sexta-feira, março 27, 2009

Passo e passo


Um passo de cada vez que leva adiante um corpo que se perde por entre as ruas mais iluminadas ou escurecidas de dias e noites que teimam em ir passando, passo a passo, enquanto são percorridas apressadamente cansadas.
Pequenos passos que vão pisando um chão desconhecido mas que, cada vez mais, se torna um chão menos impessoal e mais informal... ainda com muito para descobrir e caminhos novos a percorrer mas que, o tempo tratará de desbravar.

São passos de quilómetros ou de meros metros; passos de partilha e amizade com passos de profissão e dedicação; passos de lágrimas de dor e saudade fechadas num corpo, e sorrisos de alegria e amor em "pequenos grandes" gestos que não passam de infâncias acompanhadas com orgulho e felicidade; passos de descobertas que o escuro só desvenda quando a luz se acende e o caminho percorrido é seguro e mais tranquilo...

Vê-se no horizonte que a linha existe mas sabe-se que não termina ali. Há passos para além do olhar e do seu alcance... há um futuro caminho que pede que seja pisado mas não promete nem segurança nem qualquer coisa, apenas promete ser caminho e deixar que os pés se deixem cair firme enquanto pisam o chão e carregam o que o corpo traz da vida.

Passo e passo, avança-se e descansa-se ... pois pode caminhar-se andando ou estando um pouco, nunca sempre, parado.

Perder e ganhar

Uma constante roda viva de coisas, pessoas, sitações... que tornam a vida diferente de alguma maneira. O tempo parece escassear a todo o momento e as coisas parecem correr a uma velocidade extraordinariamente apressada. Encontram-se as pessoas perdidas na salada mista da vida profissional que tira "férias" quando se aproxima o fim-de-semana que parece mais curto que um cobertor de uma criança.

Ganhar tempo faz perder qualquer coisa mais;
Perder tempo em qualquer coisa, faz ganhar algo mais nessa "outra coisa";
Perder tempo a falar ao telemóvel ou a mandar mensagem, pode ser a consequência de se ganhar um conforto das palavras de alguém, uma partilha de bons momentos e segredos que ajudam a adormecer de sorriso no rosto;
Não descansar pode ajudar a ganhar-se momentos para mais tarde recordar;
Dormir ganha-se maior descanso e perdem-se horas a dormir que poderiam ser dedicadas a outra coisa;

Dei por mim a pensar que perdemos e ganhamos a cada decisão, a cada pequeno passo ou momento que fazemos qualquer coisa, seja escrever num blog ou dormir tranquilamente numa cama, sendo 1h da madrugada.

Quando se perde numa relação ganha-se em amizades e em conhecimento de nós mesmos e da vida;
Quando se ganha numa relação, ganha-se alguém, partilha-se a vida, conhecesse mais umas quantas pessoas e soltam-se sorrisos e momentos mais profundos com amigos comuns...

Estamos sempre a perder e a ganhar... e é o tempo que faz a contagem das vitórias ganhas e das derrotas ganhas também.

segunda-feira, março 23, 2009









"a minha vida é um punhado de começos suspensos."

Miriam Reyes

quarta-feira, março 11, 2009

Esconderijos



Gosto de sítios onde me posso esconder à vista de todos...
Réfugios onde é possível misturarmo-nos com a paisagem...


Gosto de pessoas que mesmo sem falar me tiram as dúvidas todas...
É bom não perder tempo com coisas desnecessárias...

domingo, março 08, 2009

Um dia diferentes


Os olhos pesam como duas pedras que correm atrás da força da gravidade. Esforço-me por segurá-las firmes às pestanas levantadas, deixando que os olhos escuros e rasgados possam ir identificando cada letra e ordenando as mãos a pressionarem a tecla que vai desenhar as palavras.

O dia tão cheio e um fim-de-semana a prometer sempre coisas diferentes. Começou pelas caras, pelas novas paredes, novo espaço, novos sorrisos e vozes... novidades! Parece que fica para trás mais uma etapa ultrapassada mas, não passa de uma parte de mudança dentro de toda a mudança que tem vindo a ser. Descubro agora que, afinal, os sítios têm sido os mesmos e, as poucas fugas aos "sítios do costume" foram por me raptarem por perto de 2h e guiarem-me... inacreditável como olho e vejo que não sei nada das ruas e das cortadas que levam a "todos os lugares nenhuns" que vejo aos meus olhos. Senti que parei um pouco a veia da exploração e da descoberta que sempre me soube tão bem ter e rir-me dela, com ela quando me perco em estradas e ruas, quando ando pelo meu pé a tentar inventar caminhos mais curtos para a meta... coisas típicas!

Senti que veio um pouco de casa até aqui...a minha ("outra" nova) casa. Bom quando podemos mostrar aquilo que é o percurso diário, aquilo que se vê umas vezes e passamos cegos outras vezes. Ouvi as vozes de toda uma vida, ri e sorri com as caras e sorrisos com que aprendi a viver e a sorrir... veio até mim aquilo que demais importante se tem: desta vez fiquei à espera que viesse até mim. Estranhei esta parte... é sempre exigida a procura, a busca desenfreada e apressada de alguma coisa; ou pelo menos é feita a exigência de ir atrás de tudo sem que nada, ou pouco, venha chegando perto.
Entre percalços, água, comboios, ruas... foi uma tarde mais curta mas tão calma por dentro!
Termina-se o dia a tentar fazer destas paredes um espaço mais meu, encontrar um pouco de mim espalhado e... soltando a terrível doideira pela limpeza e arrumação que, acaba sempre por nunca estar como se quer mas... olhando agora à volta... instalei-me melhor agora que vejo rostos perto do espelho, posso abrir a gaveta e ver coisas que me fazem viajar ou, simplesmente, ver uma ou outra fotografia que me conta uma história, me faz sentir-me no momento... coisas que fazem de um pequeno espaço um grande lugar: um lugar especial! O meu lugar de agora!

Agradece-se o dia enquanto se procura aquecer a garganta muda e o corpo desejoso de cair como morto no quente e fofo recanto que acolhe cada noite!

Amanhã é outro dia!

sábado, março 07, 2009

"Nada dura para sempre"


Por vezes, esta frase parece não fazer sentido, mas não há uma forma melhor de definir as coisas de agora, do mês, das mudanças, reviravoltas, desafios, decisões, medos, lágrimas, sorrisos e corridas contra o tempo, cara sorridente e abraços chegados.

Chega-se à conclusão, passados todos estes anos, que o erro está em criar-se planos a longo prazo quando ainda nem se sabe que dia será amanhã, onde brilhará o sol ou cairá a chuva... planos podem ser feitos de um dia para o outro e com toda a probabilidade de pequenas/grandes falhas.

Desiste-se de criar e fazer planos definidos com um prazo superior ao aceitável. Rapidamente o que hoje é amarelo amanhã pode ter que ser azul e tudo fica frustrado e confuso.

Voltas e voltas que o tempo e as situações alteram. Aos poucos encontra-se alguma calma no meio do rebuliço... deseja-se a paz e a estabilidade que ainda não se sabe quando pode ser encontrada mas vai-se andando e caminhando por onde parece ser melhor!

Há relações, amor, ódio, vidas, casamentos... que não duram para sempre e mudam mas há muitas coisas que a memória e as recordações não apagam do coração, por muito que possa parecer que nada é eterno.
Pode-se acreditar que se confrontam e tentam remediar coisas que se podem ter tornado numa memória eterna e incomparável com tudo o que aparecer. Afinal, há coisas eternas mas que se forem chamadas de "memórias" ou "inesquecíveis" parecem ter um ar menos sério e pesado do que realmente são.

Há coisas que são eternas! =)

O valor

Torna-se difícil valorizar aquilo que sempre foi tão ligado a tudo o que faz parte de um dia, de uma vida. Sempre ali esteve e nunca foi notado. Algumas das coisas, dons que preenchem a delícia de qualquer dia menos agradável. Dons que saltam de dentro, sem razão, aparente, de querer um retorno ou sem serem pensados de forma proveitosa... simplesmente dons que escorregam com a respiração de um dia!

A dificuldade de sentir um elogio e saber lidar com eles torna-se nota forte numa vida ritmada desde que se sabe o que é um elogio, para que serve, como pode chegar... existem realmente qualidades em toda e qualquer pessoa, o problema está em ser identificado pela pessoa em questão. Tornam-se sempre tão maiores e, normalmente, parecem o maior absurdo que se houve por parecer demasiado exagerado e superior ao esperado de si próprio; principalmente porque a maior exigência pode vir de dentro.

Existe uma grande dificuldade em aceitar o elogio e a segurança de que o papel desempenhado ou a finalidade foi atingida quando parece que o que invade é a sensação de falha e frustração pessoal e não generalizada.

Aceitar um desafio é como um virús: muitos podem ter imunidade por si só e outros precisão procurar o seu remédio...

Não sei bem onde me encontro, sabendo onde me encontrar certamente mas... nada dura para sempre

As voltas

No espaço de um mês a vida pode dar mais voltas que os ponteiros de um relógio, com a semelhança de que o tempo é sempre contado, sentido, ouvido, a cada segundo, e as decisões têm que ser sempre apressadamente decididas, sentidas e sofridas ao mais ínfimo pormenor.
Sensação de que tudo coloca a vida à prova e a capacidade de crescer torna-se um ponto forte mas enfraquece a cada decisão de cada hora do dia.

Encontrei um ponto difícil de lidar: o ter que pensar de forma "egoísta" na hora de decidir algo mais, sem querer que os outros ganhem apenas porque é "politicamente correcto" e porque "devia" fazer aquilo pela pessoa, só porque sim. Damos por nós a espreitar as nossas necessidades que passam a ser a prioridade de tudo; apenas alguma necessidades.
Um não que hoje parece o mais certo e seguro, amanhã faz tremer a ponte que tinhamos como chão firme e agora é um pedaço de madeira prestes a estalar...

A felicidade das mudanças torna-se, aos poucos, alguma tranquilidade dos dias que se aproximam e desejam... ou que têm que ser mas se vão tornar em saudades dos que agora vão passando, queixosos.

quinta-feira, março 05, 2009

quarta-feira, março 04, 2009



Não sei quando volto.

No recanto do meu olhar passeio em imagens intermitentes.

Ondulo o corpo ao sabor da inércia, sobrevoando cada espaço de comtemplação.

Nas galerias trauseantes do desassosego liberto cais pérfidos de saudade.
Vou…
Ninguém o sabe a não ser eu.

A melodia ecoa em sentidos dispersos.

Mas eu também nunca soube dançar!

domingo, fevereiro 22, 2009

As mudanças inesperadas

Sente-se que a vida pode mudar de hoje para amanhã quando as coisas realmente acontecem. Inicia-se com um ritmo acelerado e torna-se numa corrida alucinante com decisões, noites em claro, dizer "sim" ou "não", muitas vezes sem conseguir pesar as palavras numa balança realmente adequada.
Muda-se o espaço, as ruas, as pessoas, as casas, as cores... muda-se! A incerteza balança os dias, as chamadas telefónicas podem fazer toda a diferença e os números desconhecidos fazem o coração bater acelerado sem se saber ao certo que se espera do outro lado.

Aos poucos as coisas vão começando a ganhar espaço, o tempo começa a ser visto para além do dia de hoje e pode programar-se até ao fim de semana ou até à próxima semana. As visitas ao que era o dia a dia passam a ser apressadas e passarem num piscar de olhos e, aquilo que era "o nosso lugar" começa a deixar de o ser ou a estranhar-se um pouco mais.

As mudanças...
dolorosas, apressadas, arriscadas... podem ser tanta coisa mas... certamente, trazem sempre um pouco mais do que aquilo que aparentemente é claro com um pequeno olhar "apressado" sobre as coisas. A seu tempo podem dizer mais qualquer coisa... agora é esperar!

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades!

E tanta coisas que conseguem mudar num espaço de semanas, dias, horas, minutos... segundos!

quarta-feira, fevereiro 18, 2009



Tenho um problema de base!
Nas séries, nos filmes e noutras ficções que tal, sempre achei mais piada às personagens secundárias, ao amigo totó, àquela personagem que ninguém repara, que não sobressai. (minto, porque acaba por sobressair, mas apenas pelas estupidezes que faz!)

Não raras vezes tinha mesmo alguma vergonha em confidenciá-lo porque, da primeira vez que o fiz, verdade seja dita, fui alvo de alguma chacota. E como agravante tenho um fascínio ainda maior por personagens que são extremamente desajeitadas, atrapalhadas e realmente descontextualizadas!
Actualmente lido bem isso (choro baba e ranho por não poder ser normal ou partilhar gostos com as amigas e, houve mesmo uma vez que dei por mim a bater com a cabeça nas paredes!)

Já o meu querido progenitor masculino me adverte vezes sem conta que preciso de ter mais brio!
Mas esta incapacidade latente de contrariar os conselhos que os pais dão, acho que me vai perseguir sempre!
E eu, parece-me que estou condenada a “apaixonar-me” pela trivialidade das imperfeições. Daquelas naturalmente despercebidas e realmente autênticas, transmitidas em gestos mesmo discretos!

segunda-feira, fevereiro 09, 2009

Pudor do vulgar


Soube há pouco que Charles Dickens só era capaz de dormir numa cama em que a cabeceira estivesse virada para Norte e só adormecia se o seu corpo estivesse no centro do Colchão. E, por isso mesmo, fazia medições exaustivas com o objectivo de saber qual o sítio exacto onde se deveria deitar.

Acho que gosto dos pequenos nadas que infiltramos como rituais nas nossas vidas. Quase inconcientes.. manias..desvarios.. simplicidades..
Mas também gosto daquilo que nos destabiliza a rotina, por uma vez, e que consegue ser tão agradável, por ser isso mesmo, irrepetivel..

Existe uma espécie de obstinação que nos leva a querer deixar marcas, sobressairmos nos contextos ou relembrar a nossa unicidade. Desafiar perigos como glória pessoal. Construir um portfólio individual entusiasmente... numa especie de conquista pela sobrevivência sob a perspectiva do darwinismo social.Vincar a nossa diferença.

No entanto, não digo que, em certas ocasiões, não seja bom passarmos despercebidos. Acomodando-nos discretamente a um lugar casual que não nos exige a defesa de uma qualquer opinião, uma decisão ou a escolha de argumentos plausíveis e coerentes com as nossas atitudes. Refugiarmo-nos num "batido" conformismo social.
O que digo é que, hoje em dia, todos tendemos a fugir da vulgaridade.. (e fazêmo-lo por descuido, despercebidamente). O banal assusta… como que se precisássemos de atingir uma imortalidade fictícia… surreal…momentânea!

O pudor do vulgar existe… um bocadinho em todos nós!

E agora uma frase que não tem sentido nenhum, mas fica sempre bem para fechar (tornando o post (quem sabe!) invulgar); como dizia o Tony : “Ai destino, ai destino!”

quarta-feira, fevereiro 04, 2009

Pro-cura


A vida vai passando por uma constante procura. Procuramos por coisas, por momentos, por pessoas, por vontades...
Procuramos emprego, casa, o melhor destino de férias, ...
Passamos o tempo a procurar a melhor forma de estarmos, connosco e com os outros. Curioso que facilmente, as coisas boas que encontramos nos fazem esquecer rapidamente o mal que antecedeu. A verdade é que poucas são as vezes em que damos conta que o que nos é difícil passar é exactamente aquilo que nos faz crescer e avançar com maior firmeza nos tempos que se avizinham.
Procuramos o melhor sorriso, o mais aberto e coberto de luz, o caminho com mais sol quando, na realidade, ainda não conseguimos entender o que nos deixa às escuras e por caminhos desconhecidos. Sabemos o que queremos mais mas pouco tentamos entender o porquê de não querer outras coisas. Dedicamos mais tempo à procura do que é luz e caminho do que propriamente a entender o que nos assusta, o que nos amedronta e prende. É mais difícil admitir os medos e enfrentá-los do que ingorá-los e avançar.

Arriscar implica ter disposição para o fazer! Arriscar uma procura de algo maior e com força; ou simplesmente, a disposição de saltar sem saber onde se vai fazer a aterragem. Procuramos sempre aquilo que achamos melhor, mas nem sempre o poderá ser.

"Pro-curamos curar" as nossas dores e dificuldades no caminho...
Nem sempre encontramos o que queremos. Outras vezes procuramos qualquer coisa que não sabemos bem o que é até tropeçarmos "nisso".

Podemos também não procurar e sermos procurados, encontrados...

segunda-feira, fevereiro 02, 2009

sábado, janeiro 24, 2009





Estava a chover muito. Ficámos em casa. Apeteceu-me ligar a televisão, por acaso.
O programa tinha um tema : “Existirá amor para sempre?”
Talvez seja um pouco céptica em relação ao amor. =)

Vale a pena ver :(http://ww1.rtp.pt/multimedia/index.php?tvprog=23283&formato=flv)

Gosto muito da entrevista (a partir) do minuto 28.


Vi isto no dia em que se assinalavam os 20 anos da morte de Salvador Dali…
Tal como este autor, do amor destacam-se duas características marcantes: a loucura e a genealidade…

E destacar-se-á também a "persistência da memória"? =)

"para qualquer artista - para qualquer pessoa - pode acontecer passar-se o tempo sem se entender o porquê e o objectivo daquilo que fazemos. o momento da verdade, quando chega, se chega, pode não mudar tudo, mas dá mais precisão e potência às coisas. para Andrew Bird isso aconteceu quando chegou à conclusão de que a sua profissão não era ser músico, não era verdadeiramente ensaiar ou sequer tocar, mas antes 'sonhar acordado' "...
in Ipsilon

sexta-feira, janeiro 23, 2009


Hoje assinalam-se os 20 anos da morte de Salador Dalí - exponente máximo do surrialismo.
Dele destacam-se duas caracteristicas marcantes: a genialidade e a loucura...

Um dos seus quadros mais famosos, "A Persistência da Memória" (1931), é uma obra sobre a importância do tempo e da memória no ser humano. Contudo, segundo o artista, este quadro resulta (apenas) de uma reflexão sobre a natureza do queijo Camembert...

O senso-comum associa o queijo ao esquecimento =)

Gala, a sua companheira, quando viu o quadro previu que quem o visse jamais o esqueceria.

Em Hollywood vão fazer três filmes sobre a biografia de Dalí, cada um com a sua perspectiva...

Continua....

terça-feira, janeiro 20, 2009

À espera das abertas

Ouve-se um "beep" à distância de um estender de braço. Já houvera outro que o ouvido não conseguiu captar pela distância e embalo do sono pesadamente leve nos últimos tempos...
Num saltitar de dedos e palavras encontra-se uma chamada de retorno... sabe bem ouvir alguém do outro lado a animar um dia com uma luz mais fraca e, uma casa silenciosamente fria.
Entre um aquecer de uma caneca de leite e o bater de uma colher a rodopiar na caneca, chega-se ao final da chamada. O frio intensifica e chama a um banho quente e aconchegante.
Enche-se o corpo do entusiasmo de calçar umas botas para o frio e o chão molhado da rua e sair por aí... Calça-se a primeira e quando se assentam os dois pés no chão... vê-se pela janela o vento e a chuva que cai dura do céu... deixa-se cair o corpo para trás e adia-se a saída para mais tarde, esperando no conforto de umas pantufas quentes e mais leves.

O tempo parece que não avança e parece que o mundo não existe lá fora... tudo em pára...sóa a chuva continua a cair!

Entre músicas e pensamentos a chuva parou aos poucos! Espera-se uns minutos para garantir que não vai aparecer novamente... e soltam-se uns raios de sol. Termina-se o que estava quase a terminar-se e, novamente as botas encaixam nos pés. Pegar num agasalho e preparar para a saída... antes de uma chegada à porta de saída... aparece graniso caído do céu a fazer um barulho incómodo e de alarme a "não sair"!!
O caminho da saída torna-se no caminho de regresso e as botas perdem o andar e encostam-se tristes, ao armário do canto. O único meio de transporte permitido ali ficou, encostado à espera da oportunidade que não chegou.
As horas passam e nada parece facilitar a saída na busca de uma rua qualquer, de um caminho qualquer... sentir o fresco da rua sem que a chuva invada ...

Nada avança, tudo recua ...

Deseja-se que o amanhã se aproxime com um céu menos pesado para que o chão se possa pisar, sem tecto e sem pantufas, mas com umas simpáticas botas de borracha para chapinhas em todas as poças de água que restarem de hoje.

Até lá, talvez uma fuga rápida ao outro lado da rua, na companhia de outro par de botas de borracha no percurso, e companhia para conversa que preencha o espaço e conforte a relação familiar!

Amanhã é outro (longo) dia!
E a vida parada no tempo...

segunda-feira, janeiro 19, 2009

O que te agarra?


"Vá para fora cá dentro"

Sempre foi uma expressão que ligo às publicidades nos "outdoors" de uma rua qualquer. Mas parando até tem o seu quê de utilidade e encaixe em umas quantas situações que podem e acontecem com muitos.

O novo ano tem sido uma constante andança! Ora mais para sul, ora mais para norte... entre comboios, expressos, um carro, estradas paralelas e a direito, ou estradas com mil e uma curvas que baralham qualquer orientado. A verdade é que se encontram tantas caras, tantos lugares que começam a ter "um ar" mais familiar e, os passos são um pouco menos apressados, deixando que os olhos possam acompanhar a paisagem, seja ela qual for.

No pequeno país em que se vive e tanta coisa completamente desconhecida que, lança o cheiro de uma possibilidade de mudança, lança a esperança de uma nova etapa e nova conquista que...teima em ser uma constante e desesperada caminhada em que só o tempo avança.
Entre o sol que vai espreitando em alguns lugares e o frio e chuva que regelam a ponta dos dedos... lá se vai caminhando... na esperança de alguma coisa que não chega!

Estas coisas de crescer e tal... tarefa complicada é deixarem que possamos dar o salto, não é a falta de vontade!
Tentamos sair de dentro do nosso pequeno mundo mas paramos sempre dentro do mesmo jardim que fica bem dentro dos quatro muros que são... a nossa casa! LOL

Época de Saldos

Os saldos!!

Mil e umas quantas pessoas a "sariquitar" para a frente e para trás, à procura das quedas de preços nas peças que tinham visto mas eram mesmo caras e, agora, pufff, baixaram e é a melhor época para adquirir e arriscar comprar.

A vida com saldos... questiono-me seriamente que saldos poderia ter a vida. Haver uma época "pré-determinada" para se conseguir alguma coisa com um custo mais baixo (custo implica aqui um esforço, uma consequência, ...). Correr um risco mais baixo porque agora, está em saldos, custa menos dar X por isto ou por aquilo.

Acabaria por se verificar que a maior parte das situações aconteceriam na melhor época, onde o risco fosse menor: os saldos.

Mas, os saldos são uma coisa temporária, não dura uma vida. E diga-se que desaparece tudo num ápice: ou se é rápido ou não se encontra o número que melhor nos cai... nestas alturas pode pensar-se se valea pena arriscar no número certo mas com um preço mais alto ou se se arrisca poder ficar sem nada. Ora na vida... ou bem se arrisca no momento certo ou então não se vê o mesmo comboio passar duas vezes seguidas naquela questão de segundos (até porque, ele não anda ao sabor das pessoas: uma questão de 1minuto pode fazer com que se esteja atrasado ou se consiga chegar a horas, meros segundos têm também esse poder).

Ora... porque perder a oportunidade por eu depois vejo?? Há momentos que
precisam apenas de um passo em frente, ainda que no escuro, mas naquele exacto momento para que tudo avance por ali. Perdem-se tantas oportunidades por se achar que temos mais oportunidades de "adquirir" o que queremos por agora não quero pensar nisso, depois. O depois que acaba por, algumas vezes, não ser "número" que sirva para o caminho que era suposto seguir. Pode haver o número abaixo, que aperta e é totalmente desconfortável, além de não deixar ar para respirar; ou o número acima que, tem tanto espaço que fica por preencher e ... sente-se o vazio, o vento a passar por entre as abertas...



Os saldos... a época certa para facilidades em abrir "os cordões à bo
lsa", sempre na mesma altura e sempre com as mesmas características;


Os saldos, as facilidades... acho que não se marcam na agenda, simplesmente ou aproveita o que se tem ou... já era! Se bem que ainda há umas quantas "promoções" que possam surgir e ser bem aproveitadas... resta saber aproveitá-las!!







Muitas maneiras de se poder ver os "saldos" para além das peças de roupa... lol

domingo, janeiro 18, 2009

Também sou a Inês esquecida...



Na verdade não existem ideias pré-concebidas. As ideias são e serão sempre concebidas.



Numa primeira impressão disseram-me que sou eloquente a falar;

Em várias impressões minhas, sinto que devia colocar mais eloquência na minha vida.



Palavra do dia - eloquência: faculdade de falar de tal modo que se consegue dominar e empolgar o auditório; ser expressivo e convivente; talento de persuadir, de deleitar ou comover, falando;

Concebo-me como uma pessoa menina... que não acredita em Homens perfeitos... que acha que nós somos nós e as nossas circunstâncias...gosto de sorrir.. aliás,gosto muito de sorrir naturalmente despercebida, de emoldurar a felicidade no rosto para oferecer...Sou feliz com as coisas mais simples... não peço muito...finjo não acreditar no amor mas convenço poucas pessoas disso...Choro raras vezes...fico triste umas tantas. E também fico zangada... sempre fui muito envergonhada... em pequenina os vizinhos chamavam-me cara linda e eu nunca percebi bem... adoro filmes. E inventar finais precoces... quando andava na primária sonhava em ser escritora...Gosto muito de invernos aquecidos à lareira...Não sobrevivo sem pastilhas...Tenho medo...Já aprendi muito mas ainda tenho muito mas muito mais para aprender... Resisto um bocadinho às mudanças mas quero estar sempre aberta à sua possibilidade...Sou muito distraída e às vezes até acho que é a minha imagem de marca... e também caio muito...e tenho uma dificuldade enorme em decidir...Tenho pena de não ter raízes... Esqueço demasiado...Se calhar sou um pouco desprendida para algumas coisas...Tenho dificuldade em receber elogios sem retribuir...Queria ser mais alta... e mais magra.. mas já aceitei ser como sou... e nos dias bons gosto muito de mim...De vez em vez tenho ataques de teimosia... tenho a estranha mania de não querer incomodar ninguém tornando-me numa cerimoniosa de merda...Sou contida...desbocada...transparente...ás vezes...gosto muito da palavra às vezes... Idealizo muito... Questiono... e fascino-me com conversas....sabe-me bem perder-me nelas.. sabe-me bem cházinho quente antes de dormir... Acredito que as palavras nunca se gastam... e são metade de quem as diz e metade de quem as ouve....Preciso muito de partilhar...e acho que também preciso de eloquência na minha vida! Preciso de me convencer de quem sou...preciso de me convencer que hei-de sempre "ir sendo"...
Descubro-me todos os dias...
Descubro-me com os outros...
"Preciso que me reconheçam; que me digam Olá e Bom dia. Mais que de espelhos preciso dos outros para saber que eu sou eu"
(Adília Lopes)

domingo, janeiro 11, 2009

" Terra dos sonhos"



“Um dedo tocou sobre os meus lábios
É uma manhã de saudade
(...)
O mundo acorda com pressa
E em breve será recompensado
Com esperanças de que melhores dias virão
é uma manhã de saudade
Um outro dia, uma outra oportunidade
Mas eu continuo aprendendo
(...)”

Uma vez contaram-me de uma escultura cujo molde era o espaço mínimo, indivisível, existente entre duas mãos que se apertam.

Afinal há sempre intervalos por completar nos vínculos que pensamos querer cerrados…

A fusão deste “abraço” manual capaz de unir, de aproximar (ou até de colmatar a ilusão momentânea de ligações perfeitas) gera sempre interstícios quase invisíveis…

Nesta “obra de arte” preenchem-se as fendas com halos de matéria, contrariando a imutabilidade das circunstâncias, personificando a possibilidade de ajustes, de encaixes progressivos…

Hoje pode ser uma manhã de saudade…

De uma manhã onde as mãos reconheciam (lentamente) o início de um qualquer embutimento afectuoso…numa escultura de vida...

Esta é a minha manhã de saudade!

quarta-feira, janeiro 07, 2009

De/Sem saída

Estou de saída. Carteira, chaves de casa, o telemóvel e um casaco quente para afastar o frio que a rua assegura ter pronto para quando a porta se abrir, no fim da escadaria. Chegas antes que a primeira porta se abra, já estava pronta e decidida a sair, sem promessas de um regresso breve. Bates à porta e entras, sem ter tempo de a abrir. Esbarras de frente com a mesma calma com que soltas um ar calmo enquanto expulsas cada uma das palavras que são articuladas pela tua boca, na lentidão do respirar. Não me mexi, não consegui respirar, não consegui fazer nada... petrifiquei naquele mesmo chão, naquele mesmo lugar... sem sair um único movimento de todo o meu corpo. Convidas-me a sentar no meu espaço, que não reservei para ninguém, apenas para mim, após o segundo da decisão da saída.

Prendes-te no meu olhar sem pressas e obrigações... incomodas-me!
O teu olhar espicaça-me a tranquilidade. Não consegues deixar de sorrir enquanto me olhas ali, de frente e confortável no canto que escolhes-te para te acomodares... ainda não me consegui mexer.
Esbate-se um frio rápido e gelado que me deixa cair no chão, sentada, com toda a tralha que estava pronto. Tudo fica seguro no colo, sem se afastar muito de mim. Fiquei sem saber nada.
Apetecia-me cumprir tudo e sair assim mesmo, deixar-te lá e sair comigo. Mas... chegaste tão ao teu jeito que me prendeu no chão mais uns momentos.
Não soltei uma única palavra, não esbocei uma única expressão (diferente da primeira que permaneceu).
Quando vais perder essa mania de me fazeres ficar (??) mesmo sem saber porquê ou até quando?
Marie Claire...

Perdidos e Achados


Guardei ali, bem juntinho, naquele lugar que só eu sei chegar depressa e directo. Guardei para saber onde está, para encontrar quando quiser ir buscar, para recordar quando tiver vontade...
Guardei e ficou escondido, de todos e de tudo. Será que de tão bem guardado se pode perder na segurança do lugar?
E se eu quiser perder aquilo que guardo? Onde deixar? Não se consegue perder nada se for deixado propositadamente... quando se perde não se esquece o que se perdeu (quase sempre).

Segurar num monte de coisas e ir perdendo num caminho que não se sabe onde leva e termina-se perdido na rua "de ninguém" à procura de "sabe-se lá onde" e sem "tudo o que se guardou e se quis perder" e depois? ... depois perde-se o tempo.


Queria guardar mas não sei onde! Queria perder mas não sei onde perder sem achar! Dentro de um espaço puramente grande mas tão pequeno que se tropeça naquilo que mais se conhece e menos se quer encontrar.
Perco-me na perdição...
Queria perder e sem guardar; guardar e não perder; ...

uma constante contrariedade de achados e perdidos que o tempo não esvazia ou enche...

Achei aquilo que perdi... e guardo aquilo que foi perdido... encontrei um recado final, perdido no chão e achado por mim:



Achavas que me tinhas perdido mas... encontras-me sempre que me perdeste!

Do teu sempre,


Achado e Perdido

terça-feira, janeiro 06, 2009

Um segredo que será momento


Abre-se a porta... beeeeeeeeeem devagar! Arrastada por um vento surdo e levemente forte mas muito discreto. Entra qualquer coisa. Caminha bem leve, a percorrer todo o espaço perdido e solto naquele lugar, leve e lento, pintalgado de branco liso e puramente limpo.
Arrepia a proximidade que torna a ansiedade num bichinho irrequieto preso e a rodopiar o umbigo, sem deixar de comichar as entranhas. Ouve-se aproximar-se a boca que sopra no ouvido qualquer coisa... chegou! O ouvido escuta calmamente nervoso cada som, cada palavra e cada leve respirar.
Chegou o segredo que veio para ficar até deixar de o ser. Segredos contados e que deixam de ser "só segredo de si" e passam a ser um segredo nosso! Nosso... (solta-se um leve sorriso no rosto)... é nosso. E um dia será desvendado e perderá o segredo, o nervoso miúdo que faz comichar. Cresce, acontece e "plim!" numa questão de piscar dos olhos todos conhecem o segredo como um momento, algo que está acontecer! E este sim... é bom! Um segredo tão bom que deixa sair um sorriso patetamente feliz e felizmente alegre.

Agora, fecha-se a porta, bem devagar, para ninguém entrar até que o segredo se torne momento e o momento se torne alegria ... o NOSSO segredo e o V(N)OSSO momento.

Shhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh

Fecha-se a porta e espera-se que chegue o momento!

segunda-feira, janeiro 05, 2009

(Re)Começar


Abre-se um capítulo com páginas em branco, à espera que venha a cair uma caneta e derrame tinta que faça contornar palavras que definam e revelem o que a vida vai traçando e desenhando cada momento e mudança.
As mudanças foram desenhadas, a preto e branco, sem grande novidade e surpresa. Sensações à flor da pele que fazem um filme constante de uma casa exactamente igual mas com espaço a mais... espaço por preencher, um silêncio incómodo que se vai fechando apenas numa divisão fechada, para fugir à enormidade dos espaços.
As decisões invadem casa entranha e irritam a pele nervosa e amedrontada pela folha de papel branca e limpa... pensamentos a vaguear pelos corredores de um pensamento constantemente atribulado, irrequieto...

Passam pela porta da decisão e da determinação e percorre a rua do medo, das saudades e inseguranças...

"Daqui ali" é um passo até chegar à loucura, à vitória derrotada...

Sente-se na pele o crescer por dentro e naquilo que rodeia...
Abre-se a caixa dos "podia ser" mas na realidade, não é! Nuvens das questões e das distancias que amedrontam quem fica e brilham no olhar de quem vai e quer ir...



Tempos de mudanças, de contrastes e desiquilibrio equilibrado na corda bamba... tempos e tempos, mudanças e mudanças, sonhos e realidades... uma luta!!!
Saudades daquilo que sempre foi e agora não é...
saudades da cara familiar dentro do espaço tão seu e tão nosso... passa-se de um "nós" para um "eu e tu lá longe"... espero-te a chegar de algum lugar, a horas mais tardias mas a porta não abre... acordo sem te encontrar no sítio do costume... mas encontro-te no teu lugar de sempre..."cá dentro"!!!
Ainda assim, sente-se o amor no corredor de cada hora que passa dentro deste espaço "nosso" mas agora todo para mim... quero partilhar mas não estás ... ficamos assim e ... boa sorte!




Sós,
irremediavelmente sós,
como um astro perdido que arrefece.
Todos passam por nós
e ninguém nos conhece.

Os que passam e os que ficam.
Todos se desconhecem.
Os astros nada explicam:
Arrefecem.

Nesta envolvente solidão compacta,
quer se grite ou não se grite,
nenhum DAR-SE de outro se refracta,
nenhum ser nós se transmite.

Quem sente o meu sentimento
sou EU só, e mais ninguém.
Quem sofre o meu sofrimento
sou EU só, e mais ninguém.
Quem estremece este meu estremecimento
sou EU só, e mais ninguém.

DÃO-SE os lábios, DÃO-SE os braços
DÃO-SE os olhos, DÃO-SE os dedos,
bocejas de mil segredos
DÃO-SE em pasmados compassos;
DÃO-SE as noites, e DÃO-SE os dias,
DÃO-SE aflitivas esmolas,
abrem-se e DÃO-SE as corolas
breves das carnes macias;
DÃO-SE os nervos, DÁ-SE a vida,
DÁ-SE o sangue gota a gota,
como uma braçada rota
DÁ-SE TUDO e nada fica.

Mas este íntimo secreto
que no silêncio concreto,
este OFERECER-SE de dentro
num esgotamento completo,
este ser-se sem disfarce,
virgem de mal e de bem,
este DAR-SE, este ENTREGAR-SE,
DESCOBRIR-SE, e DESFLORAR-SE,
é NOSSO de mais ninguém!

António Gedeão

quarta-feira, dezembro 24, 2008

Boas Festas



Natal é tempo de pensar
Natal é tempo de viver
É tempo de amar e oferecer
Oferece um coração cheio de ternura
Oferecer a nossa mão de amizade pura

Natal é a amizade
Natal é viver a paz
Natal é amor de verdade
Natal é Felicidade


Um Bom e Santo Natal para todos e Votos de um Bom Ano Novo =)

segunda-feira, dezembro 15, 2008

- Podemos falar no meio da rua para as pessoas nos verem junt(a)os?
- E se terminar em dança seja!

É uma coisa de que tenho pena...
Esta minha atrapalhação para as danças...
Dançar no meio da rua quando não se está à espera, porque apetece...
(vêmo-lo em muitas histórias)
Já não sei se gosto por ser um cliché usual a que nos habituámos!
Símbolo de liberdade interior, de sincronia momentânea...
Como se pudesse ser o único...
Ontem, dancei no meio da rua, porque apeteceu (foi só um bocadinho :s - era de dia e toda a gente via - se eu soubesse dançar bem, ainda vá que não vá, mas assim :s)...
Também o gosto de pensar como símbolo de brincadeira, de partilha da alegria da amizade...
E o mais giro é que da próxima vez que estiver num ambiente para dançar hei-de voltar-me a inibir nesta coisa que é o dançar...
Mas temos dias...
E ontem foi o meu dia de dançar no meio da rua =)

segunda-feira, dezembro 08, 2008



"Tenho a convicção de que um escritor acredita mais na palavra deus do que em Deus propriamente dito. E este modo de colocar a linguagem no quarto principal do palácio não é de forma alguma exclusivo dos poetas, pois também os que trabalham com leis confiam mais nas palavras do que na vida em geral. Ou seja: confiam menos nas coisas que vão acontecendo antes ou durante a existência do verbo do que no verbo propriamente dito.

Para descrever o aparecimento da Surpresa no mundo não há decreto-lei, mas haverá certamente um verso. Para a descrição da Repetição não existirá um verso, mas um decreto-lei que a entende, explica e prevê.

A vida inteira encontra-se, assim, coberta por palavras.

Apenas com vinte e seis letras se dá nome a todas as coisas do mundo e se explicam os inteiros movimentos de todas as coisas do mundo.

Mas isto é outro assunto, senhor Breton.O que lhe queria mesmo perguntar, senhor Breton, surge, afinal, de uma outra preocupação, e é esta: será que só a realidade onde a expectativa existe é que se pode transformar em verso? Isto é: poderá a poesia ser entendida como os momentos (plural) que antecedem o momento (singular) em que uma cadeira, por exemplo, se parte? Ou, dito de outra forma assim definitiva: parece-me que poesia é, nas palavras, o momento em que a linguagem está prestes a partir-se em dois.

E porquê?

Porque aí foi colocado um peso excessivo: os versos pousam palavras sobre a linguagem, palavras que, lado a lado, pesam mais do que o suportável. E a frase pode nunca cair, mas até ao fim dos dias promete cair, ameaça cair. E cairá.Ou não? O que lhe parece, senhor Breton?"


[in O Senhor Breton e a entrevista, de Gonçalo M. Tavares, Caminho, 2008]

uma história que podia ser assim

Caminhava na rua, sem destino aparente. Ainda assim, parecia procurar sempre o próximo cruzamento em que escolheria um caminho, ao acaso, sem parar para pensar. Parecia que caminhava por ruas vazias mas, estavam cheias, como aquelas noites merecem e, tradicionalmente, se enchem. Parecia deambular, com a cabeça perdida em algum lugar, que não aquele, e sem que uma única palavra lhe saísse da boca, sem que a cara tivesse alguma expressão que não a de um ar pensativo e distante. Cruzavam-se olhares sem que um sorriso fosse arrancado ou, inocentemente, perdido e "matreiramente" solto. O caminho foi longo... até se encontrar no meio de um grupo de amigos, exactamente junto à estátua no meio da praça. Só aí se soltou o sorriso, abraços e a magia da amizade de longa data. O pensamento ficou em "pause" durante algum tempo depois. Encaminharam-se, juntos, pelas ruas a subir, diferentes e desconhecidas em plena noite. No meio da multidão desconhecida e do conjunto de caras próximas e amigavelmente conquistadas num verão e numa vida... surgiu um sorriso perdido mas familiar. Brotou um sorriso maior e cheio de tão surpreso e feliz. O filme quebrou ali mesmo... Voltou a uma das esquinas, dos cruzamentos em que teria que entrar por uma rua ao acaso... lá foi! Passo a passo. De repente, sente uma voz soar ao ouvido... subitamente alguém vem na sua direcção, com o maior sorriso, mãos nos bolsos, ... fecha-se com um abraço apertado e um doce toque. Quebra-se o frio do olhar e aquecem os corações pelo encontro inesperadamente planeado. É levada pela mão para qualquer lugar onde nada importa. Ouvem-se risos, bebem-se copos, ouve-se música, sobem-se as escadinhas...tanta gente diferente e animada mas, o importante é que aquela companhia mantém a segurança a cada passo que avança pela multidão. Conversa-se sem parar, com brincadeiras, telemóveis a tocar com mensagens, risadas, piadas, ... fecha-se um momento com o cruzar de olhares que falam mais do que toda a conversa da noite. Envolve-se num abraço quente e sorridente e o silêncio quebra-se com um simples aconchegar de almas. Terminam a noite, a dois, em silêncios e palavras soltas "porque sim" sem uma ordem aparente de temas... e o resto... é um silêncio trocado em gestos e poucas palavras... só no silêncio da noite, no quente de uma lua!

Podia inventar mais histórias, sem um tema aparente...apenas debitar palavras e encontrar uma sequência que parece "lógica e organizada"... deixar que as mil e uma coisas que se ouvem contar se misturem numa só e resultem em qualquer coisa...
Histórias... muitas que ficam por contar... outras que ficam por se viver!

Apenas histórias...

Better - Jason Mraz




It's something like i apologize
It's something i still can't decide
But i know it gets better
It only gets better

And i want to say that it's not always easy
But it's simple that way
And i want to stay and play it out
But i still have my doubts
So you say it gets better
It only gets better
Better this way
Better, maybe it's better this way

Beautiful things they never stay, oh, the same way
They pass, oh they pass away, they always change
Who are we is who we are
When the act of love can get us so far
So good i wish you would
Think twice on me
'cause it only gets better

It only gets better
Better this way
Better, maybe it's better this way
Just give it some time
Just give it some space
Just give it some time, maybe it's better this way
Just give it some time
Just give it some space
Just give it some time, maybe it's better this way

So better
It's better this way
Baby, it's better this way
Just give it some time
Just give it some space
Maybe, yes maybe, yes maybe, yes maybe
It's better, oh, this way
Promise me you'll always be better
Better

Written by: Jason Mraz

domingo, dezembro 07, 2008

K's Choice - Wait




Porque já não ouvia faz tempo...

I hold it, I fold it
I throw it on the floor
I wrote it, but maybe I'm afraid
That you'll be bored

It's very real and true and sad
And hopeful just like me
It's one of those things I'll never tell
I'll carve it in a tree

I follow you, I watch you
I thank god you're in my class
I picture us in the schoolbus
And we're holding each others' hand

I need a plan for you to fall
In love with me and then
I'll make you marry me, I'll wait...


I never wear my glasses when
I know that you can see me
You act as if I'm not around
But deep down you must need me

I draw you, every single
Feature in my head
I try to do my homework
But I dream of you instead

I need a plan for you to fall
In love with me and then
I'll make you marry me, I'll wait...
I'll make you marry me
I'll make you marry me
I'll make you marry, marry me...
I'll wait...

quarta-feira, dezembro 03, 2008

Há 2 tipos de post´s! Este é um deles. O de baixo é outro!

Há uma tendência inata para dividir as coisas em dois tipos. Nos slogans, numa conversa, em argumentos explicativos, em teorias instantaneamente criadas, no âmbito de uma refutação, rotulamos tudo em dois… Facilita!

Há algum tempo vislumbrei num cartaz:

"Há dois tipos de pessoas, aquelas que gostam de ajudar e as que precisam de ajuda."

Ora, nada disto é totalmente verdade! O que é certo é que, de facto, ludibria muito bem os leitores e, em última instância, convence as pessoas a quererem, forçosamente, enquadrarem-se numa das duas (“únicas”) categorias existentes. Tal facto acaba por motivar o comportamento pretendido. Um marketing bem feito!
Para além disso, há que ter ainda em conta que, em última análise, todos nós, em diversas circunstâncias das nossas vidas vamos pertencendo a categorias diferentes, em função dos momentos.
Irrito-me sempre com dualismos reducionistas, porque no fundo existem tantos tipos de pessoas (ou factos) quanto quisermos…

“Fátima Cristina acha que o mundo se divide em dois tipos de pessoas: aquelas que acreditam ser possível comunicar com os mortos; e aquelas, ainda mais ingénuas, que acreditam que se pode comunicar com os vivos”

Rui Zink


"Just one more dance to help me sleep
Whirl, cold water eyes
Fill the past with friendly nights..."

sábado, novembro 29, 2008

"Não era/sou capaz"...

Não era capaz de chegar ao interruptor, de cozinhar, de conduzir, de preparar um pequeno almoço, lavar a loiça... hoje em dia tudo acaba por ser tão normal e possível que pouco me recordo de quando foi que comecei a saber ou ser capaz de fazer estas coisas.

Olhando agora...

éramos capazes de sonhar com imensa magia, de imaginar e inventar as coisas mais extraordinárias mas que hoje a capacidade é tão reduzida porque a teimosa da realidade interrompe cada momento mais tranquilo e mágico do pensamento mais infantil e sonhador dos crescidos. Ainda assim eles andam aí a gabar-se que são capazes de fazer mil e uma coisas que, as crianças, não conseguem. Mas elas não conseguem pelo seu tamanho, porque não têm destreza, porque ainda não conseguem aprender...
mas os crescidos, que tanto sabem e tanto dizem ter aprendido... nem sempre conseguem pôr em prática tudo isso.

Dependendo do patamar da pergunta, afinal quem não é capaz de quê?
A criança (que vai crescer)
Ou o adulto que as julga pouco capazes??

Não sou capaz de responder com certezas!

Depois de algum tempo...

Enquanto o tempo passa vamos adiando mil e uma coisas para fazer outro dia e com mais calma. É verdade... acontece a todos, a verdade é que há pequenas coisas que fazem a diferença se forem feitas com calma e com tempo. Escrever é uma das coisas que me parece que precisa de algum tempo.
Faz tempo que sentia vontade e saudades de o fazer mas parece que o relógio vai sempre marcando uma hora "à frente" daquela que seria tempo de escrever.

Parar e pensar exige uma banda sonora, seja ela o silêncio ou o barulho tresloucado de pessoas e carros na rua, de arrumações ou de um simples crepitar de madeira a estalar enquanto um quentinho invade o corpo.
O tempo passa com o estalar de cada tecla pressionada e que desenha palavras em segundos ... todas elas formam um desenho com sentido, pelo menos para alguns que as lêem ou, simplesmente, para quem as escreve.

Depois de algum tempo....
o ser humano vai-se habituando a rotinas, a hábitos, e as situações que vão fazendo a diferença de um dia começam a moldar-se aos poucos. Rapidamente (ou não), começa-se a verificar que as boas mudanças são rapidamente adquiridas e se voltam atrás mexem com muito do equilíbrio que já havia sido conquistado e trazido. Um grito que tinha deixado de existir levantam a pele "ao de leve" e por pouco não descontrolam um corpo por inteiro.
Difícil entender o porquê das mudanças e de algum "retornar" que possa surgir...

Depois de algum tempo...
pode sentir-se saudades de alguém que está a uns palmos e com quem se passa a maior parte de um dia. olha-se para trás e vê-se como o tempo corre rápido. Enquanto parece que se avançou um passo já está metade do caminho percorrido... torna-se estranho porque tudo avança como o vento e é imparável! Nem sempre frio mas... não pára porque se quer ou se manda!

Depois de algum tempo... sente-se como vamos crescendo... sem se saber propriamente como aconteceu!

quinta-feira, novembro 27, 2008

Um dos primeiros filmes da história do cinema foi “Chegada de um comboio à estação de Ciotat” em 1895 (dos irmãos Lumiére).
Mostrava apenas a chegada de um comboio à estação. Um filme de um minuto, sem narrativa e sem preocupações estéticas ou técnicas.

Actualmente, também se fazem filmes de um minuto (com uma história)….

http://www.theoneminutes.org/public/index.php?movie_id=20060679
que mostra o quotidiano…

http://www.theoneminutes.org/public/index.php?movie_id=20070743
que mostra segredos…

http://www.theoneminutes.org/public/index.php?movie_id=59
que mostra relações…

Hoje vi uma proposta giríssima de uma actividade que a editora do livro “O Mundo num segundo” fez às crianças na apresentação do seu livro:

“Pensem num segundo, um segundo maravilhoso e ofereçam-no a um colega”.

Estendo para minuto…
Gostaria de oferecer todos os minutos onde não existem preocupações narrativas, estéticas ou técnicas…
O minuto onde nos impelem a dizer que conseguimos algo, porque tentar não basta!

domingo, novembro 23, 2008

E ao anoitecer

“e ao anoitecer adquires nome de ilha ou de vulcão
deixas viver sobre a pele uma criança de lume
e na fria lava da noite ensinas ao corpo
a paciência o amor o abandono das palavras
o silêncio e a difícil arte da melancolia”

Al Berto







E depois de saborear esse silêncio agridoce, enquanto me deixo consumir pela melancolia, enquanto respiro a tremura dos pensamentos…
Apareces e…
Inconsequentemente quebra-se a mudez… o toque dos teus sussurros incandescentes e escorregadios… Escorregadios de sentimentos certos, envolvidos na incerteza de mos contar… incandescentes, como se ardessem no teu interior, tornando-te no mais misterioso pecador…

E assim deslizo para o beijo (das palavras).. Aquele que confundes com sopro leve… aquele que deixa um rasto suave, desprendendo a ténue incerteza do toque...
Sempre com a certeza de aguçar ainda mais o desejo....

E apareces sempre ao anoitecer…
E ensinas a paciência, o amor e o abandono das palavras…
Neste silêncio surdo de melancolia…
Neste desejo tão longe de agarrar…

Porque afinal de contas é ao anoitecer que mais sonhamos…

sexta-feira, novembro 21, 2008

Programa não recomendado a adultos ( vulgo eu!)

2 gemêos de 4 anos.
1 Centro comercial.
1 vontade súbita de ir à casa de banho ( dos 2 em simultâneo - que desconfio ser uma táctica perfeita para não comerem até ao fim a deliciosa refeição do Pato Donald´s ( vulgo Mac Donald´s), que passaram o caminho inteiro a pedir fervorosamente e que, desconfio também, que a fome sentida seria não mais que um pretexto para ganhar uma das surpresas do Happy Meal.
(de facto, o "Happy" é um nome bem dado sim senhora, as maravilhas que as surpresas fazem nas crianças. Isto, se um dos gemeos não ganhar uma prenda diferente da do outro e ficar a fazer birra por querer a do irmão!. Deixem-me que vos diga que, para mim de "happy" não teve nada).
No caminho para a casa de banho: a existência de 1 casa de jogos (com carrinhos do noddy e essas coisas) e enfeites referentes à epoca natalicia (com árvores de natal e trenó do pai natal e essas coisas. Por essas coisas entendam-se coelhinhos :S ( sim é verdade, ao que parece os duendes foram mesmo substituídos por coelhinhos!).
E ao que parece também a vontade de ir à casa de banho tornou-se muito menos aflitiva quando nos deparamos com isto tudo no meio do caminho (já agora aproveito também para fazer aqui um apelo a todos os arquitectos de centro comercial que nos leiam: tenham mais atenção com os sítios de localização das casas de banho, façam sempre uma perto do Mac Donald´s)!
E, por fim, quando chegamos ao destino (não sem antes um ter caído, não sem antes me terem dito que já eram crescidos demais para me darem as mãos, não sem antes quererem despir os casacos) verifiquei, incrédula que, ao que parece, a vontade de ir à casa de banho estava lá... ou apareceu (depois de tanto tempo para chegar à casa de banho)!

sábado, novembro 15, 2008

E tudo isto aconteceu na minha rua...



Não sei porquê mas tenho um carinho especial por estas melodias…
Ou talvez saiba…
Acho que é por conhecer e gostar mesmo muito de quem fez nascer de dentro do anaquim a “inspiração”…Já foi há muito, muito tempo…Lembro-me de ele (num passado longínquo) se sentar na minha cama (que ficava ao lado da dela) enquanto dedilhava na viola; enquanto lhe oferecia sorrisos romanticamente arrebatados (e nós, as amigas, assistíamos enternecidas a todo o cenário, também um pouco sensibilizadas com o mau gosto que ele tinha para escolher prendas) … E de tão extasiado (que ficava junto dela) uma vez até ia escorregando (ou será rebolando? =) pelas escadas abaixo…
A eloquência do sentir!


Serei sempre a companhia dela enquanto me pedir para o ouvir, tocar-lhe com o olhar, vibrar com ele no estrelato a dedicar-lhe músicas numa subtileza arrojada…
É uma história intermitente (a deles) bem sei…
Uma passagem condenada a ficar…
...rasgada e atirada nos meandros das suas vidas…
Talvez um dia surja também a oportunidade de editar o livro (aquele onde eu apareço referenciada numa linha, como mera expectante enquanto se desenrola a arte como fruto das recordações veementes, do que resta e restará para sempre; da abissal lacuna entre o querer e o não querer alguém e do entorpecimento que é deixar-se envolver nessa ambivalência!).


E que orgulho tenho em ser confidente de quem sabe “inspirar” tão bem!
...nas ruas… andam espalhados pedaços de vidas… Restos de histórias para contar…Sempre!
E no entretanto surgem letras segredadas a cantar:


"O meu destino é simplesmente ler poemas, filmes de cinema com finais bem conhecidos, fazer ruídos para ouvidos incompreendidos, numa tentativa de atenção!"


"Não acredito na bela sem senão, vivo iludido com a própria ilusão e não me digam que ela não existe, o mundo ao fim ao cabo é de quem lhe resiste."


"Não queiras salvar alguém que nasce condenado, não queiras a calma de uma alma enforcada na negação de si"


"Mas bem lá no fundo sei que há mais no mundo, escapam os padrões ditos normais e banais...São postos de lado, marginalizados os monstros com pecados a menos ou com pecados a mais"


"Amanhã a fúria de um mundo imperfeito volta para se vingar em ti!"

quarta-feira, novembro 12, 2008

Nada é para sempre...


Uma vez disseram-me que dizer “Eu amo-te” (com aquele fulgor típico, que deixa escapar um entusiasmo natural) é totalmente diferente de dizer “Eu, (pausa) amo-te”… É que estas palavras devem levar um embalo próprio, uma força inexplicável que não nos permite parar… que nos faz mover mais depressa… aliás que nos move.. e nos (co)move..

P.S: Considerar os filmes portugueses como exemplo da expressão sonora “ Eu (pausa) amo-te” com a mais valia de ter aglomerada uma cara de enterro enquanto se proferem as tais palavras.
E fica aqui, assim, a minha lembrança aos quase 100 anos de Manoel de Oliveira! (feitos daqui a exactamente um mês).

terça-feira, novembro 11, 2008

"Não tens de olhar sem gosto nem de gostar sem ver"



"Assoam-se-me à alma, quem como eu traz desfraldado o coração sabe o que querem dizer estas palavras. A pele serve de céu ao coração."

Luís Miguel Nava in Poesia completa

domingo, novembro 02, 2008

Dear Anna - Jason Mraz

Após uma pausa entre umas linhas e outras encontrei quis continuar a conhecer mais do senhor que me deram a conhecer faz uns anitos e agora anda aí a conquistar a malta! Encontrei uma música que me captou a atenção (sabe-se lá porquê!)... deliciei-me!!






Did the roses never open,
Are you left to start again?
And not a single tear should fall into the water,
That you kept them in.

Dear Anna,
I am the only one,
Who will love you until the end,
Ayy Anna,
Open your heart again,
And warm me by the fire within.

How are you going to face the autumn,
With the pain you only friend?
Just remember that; Before you know the winter,
You'll know love again

Dear Anna,
I am the only one,
Who will love you until the end,
Ayy Anna,
Open your heart again,
And warm me by the fire within.

I stand forewarned,
Love will change,
Even the best of friends,
And nothing wrong with starting over,
Go on and have yourself a cry,
I just wanna be the man with arms around you,
When you dry your eyes

Dear Anna,
I am the only one,
Who will love you until the end,
Ayy Anna,
Open your heart again,
And warm me by the fire within.