar do sono, receber pequenada logo de manhã dá "pica". O "Bom dia" sai espontâneo e mesmo bem-disposto, vivo e cheio de garra (não fossem as carinhas deles sorridentes e as dos pais mais arrastadas). a Verdade é que consegui arrancar caras bem-dispostas que, antes da recepção de boas vindas, vinham sem expressão. No meio destas coisas todas, muito subtís e, achava eu, banalmente automáticas, recebo o seguinte:

"Parabéns e obrigada. Sabe mesmo bem um Bom dia tão bem-disposto!"

Fiquei sem grande reacção na altura, até porque foi tudo no fluir da chegada e organização das coisas... mas fez-me pensar. Realmente há muita gente com mau acordar e nem todos os dias são os melhores, bla bla bla mas... quanto mais nos dão de harmonioso, mais conseguimos que a harmonia deste novo sol comece a buscar o bom e deixar a cara fechada bem fechada no fundo da gaveta.

A todos um muito

terça-feira, março 30, 2010

E sempre que não me silencio...


Perguntaram assim a José Luís Peixoto:
Jorge Luís Borges imaginava que o paraíso seria parecido com uma livraria. Imagina-o assim também?
Respondeu: "Não. Uma livraria tanto pode ser o paraíso como o inferno. O paraíso tem que ser um lugar onde as pessoas se tocam e não um lugar onde estão sozinhas com palavras."



Miguel Sousa Tavares diz que vivemos numa sociedade que não se encontra mas que comunica. Diz que temos excessso de comunicação! Salienta depois a necessidade do silêncio, referindo que Chico Buarque escreveu um dia numa música:

"Esse silêncio todo me atordoa, e atordoado eu permaneço atento."
Ostenta que o silêncio serve para construirmos algo a partir dele. Há até um escritor que diz que quem fala demais nunca pode escrever um livro, perde demasiado tempo. Escrever não é mais que usar as palavras que se pouparam, diz.



segunda-feira, março 22, 2010

Da minha leitura da vida...


Não é nada díficil sentir-me assim!
Ora porque, de facto, sou demasiado nova para perceber determinadas coisas que vêm com experiências, que, até ao momento AINDA não tive a oportunidade de experimentar ou,
porque mesmo que queira nunca irei experimentar porque é-me impossível mudar o meu país, a minha cultura, a minha história, a história destes dias e deste meu espaço...
Ora porque, me tento antecipar àquilo que tem um momento próprio para acontecer ( e será que ele existe?)
Ora porque, por muito que me tente esforçar (e empenho-me de verdade!) há sempre coisas muito díficeis de entender.
Ora porque, invariavelmente, me sinto a meio das coisas (e sem querer esqueço-me de pormenores do "passado" e centro-me ansiosamente no que vai acontecer a seguir) - Disperso-me!


quinta-feira, março 04, 2010




“O mais ridículo nas histórias de amor não correspondido é saber que bastava pouca coisa, uma circunstância diferente, uma questão de tempo, para que os papéis se invertessem, fôssemos nós os amados e não os que amam.

Porque, parece-me, que amar alguém não é ao acaso, amamos quem muito provavelmente, por muito pouca coisa, nos amaria a nós. E, claro, mais ridículo ainda nestas histórias é que, por muito menos, era provável que a não correspondência fosse uma correspondência absoluta, infinita, desolada de tão maravilhosa, se o mundo estivesse virado para o mesmo lado, ao mesmo tempo, de olhos bem abertos e, depois, fechados, para selar tudo como num beijo, na altura em que o amor nascesse.

Apesar de tudo, há é que manter um caso de amor com a vida, como disse Alberto de Lacerda e acarinhar a memória desses bem-amados que, sem culpa absolutamente nenhuma, não nos amaram. Eu acredito nele e concordo que é o primeiro amor, o da vida, que leva pela mão o outro, o que há-de vir para ficar. Entretanto, beijar ao sol. Às tantas poderá essa luz revelar que quem está ali é a única pessoa que ao nosso lado devia estar.”

Ana salomé

terça-feira, fevereiro 16, 2010

Calendário


Um ano... um ano e uns dias...



O tempo passa a voar e parece que ainda não passou nada. A passagem constante e normal dos dias torna-se uma coisa tão rotineira e rápida, comum e simples que nem se consegue fazer notar as semanas, os meses e os anos a passar. Só as datas festivas marcam com maior ênfase o rasgar de cada dia.



Passou um ano e pouco... um ano?! ISto é imenso! Parece que, mesmo depois desta corrida de dias, continua tudo tão igual, semelhante ou sem grandes novidades. A verdade é que, se olhar para as coisas com um maior cuidado, com mais atenção e com um pouco de amor no olhar, encontram-se tantas coisas diferentes, tantos avanços, recuos, aprendizagens... é deliciosa a panoplea de coisas que se guardam deste ano que já avançou. Um salto para o escuro, desconhecido e para uma certa aventura, sem qualquer garantia de nada e com maior probabilidade a sair furada, acabou por se tornar numa coisa certa e com pernas para andar... o bebé de 1 ano que agora tende a manter-se seguro e quieto no seu lugar, mas sempre a crescer.






Não se conhece todos os caminhos, não se sabe como chegar a todos os lugares mas, sabe-se chegar aos lugares seguros e que trazem uma energia diferente: sabe-se chegar ao mar, sabe-se chegar aos pontos de encontro, sabe-se chegar à casa dos amigos, ou, pelo menos, sabe-se o número de telemóvel para combinar alguma coisa. Não sei de tudo, mas sei alguma coisa; não procuro tudo, mas encontro muita coisa que não estava à espera; não encontro o que procuro, mas também não sei bem o que procuro.






Um ano... amizades, momentos de muitas lágrimas, de rir até cair para o lado, vaguear nas ruas, conhecer praias, conhecer lugares que se tornam pontos de passagem obrigatória, arrependimento/certeza, conversas e silêncio, enfrentar as coisas ou fugir delas, sorrisos e abraços cheios de amor apesar do tamanho XS de quem os dá... Orgulho! Orgulho e vitória em muito daquilo que se consegue conquistar e viver! Orgulho na luta e não no chegar ao spot; finalmente, orgulho em descobrir que se consegue olhar para o lado positivo da vida, sem querer duvidar de nós e ceder ao medo ficando estagnado e pela "zona de conforto".






UM ANO e continuo a desejar, sonhar por e com tantas coisas que parecem não chegar mas, um ano passou e sinto-me com um lugar meu, uma conquista e vitória, acompanhada e capaz de acreditar que com a simplicidade de quem somos conseguimos chegar a algum lugar que valha a pena. Um ano e, poderia dizer que existe alegria em muito do que este ano trouxe e desafiou.






Contagem a somar para o 2º ano... traga ele o que trouxer, há-de chegar cheio de novas coisas, muito que aprender e viver!!!

segunda-feira, fevereiro 15, 2010

Vento, chuva, frio e pensamentos viajantes

Começa uma nova semana... passou o fim-de-semana a correr com aquela data que nada me diz a não ser "bora marcar o jantar das 3 de sempre" e, apesar da distância, cá nos juntámos nós na capital:)
Agora, chega outra data festiva, o Carnaval: adorado por uns e odiado por outros, confesso que fico no meio! Claramente que acabo por viver muito dele por causa da pequenada que tanto valor e importância dá a estes dias em que o mundo da magia e imaginação é rei no mundo real; e onde todos podem sair um bocadinho da casca e divertir-se sem grandes medos ou vergonhas.
A manhã prometeu frio e chuva... ouviu-se um silêncio imenso e uma disposição igualmente mais silenciosa. As ruas estavam a acordar enquanto se abria a porta e enquanto percorria o caminho de todos os dias. A luz ainda teimava em ficar meio escondida por trás das nuvens e dos prédios altos. Abri a porta e estava tudo silencioso, fechado e parado, como se fosse a única pessoa a sentir o tempo correr e ficasse à espera que todo o resto do mundo acordasse.
Entrou-me pela porta o primeiro sinal de vida por entre o vento e a chuva e daí em diante, foi "sempre a somar", apesar do sono e da contagem até ao regresso, de uma forma breve, ao quente da cama que deixei "em aberto".

Dias chuvosos e frios dão que pensar: procura-se o aconchego que conforta e os únicos que vão vaguear são os pensamentos que se perdem por entre o frio, um palpitar do coração, o respirar da alma e o calor da fogueira.
Passado, presente e futuro encontram-se por entre recordações, imagens reais e desejos. Fecha-se então a porta, roda-se a chave, faz-se o caminho até ao conforto de um lugar quente, na melhor companhia para uma conversa que vá fluindo... até o sono chegar e envolver tudo...até ao dia seguinte que se deseja melhor.

quinta-feira, fevereiro 11, 2010


Gosto daquela ideia romanceada de que cada ruga conta uma história. Como se a inspirar a metáfora bonita do passar dos anos como sinónimo de riqueza de experiências.

Em boa verdade, ser sénior não é necessariamente símbolo de mais sabedoria mas sim da representação da acumulação de estórias.

Com efeito, à medida que vivemos mais tempo, temos cada vez mais tendência para nos diferenciarmos e termos cada vez menos pontos em comum - E tornearmos cada ruga como um traço vigoroso da benesse que é vida. A nossa própria vida… assim… vincada também pela diferença…

sexta-feira, janeiro 29, 2010

E se todos os “olás” escondessem trocadilhos?

Ás vezes tenho esta estúpida mania de romancear a vida e as coisas que nela podem acontecer. Mas estou certa de que não sou uma romântica. E estou também certa de que me acontecem coisas (algumas mesmo curiosas) tal como vão acontecendo coisas a todos nós, mas que eu gosto de coleccionar como os meus momentos verdadeiramente imprevistos...



Estava de regresso do Porto, erguida na penumbra, enquanto se augurava a vinda do Comboio...
Passa por mim um Senhor e olha-me fixamente nos olhos enquanto eu finjo que não me apercebo... E faz a ronda uma e outra vez, até que decide interpelar-me com um: "Vamos para Lisboa"?
(Como se desejássemos todos ir ao encontro da nossa capital privada, como sinónimo de mais oportunidades, da fuga das pequenas rotinas)


Franzi o sobrolho na tentativa de fazer a carantonha mais assustadora que conseguia (pensando para mim mesma: Confirma-se: só atraio deficientes, velhinhos e... doidos".

E continuou: "Se eu tiver uma boa viagem, também vai ter"
(Como se esta coisa de dependermos uns dos outros fosse mesmo verdade!)

Deduzo que a minha cara tenha desprendido uma expressão ainda mais assustadora mas não resisti em responder: "Mas o que é que o senhor quer?")
(Esta estúpida mania de não sabermos esperar, de desconfiarmos de tudo o que não seja expectável e impormos barreiras em tudo o que não nos é familiar. A velha história de associarmos o termo viagem a esta coisa que tem o nome de vida e que teimamos em querer sempre que seja boa.)

Não me respondeu mas depreendi que quisesse um pouco de conversa trivial e assim foi.
Quando o comboio chegou despediu-se rapidamente dizendo que tinha que ir para a frente.
(aliás, queremos sempre todos ir à frente… sempre em frente…)

“ Eu disse-lhe, se eu tiver uma boa viagem também vai ter. Posso conduzi-la?” – Disse ele e desapareceu em passo rápido.

(Sim, era o maquinista. Sim, às vezes tenho mania de romancear a vida, como se fôssemos sempre conduzidos por outros e condutores de outros. Sim, às vezes aparecerem-nos só pessoas simplesmente à procura de vida. Porque viver é dizer “olá” a tudo o que nos aparece sem grandes barreiras).

Mas eu nunca fui romântica… E segui viagem…

"Pudim de Natal" by João Manzarra

Porque há sempre o lado divertido da vida e, este rapaz, João Manzarra, tem um certo toque especial que eu ADORO :)
Numa sequência de vídeos (a velha saga de ver um e depois puxa-se de outro, e outro...) não me cansei de rir e ver as formas de estar. Fica a música que ficou no ouvido e dá pa cantar "músicas de natal para a páscoa" ;)
Enjoy it!!!


domingo, janeiro 24, 2010

"(Só) P'ra Sempre" =)




Descoberta, por acaso (ou não)! Lúcia Moniz, uma grande portuguesa:)


Ando sobre água
Perdida na corrente
Navego a direito
E vou de trás p´ra frente
Ando sobre a água e o vento está quente

Hoje olhei p´ra ti
E não vi o que eu queria
Liberdade à noite
E a solidão no dia
Hoje olhei p´ra ti
Senti-me tão fria
Tão só...

Agora diz-me o que é que eu vou fazer
A dor é forte e eu vou sobreviver
Eu não me entrego, fico
Longe de ti
P´ra sempre
Longe de ti, sem
Poder pensar no que eu faço
És o meu último fracasso

Hoje quis ser tudo
P´ra ti até morrer
Olhar para nós
Ver cidades a arder
Hoje quis ser tudo
Até me esquecer...

... até me esquecer
Eu vou-me embora e tu vais ficar
Só p´ra ver
E já não há nada a perder


Agora diz-me o que é que eu vou fazer
A dor é forte e eu vou sobreviver
Eu não me entrego, não volto a ter
Mais ninguem

Só, p´ra sempre
Longe de ti sem querer pensar
No que faço
És o meu último fracasso

quarta-feira, janeiro 20, 2010

"O segredo" sugerido

Numa tarde de sábado decidimos sair de casa, mesmo com chuva, e seguir para a multidão.
Percorremos os lugares de sempre, numa "parecida rotina" de sempre. Saltitámos das fotos para o bar. Trocam-se palavras e opiniões entre o saborear de algo mais doce e apetecível... que bem que sabe!
Após o momento de pausa segue-se a passagem mais que obrigatória pelo mundo dos livros dos mais pequenos (o espaço infantil tem cada coisa fascinante que, não fossem os preços mais que redondos e elevados, traríamos uns quantos livros de cada vez que ali passassemos). Mexer, remexer! Avançar e recuar; abrir, folhear, trotear umas breves frases do livro... ali ficamos sem noção da rapidez com que o tempo passa e deixamo-nos levar.

Entre um livro e outro, gargalhadas e piadolas, a minha maravilhosa contadora de histórias (com quem partilhei 4 anos de curso e agora, quase 1 ano de vida na capital) que delicia os ouvidos de quem a houve contar (não ler) uma história, começou a declamar com aquele seu jeito e magia, uma das histórias que tinha decidido trazer comigo. Começámos a empolgar-nos e, olhei para o lado quando vi um sorriso simpático de olhos postos em nós. Ali ficámos por mais uns minutos. Na continuação daquele momento saiu por detrás duma estante a "senhora do sorriso simpático", pedindo licença para dizer uma coisa. Veio parabenizar a minha contadora de histórias pois achava que ela devia conseguir transmitir aos meninos a magia dee sonhar ao ouvir histórias :) Depois descobriu que éramos educadoras e ali ficou um tempo a falar de coisas dela e a dar os parabéns da capacidade de fazer a pequenada sonhar.
Aproveitou para dizer que esteve algum tempo à espera do momento certo para a abordagem mas, como não encontrou fez questão de ganhar coragem e não ir embora sem dizer o que queria, mesmo podendo não servir nada.

Perguntou se poderia sugerir mais uma coisa... acompanhámos a senhora até outra estante (de livros mais "crescidos" e onde raramente passo os olhos). Sugeriu que conseguissemos ver o filme antes de passar para o texto do livro: "O Segredo" de Byrne Rhonda que diz-se falar da lei da atracção. Vincou muito que aquele livro a tinha feito mudar muito da sua forma de vida e deu alguns exemplos. Pouco depois, após breves minutos a conversar (mais a ouvi-la) voltámos ao nosso caminho com uma sensação estranha mas... ficámos com o bichinho da curiosidade quanto ao filme...

Fica a sugestão aberta a todos... :)

Qualquer um pode ser abordado por alguém nos sítios mais normais, mais comuns só por olharem para a forma de estar do momento e, quem sabe, não nos podem ensinar alguma coisa.
Naquele momento, reparei que... não perdemos nada em dizer o que pensamos: dizemos e cada um faz o que quiser com o que lhes é dito mas, fica dito e isso pode fazer a diferença :)

quarta-feira, janeiro 13, 2010

Em suspiro...



Se a todo o instante inspiramos porque é que às vezes nos falta a "inspiração"? ;)