quarta-feira, dezembro 29, 2010
Hei-de escutar sempre notícias do "céu"...
"Não creio nos filósofos, mas cativou-me sempre a sua audácia de pensar.
É bonito, leiam-nos.
Quanto aos poetas sorriam-lhes de longe.
Mas atenção aos grandes músicos, à sua estranha perfeição, à nostalgia que nos invade ao escutá-los.
Quando encontrarem um, não o deixem escapar.
Poderia pensar-se que nos trazem (os músicos) notícias de Deus."
In Albas de Sebastião Alba
sábado, dezembro 25, 2010
domingo, dezembro 12, 2010
Regressar
Um lugar fenomenal... acho que se torna sempre melhor pela presença contínua das pessoas que nos acompanham e fazem de cada momento uma história de encantar qualquer gargalhada. Outra cultura, outros lugares e a distância necessária para se poder deixar serenar as preocupações e confusões da vida. Um verdadeiro retiro para o paraíso do sol e da boa disposição.
Não há como resumir uma viagem onde aconteceu de tudo e que só as expressões, movimentos, olhares e sorrisos, músicas e lugares poderiam ajudar, minimamente, à descrição mais próxima da verdadeira aventura. Sem comentários. Apenas que ainda ficaram outras ilhas e espaços por conhecer e que, uma semana sabe sempre a tão pouco.
Sabe bem chegar, saber que alguém nos espera com saudade e entusiasmo em saber mais de nós. Saber que há alguém que sai de casa para esperar por amigos de uma amiga e os trazer de regresso a casa... é um verdadeiro privilégio a existência de amizades nas nossas vidas. É um verdadeiro dom a amizade de cada um.
É mesmo bom saber que quando vamos para algum lugar fica sempre alguém à nossa espera, a contar os dias do nosso regresso e a aguardar tudo aquilo que trazemos na bagagem para contar. Aguardam um regresso sorridente e o recordar de um abraço adiado por muitos dias fechado. E nós...tentamos não regressar logo pois sabemos que aquele momento é único e não pode esperar enquanto que passamos a vida a achar que sabemos/esperar/com a certeza (que nunca é certa) de que os outros esperam sempre por nós, até nos apetecer... completamente e totalmente errado. Há quem espere, há quem não tenha que o fazer mas... a vida é mesmo assim :)
Regressar à rotina é sempre a certeza de que temos sempre um lugar para ir, onde pertencemos ou onde nos fazem pertencer e nos tornam uma peça do puzzle da vida dos que tocamos... é bom regressar?! Acho que sim... pelo menos regressei sempre até hoje...quando não o fizer saberei se é bom não o fazer, até lá...
Regresso com saudades do que se deixa e do tempo ser sempre contado.
domingo, novembro 28, 2010
Alguém disse um dia...
Não sei quem escreveu isto mas, quem o fez, é um comum mortal como qualquer pessoa neste mundo; conseguiu usar as palavras da melhor maneira!
quarta-feira, novembro 24, 2010
Outro mundo, 1x por semana
segunda-feira, novembro 08, 2010
A esperança pode ser bem traiçoeira. Saber exactamente aquilo que se pode (ou não se pode) ou deve esperar pode inibir a nossa centração no aqui e no agora mas também pode fazer com que o saibamos aproveitar com outra motivação.
Por vezes é preciso negar a realidade que se avizinha mas outras é necessário levá-la ao peito como sinal de vida!
Aceitar a realidade é sempre o que nos cabe fazer, mesmo que esta não seja lógica, mesmo que demore tempo...
E andamos sempre desencontrados com as esperanças ( nossas, dos outros e as reais)... mas em esperança constante...
quarta-feira, novembro 03, 2010
E assim...
sábado, outubro 30, 2010
Código de "um dia"
O tempo stá a voar a uma velocidade estonteante!
Perdi-me no tempo que ficou para trás e fui adiando escrever qualquer coisa por cá... demasiado tempo. Usei o "um dia" ou "outro dia" escrevo e... esse dia nunca chegou realmente. Ouvia-se num filme dizer "um dia" é o código para "nunca"... curiosamente pode aplicar-se a tantas outras situações da vida que me rasgou um sorriso.
Olhar para trás e encontrar neste silêncio de muito tempo tantos momentos por contar e aventuras decisivas. Resta regressar e tentar comprometer-me com aquilo que as palavras conseguem e podem dizer e trazer... sinceridade e história/sentimento!
Aguarda-se pela capacidade de entender e fazer de todos os "um dia" tornarem-se "no dia" e momento exacto para se escrever e cuidar do cantinho guardado e já com uns aninhos simpáticos :) Uma criança a crescer com "pais separados" pela distância mas unidos no mesmo sentido. E sabes que mais, querida companheira?! Quem sabe não voltarei a escrever sobre aquele país que nos conseguiu fazer "criar laços" e "atar nós" com um sorriso imenso e uma "sodade" daquelas "gentis" com o brilho no olhar...
Aguarda-se as novidades dos dias que passam até chegar...:) o dia!
Um dia volto a dedicar-me ao nosso blog: hoje é e foi o primeiro dia ;) com mais 1h que todos os outros deste ano =)
domingo, setembro 05, 2010
Opção: Escolher!
"Quando me escolheste, avisaste logo que não tinhas escolha. Já tinhas escolhido, e escolheste ser fiel a essa escolha. Mas para seres fiel à tua escolha tinhas de te pôr naquela situação angustiante de não ter escolha."
Pedro Mexia
quarta-feira, setembro 01, 2010
O novo álbum dos King of Convenience chama-se " Declaration Of Dependence".
Às vezes acho mesmo que somos dependentes de tantas coisas mas não conseguimos declará-lo explicitamente.
Como se houvesse uma necessidade sórdida de classificarmos dependência como antónimo perfeito de liberdade.
Mas não é nada disso!
Há uma liberdade imensa na consciência das nossas dependências.
terça-feira, agosto 17, 2010
Era uma vez...Walkabout
http://www.youtube.com/watch?v=P2K7D-uMH2g&feature=related
Se me arrependo?! Agora, não!
O arrependimento ficou perdido por entre tantos outros sentimentos e esmoreceu com o passar dos dias. Conquistaram-me as horas, o serviço, o dar mais, ser capaz, estar para os outros... que se lixe o cansaço, as férias, os sonhos de parar um pouco... saí vitoriosa e tão melhor, tão mais rica e preenchida de tudo perante o "nada" que toda a gente vê.
Como é possível ser derrotada em 2 dias pelo orgulho de estar ali, com pessoas tão diferents mas tão capazes de me surpreender e tornar os dias e as noites em momentos únicos e especiais?
Como é que "caminhar, sem destino concreto", me abriu caminhos claramente certos e importantes?
Como é que, rostos desconhecidos se tornam, em menos de anda, no quadro dos meus dias, na minha casa e, muitas vezes, abrigo?
Como é que me conquistas com uma conversa apenas? Ou como raio a tua sinceridade toca no que não me sai pela boca e guardo cá dentro?
Porque me desafiaste assim e caminhaste comigo?
Porque que é que o silêncio não me amedrontou a alma e, simplesmente, me encheu o espírito?
Como é que os olhares falavam tão alto e claramente comigo?
Como é que 10 dias me invadem todos os outros de uma forma tão presente e especial? Como é que 53 pessoas fazem a diferença?
...
A passagem de ano chegou mais cedo e mais específica e melhor definida como "A passagem de ano". Aquela em que pensamos melhor no que queremos, nos nossos sonhos e desejos, em que saímos prontos a desafios maiores, a propósitos frescos. Foi isso mesmo, o virar da página, o desafiar novas coisas, desafiar novos medos, confiar em novos sonhos...
Palavras, olhares, sorrisos, lágrimas, cânticos, Deus, o som dos riachos, o rasgar da manhã ao som do apito, a dificuldade em abrir bem os olhos, as panelas gigantes, o calor insuportável, as dores do cansaço e do esforço, os militares, os sketchs, a população, os jogos, a novela, as refeições, mochilas e sacos cama, o castelo, as orações, os banhos, os BDS, as poucas mas boas sornas, oas miminhos, as palavras por dizer, as fotos, o comboio, as guitarras, a roda, o hino, o boa-noite, as estrelas, as sombras, os participantes, as lanternas, as conversas, os abraços, as danças... o Walkabout: resumindo!
As saudades mesmo antes de acabar! O coração apertado ao ver o comboio partir e o campo vazio de gente, a viagem de conversas entre amigos, alguns reencontros, o regresso a casa e o fechar de semana numa praia, de pés descalços e amigos... o agradecimento eterno e profundo do espírito Walkabout que permanece semeado e a dar fruto.
Obrigada e... até já em vez de até sempre!
Mamã
sábado, julho 31, 2010
E o sorriso serve para se usar =)
Podemos procurar diferenças e não só semelhanças para nos juntarmos?
quarta-feira, julho 21, 2010
Vida de Personagem
A actuação foi perfeita, duradoura e muito credível. O pano abre e todos regressam, sorridentes, à procura dos aplausos que tornam ensurdecedor todo o qualquer ruído. Só se vêem os sorrisos. Os corações do palco palpitam sem conseguirem reduzir o seu ritmo num só segundo… é a emoção!
terça-feira, julho 20, 2010
Ele passou por mim e sorriu - Os Deolinda
Ele passou por mim e sorriu
e a chuva parou de cair
o meu bairro feio tornou-se perfeito
e o monte de entulho, um jardim
O charco inquinado voltou a ser lago
e o peixe ao contrário virou
Do esgoto empestado saiu perfumado
um rio de nenúfares em flor
Sou a mariposa bela e airosa
que pinta o mundo de cor de rosa
eu sou um delírio do amor
Sei que a chuva é grossa, que entope a fossa
que o amor é curto e deixa mossa
mas quero voar, por favor
No metro, enlatados, corpos apertados
suspiram ao ver-me entrar
Sem pressas que há tempo
dá gosto o momento
e tudo mais pode esperar
O puto do cão com seu acordeão
põe toda a gente a dançar
e baila o ladrão
com o polícia p'la mão
esvoaçam confetis no ar
Sou a mariposa bela e airosa
que pinta o mundo de cor de rosa
eu sou um delírio do amor
Sei que a chuva é grossa, que entope a fossa
que o amor é curto e deixa mossa
mas quero voar, por favor
Há portas abertas e ruas cobertas
de enfeites de festas sem fim
e por todo o lado, ouvido e dançado
o fado é cantado a rir
E aqueles que vejo, que abraço e que beijo
falam já meio a sonhar
se o mundo deu nisto e bastou um sorriso
o que será se ele me falar
Sou a mariposa bela e airosa
que pinta o mundo de cor de rosa
eu sou um delírio do amor
Sei que a chuva é grossa, que entope a fossa
que o amor é curto e deixa mossa
mas quero voar, por favor
segunda-feira, julho 19, 2010
Dizem que...
Margarida Rebelo Pinto
quarta-feira, julho 07, 2010
Clap, clap, clap...
"Madame Godard"
Por todas as vezes que nos devemos comportar como "madames" sem nunca perder o olhar de mademosseile, a meninice do deslumbre...
Por todas as vezes que não ficamos à espera da sorte...
Godard disse que "A história deve ter um começo, um meio e um fim, mas não necessariamente nessa ordem"...
Sabe bem ter afrontamentos de ínvisivel de vez em vez!
domingo, julho 04, 2010
Ser ou não ser "Femêa Omega"?
.... a cada momento.
terça-feira, junho 22, 2010
Meu anjo, parabéns!!!
"Acredita em Anjo? Pois é, sou o seu.
Soube que anda triste, que sente falta de alguém"
Anjos... sem asas, que não moram no céu, não são intocáveis ou invisíveis... anjos! Anjos de carne e osso, pessoas como nós apenas com um olhar diferente, um jeito doce e um lugar especial.
Um sorriso cheio de magia, um olhar cheio de luz, um abraço quente e aconchegante, um colo seguro e tranquilo.
Alguém em quem se pode confiar e que, a distância do olhar não afasta a proximidade de um coração e de uma relação sincera e forte... uma amizade com um laço forte e pressistente.
Anjo de jeito simples, sorriso rasgado, olhar cintilante, jeito de menina e uma cor forte no corpo. Uma pele chocolate e uma voz doce! Gargalhada contagiante e uma personalidade forte!
Gosto de ti, meu anjo, porque...
és tu!! Pura e dura! Simplesmente tu, com a tua beleza contagiante, o teu jeito doce e firme;
és um colo profundo e suave!
és menina frágil e com medos, como todos os anjos que por aí podem andar;
és tão capaz de dar colo como de o pedir e sentir;
és simplesmente sincera e amiga!
sim!!
Só porque sim! Há coisas que não se podem explicar ou entender por palavras soltas e escritas, só se podem sentir com o passar dos anos, o guardar dos momentos, o viver dos dias, o cultivar dos dias... guardar-te!
"Vou guardar cada lugar teu. Ancorado em cada lugar meu
E hoje apenas isso me faz acreditar que vou chegar contigo, onde só chega quem não tem medo de naufragar"
:)
PARABÉNS!!! Por hoje, pelo passado e pelo presente... o futuro, estarei aqui para ver e dar-te os parabéns sempre:) Parabéns por ti!!!
Orgulho-me de te ter e conhecer, meu bem!!!
*
quarta-feira, junho 16, 2010
Hoje apeteceu-me
sem razão aparente ou por todas as razões e mais algumas. Não consegui encontrar um meio termo que pudesse equilibrar a vontade da decisão. Encontrei em ti um desespero de um dia inacabado e tão friamente vivido no silêncio de pensamentos barulhentos e por entre os gritos de uma voz sem som!!
Quis deixar-te...
meter-me no carro, após ter feito uma mala para uma viagem curta, e seguir pela estrada, sem destino aparente mas com o desejo de chegar a algum lugar que pudesse ser o procurado. Ir à busca de algo mais que nem eu sei bem o que é!
Noutros dias, não te quis deixar...
porque me conquistaste com a beleza da tua luz, com a magia de cada esquina que guardas escondida, com toda a liberdade que me dás.
Ontem, não me quis despedir de ti tão cedo...
porque me guardas segredos, me trouxeste vitórias fantásticas, me agarraste pela mão e me trouxeste até "hoje". Não sabia se te queria deixar!
Hoje... desejei deixar-te já! Sem sequer perguntar o porquê nem para onde! Sem sequer ponderar a existência das saudades que possam chegar... tudo porque hoje... não me sei!
Hoje não me sei, em ti, contigo... sei-me sem ti!! Sei-me perdida como os espaços que de ti não conheço; sei-me revoltada com a minha revolta; triste com a minha tristeza; pequena como a minha crença em tudo o que fiz até este preciso minuto!
Hoje... anseio que o dia chegue ao fim, sem saber bem o que esperar do desfecho, sem saber bem o que beber dele, sem saber bem o que tirar de mim...
Agora, apetece-me esperar! Que um sono leve caia sobre a face, como um manto de tranquilidade e inunde a alma de uma paz permanente... que me acordes tu, com a magia que ontem te fiz ter; que me acordes tu com novas caras e sorrisos; que me acordes tu para a vida que me prometeste quando até ti cheguei e me levaste a conquistar....
Que me leves tu até onde tenho que ir, com saudade ou não mas... com a certeza que tu foste parte importante daquilo que hoje sou e pude ser!!!
Mas hoje... apeteceu-me deixar-te!!!
terça-feira, junho 08, 2010
Tu dás a receita eu quebro o jejum... (?)
Não leias. Olha as figuras brancas desenhadas pelos intervalos separando as palavras de várias linhas dos livros e inspira-te nelas.
Dá aos outros a tua mão a guardar.
Não te deites sobre as muralhas.
Retoma a armadura que abandonaste na idade da razão.
Põe a ordem no seu lugar, desarruma as pedras da estrada.
Se sangras e és homem, apaga a última palavra na ardósia.
Forma os teus olhos fechando-os.
Dá aos sonhos que esqueceste o valor daquilo que não conheces.
Conheci três lampistas, cinco guarda-barreiras mulheres, um guarda-barreira homem: e tu?
Não prepares as palavras que gritas.
Habita as casas abandonadas. Não foram habitadas senão por ti.
Faz um leito de afagos aos teus afagos.
Se eles batem à porta, escreve as tuas últimas vontades com a chave.
Rouba o sentido ao som, existem tambores encobertos mesmo nos vestidos claros.
Canta a grande piedade dos monstros. Evoca todas as mulheres de pé sobre o cavalo de Tróia.
Não bebas água.
Fala consoante a loucura que te seduziu.
Ata as pernas infiéis.
Deixa a madrugada aumentar a ferrugem dos teus sonhos.
Aprende a esperar, de pés para a frente. É assim que brevemente sairás, bem coberto.
Acende as perspectivas da fadiga.
Faz-lhes a surpresa de não confundir o futuro do verbo ter com o passado do verbo ser.
A quem peça para ver o interior da tua mão, mostra os planetas não descobertos do céu.
Para descobrir a nudez daquela que amas, olha as suas mãos. O seu rosto baixou.
Dá-me o prazer de entrar e sair nas pontas dos pés.
Ponto e vírgula: vês, mesmo na pontuação, como eles são surpreendentes.
Deita-te, levanta-te e agora deita-te.
Regula a tua marcha pela das tempestades.
Nunca mates uma ave da noite.
Olha a flor da campainha: ela não permite ouvir.
Falha a finalidade aparente, quando tiveres que atravessar o teu coração com a flecha.
Opera milagres para os negares.
Tem cuidado com os carroceiros do bom gosto.
Desenha na poeira os jogos desinteressados do teu tédio.
Não escolhas o tempo de recomeçar.
Escreve o imperecível na areia.
Não guardes em ti aquilo que não fira o bom senso.
Imagina que esta mulher está contida em três palavras e que esta colina é um abismo.
Lacra as verdadeiras cartas de amor que escreves com uma hóstia profanada.
Queres ter ao mesmo tempo o mais pequeno e o mais inquietante livro do mundo? Pede para relerem os selos das tuas cartas de amor e chora; não obstante tudo, tens razão para isso.
Nunca esperes por ti.
Não anules os raios vermelhos do Sol.
Segues pela terceira rua à direita, depois pela primeira à esquerda, chegas a uma praça, voltas junto do café que conheces, segues a primeira rua à esquerda, depois a terceira rua à direita, lanças a tua estátua por terra e ficas.
Sem saber o que irás fazer com ele, apanha o leque que esta mulher deixou cair.
Bate à porta, grita: Entre, e não entres.
Nada tens para fazer antes de morrer.
André Breton e Paul Éluard
terça-feira, junho 01, 2010
Era uma vez...
segunda-feira, maio 31, 2010
Ser mãe, como é?
sábado, maio 29, 2010
Movies
domingo, maio 23, 2010
Sabes de ti?
sexta-feira, maio 14, 2010
Dividir e partir
Perdemos o rumo com o desenrolar do novelo até então preso e entrelaçado. Quando deste por nós, estávamos a fugir do ponto de separação de viagens. Regressaste com calma e com um sorriso pela situação e... despedimo-nos! Senti-me bem ao levar alguns dos teus medos e tormentos comigo na bagagem e poder ter dividido alguns dos meus também.
A espera foi um tempo de fuga ao permanecer a pensar demais... de bilhete na mão, segui rumo ao destino desta noite. Viagem no escuro, com um sorriso simpático ao meu lado mas um silêncio interior que permaneceu por pouco... interrompeu-o a música. Procurei ouvir melhor as palavras cantadas, perdi-me entres as ouvidas e as escritas que irrompiam o compasso.
Não demorei a chegar, demorei a entender que o cansaço estava enroscado no meu olhar, a escorer-me pelo corpo e a calar-me a voz.
Cheguei a pensar em ti... escrevi para ti...
Shhhhhhh... ainda não abri a mala! AS nossas preocupações vão ficar lá fechadas até amanhã. Assim, dormes quieta, calma e bem.
Boa noite!!
quarta-feira, maio 12, 2010
Emprestas-me o coração por uma noite?
Há tantas e tantas situações em que o coração pode bater mais forte...
A vontade de dançar obedece mesmo a este príncipio, a ritmicidade faz-nos processar a informação errónea de que o nosso coração está a bater mais depressa, sinónimo de entusiasmo...
Ao invés, pode também denunciar uma ansiedade voraz...
O nervoso miudinho...
O nó na garganta...
As borboletas na barriga...
Tudo complementos essenciais de um coração que parece querer saltar do peito...
E como bate o coração agora?
Gosto desta transparência a que não podemos controlar. Há melhor sinal?
quinta-feira, maio 06, 2010
E para quando a hora do encontro?
"Tenho medo de te ver
Necessidade de te ver
Esperança de te ver
Inquietação de te ver
Tenho ganas de te encontrar
Preocupação de te encontrar
Certeza de te encontrar
Pobres dúvidas de te encontrar
Tenho urgência de te ouvir
Alegria de te ouvir
Boa sorte de te ouvir
E temores de te ouvir
Ou seja
Resumindo
Estou fodido
E radiante
Talvez mais o primeiro
Que o segundo
E também
Vice versa"
Mario Benedetti
quarta-feira, abril 21, 2010
As situações bizarras aparecem, sorrateiramente, como se pedissem a nossa atenção desmesurada. Captam-nos todos os sentidos como se ficássemos absorvidos na irrealidade. Há como que uma especie de paralização de realidade que nos envolve e nos faz questionar a vida.
Pois não é que vejo eu (numa missa numa das nossas ilhas) uma Senhora (pequenina e encurvada, de cabelo quase rapado e que à primeira vista identifiquei como uma turista asiática - pouca precisão e prespicácia a minha bahhhh) a passear-se por entre os bancos com uma máscara sobre a cara, evidenciando-lhe o receio da contaminação. Pôs-se à frente das pessoas a bater o pé como se se tratasse de um simulacro de tourada. Tinha jeito a mulherzinha, uma vez que também fazia barulho e tornava o gesto bem imponente com as mãos em riste sobre a anca!
Depois, continuou a sua avante importunando quem lhe surgisse à frente,até que chegou a uns miudos. Tocou-lhes nos ombros pedindo-lhe atenção e, num gesto brusco de surpresa tira a mascara que a protegia da gripe, coloca a mão dentro da boca e... como se de um truque de magia se tratasse... tirou a dentadura de forma gloriosa. Tinha um acentuado défice na dentição superior a mulherzinha (foi a sensação (se quiser ser delicada e usar um eufemismo para certeza =)) que me deu ao longe).Depois, acabou o espectáculo com uma vénia e em seguida perdia-a de vista. Tudo em silêncio!
Aprendi (para além de que sou capaz de me distrair na missa e que as máscaras usadas para a gripe A têm outros usos criativos) que estamos sempre a mostrar coisas nossas, a desvendar-nos silenciosamente a quem nos aparece à frente, de forma intencional (ou não). Que muitas vezes nos ridicularizamos sem a menor noção disso e que outras tantas ridicularizamos peremptoriamente o que nos rodeia.
Sem questionarmos a vida...
Sem que ela nos justifique a sua "normalidade"...
segunda-feira, abril 12, 2010
E quantas mais velas terei que apagar para a felicidade chegar ? ;)
"O jeito em que todas as coisas foram colocadas instigou-me à vocação selvagem da desordem; estimula-me o pensamento de desmanchar tudo: os sítios nos tempos. Porque a história tem de ser feita ao contrário."
Herberto Helder
sexta-feira, abril 09, 2010
Parabéns pelo "Bom Dia"
Uma expressão usada por tododos durante uma vida inteira. Apesar de tudo, poder ser transmitida de formas tão diferentes. Ao expressar um "Bom dia" podemos mostrar a nossa disposição, alegria, sono... tudo. Ao ouvirmos o "Bom dia!" podemos ficar mais sorridentes ou não, conforme as "vibrações" que daí advenham.
Pois bem, tive a minha primeira vibração de volta com o meu "Bom Dia". Apesar do sono, receber pequenada logo de manhã dá "pica". O "Bom dia" sai espontâneo e mesmo bem-disposto, vivo e cheio de garra (não fossem as carinhas deles sorridentes e as dos pais mais arrastadas). a Verdade é que consegui arrancar caras bem-dispostas que, antes da recepção de boas vindas, vinham sem expressão. No meio destas coisas todas, muito subtís e, achava eu, banalmente automáticas, recebo o seguinte:
"Parabéns e obrigada. Sabe mesmo bem um Bom dia tão bem-disposto!"
Fiquei sem grande reacção na altura, até porque foi tudo no fluir da chegada e organização das coisas... mas fez-me pensar. Realmente há muita gente com mau acordar e nem todos os dias são os melhores, bla bla bla mas... quanto mais nos dão de harmonioso, mais conseguimos que a harmonia deste novo sol comece a buscar o bom e deixar a cara fechada bem fechada no fundo da gaveta.
A todos um muito
terça-feira, março 30, 2010
E sempre que não me silencio...
Perguntaram assim a José Luís Peixoto:
Jorge Luís Borges imaginava que o paraíso seria parecido com uma livraria. Imagina-o assim também?
Miguel Sousa Tavares diz que vivemos numa sociedade que não se encontra mas que comunica. Diz que temos excessso de comunicação! Salienta depois a necessidade do silêncio, referindo que Chico Buarque escreveu um dia numa música:
"Esse silêncio todo me atordoa, e atordoado eu permaneço atento."
Ostenta que o silêncio serve para construirmos algo a partir dele. Há até um escritor que diz que quem fala demais nunca pode escrever um livro, perde demasiado tempo. Escrever não é mais que usar as palavras que se pouparam, diz.
segunda-feira, março 22, 2010
Da minha leitura da vida...
segunda-feira, março 15, 2010
quinta-feira, março 04, 2010
“O mais ridículo nas histórias de amor não correspondido é saber que bastava pouca coisa, uma circunstância diferente, uma questão de tempo, para que os papéis se invertessem, fôssemos nós os amados e não os que amam.
Porque, parece-me, que amar alguém não é ao acaso, amamos quem muito provavelmente, por muito pouca coisa, nos amaria a nós. E, claro, mais ridículo ainda nestas histórias é que, por muito menos, era provável que a não correspondência fosse uma correspondência absoluta, infinita, desolada de tão maravilhosa, se o mundo estivesse virado para o mesmo lado, ao mesmo tempo, de olhos bem abertos e, depois, fechados, para selar tudo como num beijo, na altura em que o amor nascesse.
Apesar de tudo, há é que manter um caso de amor com a vida, como disse Alberto de Lacerda e acarinhar a memória desses bem-amados que, sem culpa absolutamente nenhuma, não nos amaram. Eu acredito nele e concordo que é o primeiro amor, o da vida, que leva pela mão o outro, o que há-de vir para ficar. Entretanto, beijar ao sol. Às tantas poderá essa luz revelar que quem está ali é a única pessoa que ao nosso lado devia estar.”
Ana salomé
terça-feira, fevereiro 16, 2010
Calendário
segunda-feira, fevereiro 15, 2010
Vento, chuva, frio e pensamentos viajantes
Agora, chega outra data festiva, o Carnaval: adorado por uns e odiado por outros, confesso que fico no meio! Claramente que acabo por viver muito dele por causa da pequenada que tanto valor e importância dá a estes dias em que o mundo da magia e imaginação é rei no mundo real; e onde todos podem sair um bocadinho da casca e divertir-se sem grandes medos ou vergonhas.
A manhã prometeu frio e chuva... ouviu-se um silêncio imenso e uma disposição igualmente mais silenciosa. As ruas estavam a acordar enquanto se abria a porta e enquanto percorria o caminho de todos os dias. A luz ainda teimava em ficar meio escondida por trás das nuvens e dos prédios altos. Abri a porta e estava tudo silencioso, fechado e parado, como se fosse a única pessoa a sentir o tempo correr e ficasse à espera que todo o resto do mundo acordasse.
Entrou-me pela porta o primeiro sinal de vida por entre o vento e a chuva e daí em diante, foi "sempre a somar", apesar do sono e da contagem até ao regresso, de uma forma breve, ao quente da cama que deixei "em aberto".
Dias chuvosos e frios dão que pensar: procura-se o aconchego que conforta e os únicos que vão vaguear são os pensamentos que se perdem por entre o frio, um palpitar do coração, o respirar da alma e o calor da fogueira.
Passado, presente e futuro encontram-se por entre recordações, imagens reais e desejos. Fecha-se então a porta, roda-se a chave, faz-se o caminho até ao conforto de um lugar quente, na melhor companhia para uma conversa que vá fluindo... até o sono chegar e envolver tudo...até ao dia seguinte que se deseja melhor.
quinta-feira, fevereiro 11, 2010
Gosto daquela ideia romanceada de que cada ruga conta uma história. Como se a inspirar a metáfora bonita do passar dos anos como sinónimo de riqueza de experiências.
Em boa verdade, ser sénior não é necessariamente símbolo de mais sabedoria mas sim da representação da acumulação de estórias.
Com efeito, à medida que vivemos mais tempo, temos cada vez mais tendência para nos diferenciarmos e termos cada vez menos pontos em comum - E tornearmos cada ruga como um traço vigoroso da benesse que é vida. A nossa própria vida… assim… vincada também pela diferença…
sexta-feira, janeiro 29, 2010
E se todos os “olás” escondessem trocadilhos?
Estava de regresso do Porto, erguida na penumbra, enquanto se augurava a vinda do Comboio...
Passa por mim um Senhor e olha-me fixamente nos olhos enquanto eu finjo que não me apercebo... E faz a ronda uma e outra vez, até que decide interpelar-me com um: "Vamos para Lisboa"?
(Como se desejássemos todos ir ao encontro da nossa capital privada, como sinónimo de mais oportunidades, da fuga das pequenas rotinas)
Franzi o sobrolho na tentativa de fazer a carantonha mais assustadora que conseguia (pensando para mim mesma: Confirma-se: só atraio deficientes, velhinhos e... doidos".
E continuou: "Se eu tiver uma boa viagem, também vai ter"
(Como se esta coisa de dependermos uns dos outros fosse mesmo verdade!)
Deduzo que a minha cara tenha desprendido uma expressão ainda mais assustadora mas não resisti em responder: "Mas o que é que o senhor quer?")
(Esta estúpida mania de não sabermos esperar, de desconfiarmos de tudo o que não seja expectável e impormos barreiras em tudo o que não nos é familiar. A velha história de associarmos o termo viagem a esta coisa que tem o nome de vida e que teimamos em querer sempre que seja boa.)
Não me respondeu mas depreendi que quisesse um pouco de conversa trivial e assim foi.
Quando o comboio chegou despediu-se rapidamente dizendo que tinha que ir para a frente.
(aliás, queremos sempre todos ir à frente… sempre em frente…)
“ Eu disse-lhe, se eu tiver uma boa viagem também vai ter. Posso conduzi-la?” – Disse ele e desapareceu em passo rápido.
(Sim, era o maquinista. Sim, às vezes tenho mania de romancear a vida, como se fôssemos sempre conduzidos por outros e condutores de outros. Sim, às vezes aparecerem-nos só pessoas simplesmente à procura de vida. Porque viver é dizer “olá” a tudo o que nos aparece sem grandes barreiras).
Mas eu nunca fui romântica… E segui viagem…
"Pudim de Natal" by João Manzarra
Numa sequência de vídeos (a velha saga de ver um e depois puxa-se de outro, e outro...) não me cansei de rir e ver as formas de estar. Fica a música que ficou no ouvido e dá pa cantar "músicas de natal para a páscoa" ;)
Enjoy it!!!
domingo, janeiro 24, 2010
"(Só) P'ra Sempre" =)
Descoberta, por acaso (ou não)! Lúcia Moniz, uma grande portuguesa:)
Ando sobre água
Perdida na corrente
Navego a direito
E vou de trás p´ra frente
Ando sobre a água e o vento está quente
Hoje olhei p´ra ti
E não vi o que eu queria
Liberdade à noite
E a solidão no dia
Hoje olhei p´ra ti
Senti-me tão fria
Tão só...
Agora diz-me o que é que eu vou fazer
A dor é forte e eu vou sobreviver
Eu não me entrego, fico
Longe de ti
P´ra sempre
Longe de ti, sem
Poder pensar no que eu faço
És o meu último fracasso
Hoje quis ser tudo
P´ra ti até morrer
Olhar para nós
Ver cidades a arder
Hoje quis ser tudo
Até me esquecer...
... até me esquecer
Eu vou-me embora e tu vais ficar
Só p´ra ver
E já não há nada a perder
Agora diz-me o que é que eu vou fazer
A dor é forte e eu vou sobreviver
Eu não me entrego, não volto a ter
Mais ninguem
Só, p´ra sempre
Longe de ti sem querer pensar
No que faço
És o meu último fracasso
quarta-feira, janeiro 20, 2010
"O segredo" sugerido
Percorremos os lugares de sempre, numa "parecida rotina" de sempre. Saltitámos das fotos para o bar. Trocam-se palavras e opiniões entre o saborear de algo mais doce e apetecível... que bem que sabe!
Após o momento de pausa segue-se a passagem mais que obrigatória pelo mundo dos livros dos mais pequenos (o espaço infantil tem cada coisa fascinante que, não fossem os preços mais que redondos e elevados, traríamos uns quantos livros de cada vez que ali passassemos). Mexer, remexer! Avançar e recuar; abrir, folhear, trotear umas breves frases do livro... ali ficamos sem noção da rapidez com que o tempo passa e deixamo-nos levar.
Entre um livro e outro, gargalhadas e piadolas, a minha maravilhosa contadora de histórias (com quem partilhei 4 anos de curso e agora, quase 1 ano de vida na capital) que delicia os ouvidos de quem a houve contar (não ler) uma história, começou a declamar com aquele seu jeito e magia, uma das histórias que tinha decidido trazer comigo. Começámos a empolgar-nos e, olhei para o lado quando vi um sorriso simpático de olhos postos em nós. Ali ficámos por mais uns minutos. Na continuação daquele momento saiu por detrás duma estante a "senhora do sorriso simpático", pedindo licença para dizer uma coisa. Veio parabenizar a minha contadora de histórias pois achava que ela devia conseguir transmitir aos meninos a magia dee sonhar ao ouvir histórias :) Depois descobriu que éramos educadoras e ali ficou um tempo a falar de coisas dela e a dar os parabéns da capacidade de fazer a pequenada sonhar.
Aproveitou para dizer que esteve algum tempo à espera do momento certo para a abordagem mas, como não encontrou fez questão de ganhar coragem e não ir embora sem dizer o que queria, mesmo podendo não servir nada.
Perguntou se poderia sugerir mais uma coisa... acompanhámos a senhora até outra estante (de livros mais "crescidos" e onde raramente passo os olhos). Sugeriu que conseguissemos ver o filme antes de passar para o texto do livro: "O Segredo" de Byrne Rhonda que diz-se falar da lei da atracção. Vincou muito que aquele livro a tinha feito mudar muito da sua forma de vida e deu alguns exemplos. Pouco depois, após breves minutos a conversar (mais a ouvi-la) voltámos ao nosso caminho com uma sensação estranha mas... ficámos com o bichinho da curiosidade quanto ao filme...
Fica a sugestão aberta a todos... :)
Qualquer um pode ser abordado por alguém nos sítios mais normais, mais comuns só por olharem para a forma de estar do momento e, quem sabe, não nos podem ensinar alguma coisa.
Naquele momento, reparei que... não perdemos nada em dizer o que pensamos: dizemos e cada um faz o que quiser com o que lhes é dito mas, fica dito e isso pode fazer a diferença :)