terça-feira, dezembro 29, 2009
Quando fazemos dos lugares a nossa casa...
Gosto mais de pensar que fazemos dos lugares onde estamos a nossa casa...
Que podemos ter o espírito nómada mesmo estando no sítio que nos habituou a viver...
Que somos sempre convidados a entrar em novas casas e a reconstruir sempre a nossa...
"
A nossa casa ,à partida, dá-nos espaço para podermos viver..
Como construir uma casa?
(aceitam-se sempre sugestões de engenharia e arquitectura ;))
sexta-feira, dezembro 25, 2009
quarta-feira, dezembro 16, 2009
Mais uns (ex)certos
«Para todas as mulheres que viveram um grande amor.
A todos os homens que o perderam»
sexta-feira, dezembro 04, 2009
Cântico Negro
quinta-feira, dezembro 03, 2009
Há na intimidade um limiar sagrado,
encantamento e paixão não o podem transpor -
mesmo que no silêncio assustador se fundam
os lábios e o coração se rasgue de amor.
.
Onde a amizade nada pode nem os anos
da felicidade mais sublime e ardente,
onde a alma é livre, e se torna estranha
à vagarosa volúpia e seu langor lento.
.
Quem corre para o limiar é louco,
e quem o alcançar é ferido de aflição...
Agora compreendes por que já não bate
sob a tua mão em concha o meu coração.
Anna Akhmatova
segunda-feira, novembro 30, 2009
Aconteceu...
quinta-feira, novembro 26, 2009
domingo, novembro 15, 2009
Os exclusivos das estórias demoram-se sempre pelo caminho…
Apetecia-me afagar esse teu ar fatalista com abjurações falaciosas…Cobrir o teu medo de suavidade, à semelhança do que faz o som de música caseira às preocupações laborais…
És meu convidado neste despertar, onde a espera é censurada… Sustemos a respiração para não fazer muito barulho porque sabemos que o silêncio enternece… Um silêncio que se esfrega contra todos os poros da pele…
Proferes, cuidadosamente, as palavras da trama que escondes (convencendo-te de que quanto mais verdadeiro, mais poético) e ludibrias-me com a tua sagacidade… mas bem sabes que sempre gostei de versões diferentes…
(Cover de Pixies)
sexta-feira, novembro 13, 2009
"1 Mensagem de..."
quinta-feira, novembro 12, 2009
O Segundo Desejo
terça-feira, novembro 10, 2009
O primeiro desejo
Concha ficou em silêncio. Até que no seu espírito encontrou uma solução.
- Então vais fazer uma coisa mais difícil: escondes o meu coração dentro de uma concha no fundo do mar e eu fico cá para a minha Mãe não se sentir sozinha.
(...)
O seu coração vivia numa concha, perdido no fundo do mar. Ninguém sabia onde ele estava. Nem mesmo ela. Só o Génio, mas os génios não aparecem quando nós queremos (...) podia até dar-se o caso de ele nunca mais aparecer.
"Não faz mal", pensava ela. "Se alguém encontrar o meu coração, há-de descobrir onde moro e um dia eu vou tê-lo de volta."
(...)
Todas as noites sonhava que vivia dentro da concha onde estava o seu coração e foi assim que conseguiu crescer sem elouquecer de tristeza.
(...)
Concha nunca contou à Mãe o que o Génio fizera. Mas ela sabia, porque as mães sabem sempre tudo. Nem sempre revelam que sabem, mas sabem sempre.
Por isso a Mãe nunca lhe perguntou onde escondera o coração
(...) uma pessoa tem de saber proteger-se quando está muito ferida senão pode morrer. Foi o que Concha fez.
quinta-feira, novembro 05, 2009
Disseste-me que os lugares permanecem....
Sei bem que a memória é traiçoeira…
Sei bem que, por vezes, recordamos as coisas de acordo com as nossas percepções pessoais…
Sei bem que, fazemos por preservar determinados factos em detrimento de outros… ás vezes os melhores, outras vezes os menos bons...
Sei bem que o prazo da memória não é ilimitado...
Sei bem que construímos sempre as nossas memórias… e que também as podemos descontruir…
Mas ,e quando elas se começam a desvanecer sem que tenhamos nisso algum auto-controlo?
Contudo, o lugar que ocupamos permanece sempre... se não é em nós... é em quem está de perto...
"...queria fazer do amor um espaço que me ocupasse inteira."
terça-feira, outubro 27, 2009
Por favor podia distribuir o seu cuidar descomprometidamente?
Hoje apetece-me gritar este título bem alto...
E o que me impressiona mais é que, de facto, a plateia engrandece-se de comoção como se não tivesse atingido um outro estádio superior de desenvolvimento moral.
Não me incomoda perceber a inexistência de altruísmo puro mas fico com o coração apertadinho sempre que se descura (de maneira brutal) a beleza e o sentido da gratuidade.
sexta-feira, outubro 23, 2009
terça-feira, outubro 13, 2009
"Que entrem os noivos": Originalidade, ahah
Este é, sem dúvida, inesquecível pela diversão e animação...
[obrigada à doida que quer casar daqui a 2 anos e que eu faça parte duma cena deste género, eheheheh]
segunda-feira, outubro 12, 2009
Cá vou... aos empurrões...
E assim acontece o primeiro beijo…
E assim acontecem as viragens (às vezes com a ajuda de pequenos empurrões).
Acho bonita esta descrição, quase que à semelhança da cena inicial do filme colisão, que dita que vivemos de pequenos toques…
segunda-feira, outubro 05, 2009
Parabéns para o Dentro de Si Só
domingo, setembro 27, 2009
Já tinha estudado este fenomeno. Com chocolate! O adiar da gratificação.
A exigência da espera. A atractividade pelo que sabemos que não beneficiamos em ter à priori. O entrar em desepero na avaliação entre 2 ganhos circunstanciais. Comparar ganhos quantitativos e qualitativos. A concentração intensa naquilo que sabemos que não devemos fazer no momento. Resistir. Tolerar a frustação. Proibirmo-nos em detrimento de uma promessa abstracta. Desafiarmos os nossos desejos. Satisfazer necessidades com prudência.
Na verdade, continuo a estudar este fenómeno diariamente na primeira pessoa!
sábado, setembro 26, 2009
Boy From Ipanema
Este seu olhar - Diana Krall
quarta-feira, setembro 23, 2009
Pausa e sonhos
quarta-feira, setembro 16, 2009
Mania de relacionar(ções)
segunda-feira, setembro 07, 2009
Voltar à carga
Começa agora o arranque do ano. Etapas novas para se conquistar, a prova da confiança, o gerar de novas relações, novos rosto e novas aventuras a começar do zero. O calor começa a ter os dias contados e isso não ajuda, em nada, à vontade de saltar da cama ou a pensar no que os dias se vão tornar. O sol vai querer esconder-se quanto antes e não vai haver forma de apressar as coisas para o ver deitar-se!
Começaram os choros, as birras e a falta de regras que, com o tempo, vão ao lugar mas... demora! Dias com paciência de Jó outros em que apetece saltar da cadeira, abrir a porta, soltar um grito de desespero e regressar com a alma revitalizada para uns breves minutos de segurança e força... mas passa depressa!
É a isto que se chama o regresso ao trabalho, o final das “férias”... um desafio diário até se tornar rotina mais leve e ritmada, juntamente com a disposição para o acontecer diário das travessuras e progressos nas pequenas vidas que se tem em mãos.
Fica de parte o lado pessoal que se vai adiando para um furo no horário de trabalho ou, apenas se coloca na agenda para onde haja uma vaga, mas nada de prioritário nem agendado cuidadosamente... inadmissível mas... real!
Deixam-se para trás dias de enorme gozo, enorme prazer de viver e com uma envolvência forte de vidas e momentos, com a realidade fechada e a magia contada e contagiante ao segundo... sem perder um fio de luz, sol e sorrisos. Saudades... saudade é a palavra de ordem que faz tilintar o coração e brilhar os dois espelhos da alma. Recordar (trazer ao coração) cada bocadinho...por muito breve que seja o momento! Cansaço que prevalece sem dar tempo a que morra numa almofada, por uma noite apenas. Abraços que encerram o dia, olhares que fazem a manhã cristalina e tão mais cheia, por entre os olhos ainda a tremelicar o desejo de serem fechados... saudades!!
E assim, começa um novo desafio!
quinta-feira, agosto 27, 2009
“EU AMO O MUNDO QUE ODEIO" *
«Aqui estou eu...só, dentro e fora de mim, último passageiro da minha noite interior.»
É o que diz Al berto
Eu... digo que andamos sempre distraídos!
* do poema As Cinzas de Gramsci (1957) escrita pelo poeta e cineasta italiano Pier Paolo Pasolini
quinta-feira, agosto 20, 2009
Partida com regresso corrido
É altura da partida! Partida para a partida de uns dias diferentes e cheios, partida do cansaço que teima em permanecer no corpo mole e desgastado dos dias e das horas rotineiras e longas de dias e dias corridos entre tudo e todos os de sempre.
É hora de partida para o colo seguro daqueles que são eternamente marcados e tecidos,desenhados na vida.
Partida à espera de uma chegada diferente e, a aguardar uma partida com destino ao "regresso" da rotineira vida com aquele lugarm aquelas caras e todas as pequenas grandes mudanças que, um tempo afastada, podem trazer... e trarão.
Até já!!
quinta-feira, agosto 13, 2009
Dias
Poucos minutos depois,o toque da campainha começa a ser o sinal da chegada, a melodia de alerta da quebrado silêncio, que dá lugar a vozinhas familiares e engraçadas,nem sempre, começam a preencher o espaço (que cada vez se torna mais pequeno pela correria e brincadeira).
Ouve-se música de fundo misturada com os brinquedos a escorregar no chão, comos gritos que dão voz a tudo o que se passa para além do pequeno grande mundo da imaginação. Consegue-se divagar por entre tudo... a cabeça viaja com uma imagem de fundo em movimento e com as interrupções de chamadas de atenção...
quarta-feira, agosto 12, 2009
Escrevo porque não sei dançar como a Pina Bausch...
Há quase que um extase místico no compasso em que o pé se levanta voluoptosamente do chão..
Faz-me muito lembrar o que David Mourão Ferreira disse um dia. Que ter raízes é saber voar.
E assim, deliosamente em surdina, desnuda-se a melodia na acústica do sentir...
Um dia, hei-de descalçar a timidez, derrubar as paredes do meu corpo e estender a minha sombra no terraço... Deixar-me assim...conduzida pela Mazurca, mergulhando na noite enquanto cheira a céu estrelado!
segunda-feira, agosto 10, 2009
Calendário acelerado
a vida está marcada por uma agenda que tem imensas datas definidas como especiais/importantes. São estas que fazem dos dias do nosso calendário tão especiais. Comemorar datas importantes, recordar os amigos que vão entrando, passando e saindo da nossa vida... acabamos por ter muitos dias importantes e especiais em cada ano novo que chega e que parte.
Contar o tempo...
com os olhos posto no futuro. Passa igualmente pelos acontecimentos que estão por chegar e, desejamos ansiosamente rasgar os dias do calendário até ao dia e hora "daquilo".
É quando contamos o tempo, quando olhamos para trás e para a frente que conseguimos entender por onde andámos, no que nos vamos tornando, o que vamos aprendendo e a capacidadeque temos de saber viver e reviver cada coisa. Um leque de histórias, amores e desamores, mundos de magia, realidade... os eternos desafios e opostos que fazem sempre parte do que chamamos de vida e de tempo.
O calendário tem uma permanente tendência a aceleraro processo das coisas quando nos fazem sentir realmente bem, a velha história de o que é bom acaba depressa... realidade pura!
Vai-se contando histórias enquanto se rasga mais um dia do calendário de uma vida que, nunca se sabe quando chega ao fim.
sexta-feira, julho 31, 2009
Dúvidas do Universo
Deixa a saudade...
Um abraço.
segunda-feira, julho 20, 2009
I
O seu nome dizia tudo sobre ela. Clara!
Fazia por partilhar preferências. As suas palavras preferidas estavam contidas numa poesia:
"Usámos a dois: estações do ano, livros e uma música.
(- o jornal dobrado, a cinza fria, o papel com um aponta-mento)
Ingeborg Bachmann
II
"Um dia ele levantou-se e gravou numa fita tudo o que as pessoas diziam na rua.
Ray Loriga
Nada era Claro!
As suas palavras preferidas estavam contidas na vida!
Aliás, quando observou Clara conheceu-lhe o silêncio eufórico de quem perde (a timidez)...
Sim, Clara estava habituada a perder....
E, mais uma vez, Ray observou que o mundo, é tudo menos Claro!
(ganharam-se um ao outro _ por quanto tempo, não se sabe...)
terça-feira, julho 14, 2009
(Vi)Ver as coisas
Ver as coisas, vivê-las porque queremos que sejam vividase aproveitadas são as prioridades de um desafio enorme. O cansaço existe e nem sempre pode ser contrariado o sono mas, porque não dispensar algumas horas de descanso para dedicar a algo mais que possa tornar o dia e o bem-estar diferente?
Fica sempre a decisão entre aquilo que faz bem e aquilo que apetece realmente fazer (e acaba sempre por fazer bem de alguma maneira).
(Vi)Ver é querer procurar a novidade no que nos surge como proposta e que nos desafia a melhorar e conhecer mais e mais daquilo que a vida nos pode oferecer,por intermédio de alguém ou por pura vontade até à sua concretização.
Toca a viVer!
quarta-feira, julho 08, 2009
O sério institui-se nos nossos dias como sinónimo de honesto e isso constitui um problema para o humor ( que não é de todo antónimo de seriedade).
Diz-se, na gíria comum, que não se brinca com coisas sérias mas, na verdade, o humor relativiza os assuntos sérios.
Aliás, às vezes, é a deformação das coisas ( e se virmos o humor pode ser isso mesmo) que nos faz vê-las com mais clareza (senão vejamos o exemplo das caricaturas).
No outro dia ouvi alguém dizer, a propósito da designação de humor inteligente, que essa designação parece soar a "merda saborosa" porque pressupõe que o humor não presta e eleva-se com a adjectivação.
Na literatura faz-se o contrário, chama-se literatura light...
Díficil esta coisa dos limiares da adjectivação..
No fundo, sempre a respirar os nossos próprios preconceitos..
terça-feira, junho 30, 2009
domingo, junho 14, 2009
Há palavras que...
(Começa assim este post por a protagonista ser uma criança)
quinta-feira, junho 11, 2009
De qualquer modo...
"De qualquer modo dança,
a teoria da poética que é não existir teoria e só existir poética
Gonçalo M. Tavares
sexta-feira, junho 05, 2009
O que é certo é que apareci na televisão sem que disso estivesse à espera (e tenho mesmo a impressão (vá certeza) que despenteada) - corroborando a teoria de que todos temos o nosso minuto de "fama".
O que é certo é que, por vezes, respondemos sem dificuldade a questões do âmbito geral, sobre ideologias que defendemos ou opiniões que a sociedade nos exige, mas quando toca a questões pessoais, fazemos por pensar nas respostas "politicamente correctas" em troca da nossa verdade. Isto acontece porque, invariavelmente, as impressões valem o que valem e nunca são o resultado dos bocadinhos de revelações que nos vão fazendo mas sim de impactos...
domingo, maio 31, 2009
lume - Raquel Coelho
segunda-feira, maio 25, 2009
Quando era pequenina chamava-lhe: "Nó na garganta"!
Como que à espera de me convencer, de me ir preparando e ir preparando os outros…
“Vou dormir”…
Acho que não sou apologista de coisas repentinas…
E quantas vezes vou dormir e fico inerte, mas com a cabeça a deambular pelos lugares mais rebuscados …
Aí , repentinamente, preparo-me para dizer a mim própria (em tom de convencimento):
“ É agora, dorme… dorme… dorme…”
«Não te mata quando chega a hora do dia em que fechas a porta do quarto, porque já não aguentas o mundo lá fora, e desligas a luz do candeeiro como quem interrompe vida?.»
sábado, maio 16, 2009
Parti...
Que, até ao fim da vida, era isto que eu queria fazer: viajar todos os dias. Mesmo estando quieto, mesmo atrás da mesma secretária escrevendo as mesmas palavras às mesmas intermináveis horas; estarei eternamente em viagem. Porque já perdi demasiado tempo, vou ao armário buscar as minhas malas surradas e velhinhas; vou comprar um bilhete para a vida; e, depois, cheio de esperança e de coragem, vou entrar em cada avião que passa como se só houvesse um sentido, como se nunca se chegasse a parte alguma, como se a viagem fosse na realidade o destino porque todos os dias são dias de partida.”
Estou de partida...porque todos os dias são dia de partida...
sexta-feira, maio 08, 2009
"Enchemos de sombra a mesma rua"
Um dia fui ao cinema e acabei com uma menina desconhecida (que conheci depois) a dormir ao meu colo.
Já vivi também a versão masculina da bela adormecida com muito pouco de conto de fadas. A carrugem apareceu ao estilo moderno… encaixada num comboio. Era a 21! E na improbabilidade de algum dia me ter visto antes, e sem qualquer intenção de piropo, o meu companheiro de lugar confidenciou-me sentir que já me conhecia antes. Talvez do sonho de que acabava de acordar, disse. E ficámos por ali, num silêncio duradoiro!
Naquele silêncio duradoiro fui contagiada pela sensação do desconhecido!
Podemos fazer do desconhecido, conhecido… ou optar por não conhecer… ou por conhecer noutra altura…
E precisei de lembrar o que fui conhecendo…alguns “tus”…antes desconhecidos… agora conhecidos…ainda desconhecidos nuns aspectos…
(Re)conhecer as descobertas…
Pois é… Conheço-te! Será que por acaso?
Escolhi ir conhecendo ( e não por acaso)…
Já deixei o meu nome gravado por aí, num lugar que só nós sabemos…
Achei um tesouro em cima de uma árvore depois de me teres feito correr atrás de ti…
Em tempos, já caí desastrada para o meio de um rio com a tua mochila às minhas costas…
Já construí um puzle de peças mínimas contigo, enquanto discorríamos sobre o desprazer de tal tarefa.
Tenho guardados todos os papelinhos que trocávamos religiosamente na aula de físico química.
Um dia, saí à noite contigo e uma varinha mágica escondida no casaco com a intenção de espalharmos magia…
Já escrevi uma viagem ao mundo contigo e desci uma duna de mãos dadas mas nunca andei às tuas cavalitas e tenho pena!
Parti o dedo do pé a jogar futebol só porque queria marcar golo na tua baliza.
Já dormi com muitas borboletas no quarto e contigo na cama ao lado.
Limpei sapos de um tanque gigante sem saber que me convidarias mais tarde a ficar imersa naquela água a ver o pôr do sol.
Já dei um grito forte naquela praça muito povoada que fizeste de tua casa este ano!
Sentei-me na pedra que escolheste, encostada a ti, naquele monte que tão bem nos acolheu a conversa e nos equilibrou a ousadia de movimentos malabaristas.
Já te desenhei um bigote em canetas de feltro enquanto me rabiscaste qualquer coisa no rosto, para depois sairmos à rua!
Quase enchemos uma sala de balões só com o sopro de nós as duas!
Já ficamos a ver a noite inteirinha a cair, sem nos deixarmos apoderadar pelo sono, naqueles degraus estreitos.
Já acordei a meio da noite para ver se estavas bem!
Ensinei-te a minha dança e tu fizeste questão de a imortalizar.
Já rezaste por mim e... e eu por ti!
Já...
"A tua vida é uma história triste.
Eugénio de Andrade
Nas ruas destas vida... Conheci-te...
sábado, abril 25, 2009
Entre cidades e pensamentos
quinta-feira, abril 23, 2009
"Estás aqui para ser feliz" - Coca Cola
Poderia achar, como qualquer outra pessoa, que a frase poderia encaixar-se na minha vida (isto se procurasse alguma coisa para encaixar no sentido que poderia dar à frase; ou simplesmente, encarar aquilo como uma sugestão para começar a olhar a vida e todas as mudanças e situações dos últimos tempos. Ainda não e decidi por qual delas optei mas tenciono fazê-lo. Umas vezes acho que a cidade e a mudança já são motivos para me deixarem feliz mas pensar que o mundo é enorme e que estou cá (posso estar) para ser feliz...isso exige um pouco mais do que uns dias e uma decisão de como encarar as coisas. Tenho-me limitado a ir vivendo os dias e pensando como melhorar a postura perante cada um deles. Devagarinho isto chega lá. Talvez seja mais uma das coisas em que possa perder o meu pensamento enquanto volto a fazer uma viagem até "casa dos pais", com tanta estrada ou linha que há para seguir... muitos quilómetros para galgar!
E assim ficamos... fico, para me encostar daqui a segundos numa almofada que me aconchega os pensamentos e os deixa dormir mais firmes e acompanhados a cada noite que define a mudanda dos dias e o avançar dos anos.
Desligar a tecnologia, encaminhar-me a comando do cérebro e movimentação dos pés e do corpo até aterrar e ... acordar para o novo dia porque... eu talvez possa estar "aqui para ser feliz!"
Apperently Unaffected
Aparências... ajudam muitos momentos e muita gente, a esconder! É a capa mais usada pelo ser humano, ou a mais comum, nos dias de hoje. Seja por uma questão de hierarquia social seja por uma questão de estar.
Aparentemente muita coisa pode parecer estar bem mas...
Pareço-me aparentemente "não afectada" com o que quer que seja que o silêncio e a correria que tem sido a vida me têm tentado dizer mas que ainda não consegui ouvir. O tempo é das coisas mais preciosas, que está sempre contado com o mesmo número mas que nunca parece ser suficiente e que nunca parece possível de preencher/ocupar da melhor maneira ou, pelo menos, com tudo o que pretendemos. Parar parece ser a impossibilidade da vida "dos crescidos". Não se pára por uma questão de impossibilidade ou porque não se quer poder parar... Parar implica serenar e começar a divagar por aquilo que tem acontecido até então ou que está a acontecer... positivo até certo ponto as paragens. Devem ser feitas mas nem sempre são desejadas pelo (in)esperado.
Aparentemente nada afecta nada e tudo afecta aparentemente tudo!
Permanece-se na aparência do "não afecto" por qualquer coisa mais, e deseja-se ser afectado por aquilo que a vida pode oferecer e desinquietar a tristeza até correr à felicidade ou alegria dos dias.
Aparentemente... (não) afecta!
Aparentemente... (já) está afectado!
Aparentemente... é aparente!
Quase a adormecer
Esta sala estava já meio desarrumada ao chegar... somos duas e há sempre a que tem tendência a arrumar (eu) e a menos preocupada (ela). Conversámos como de costume sobre as coisas do dia, tivemos o momentos dos comes e o momento em que nos ajudamos, partilhas do dia a dia e a parte óptima de morar com alguém parecido connosco, com coisas comuns e, com quem podemos sempre contar... basicamente, a amiga com quem estamos mesmo bem! Engraçado quando dei comigo a pensar que a vida tem com cada surpresa que, só um tempo depois, sentimos o real valor.
Pensei ficar acompanhada até terminar os planos de hoje mas, o sono derrotou o a companhia com muita pressa... deparei-me sozinha, com a televisão ligada (coisa rara nesta casa) e o computador a iluminar. Fiz, andei, circulei e aterrei novamente nesta cadeira. Ia deitar-me quando me assaltou a vontade de escrever qualquer coisa no meio de toda a confusão que me apetece arrumar mas, a preguiça hoje pode sair vencedora pelo cansaço acumulado e pelo avançado da hora que amanhã me vai pesar na caminhada matinal que recomeçarei...
Estreia esta de hoje a de estar na nova cidade a escrever no nosso espaço... normalmente Coimbra era o espaço em que havia 5minutos de fugida para meias palavras apressadas...
Hoje fui surpreendida por mais um balançar de propostas de regresso às raízes que ficaram adiadas ou, provavelmente, fora de questão.
Senti que estou porque tenho que estar e que não teve mal não regressar (já)!
quarta-feira, abril 22, 2009
Ana… Esperei-te no final de percorreres retalhos amarrotados de crianças… Imagino-te cansada… Mas a música intromete-se sempre como um privilégio na nossa alma…Quis que, nesta noite ouvisses o coração em avalanche… Onde vais? Fica nesta Festa! Nesta palavra deliciosa que acaricia sempre…
Hoje (será que já passou assim tanto tempo? levantando-se uma espécie de poeira fina sob as rugas que fermentam dentro de si só), não sei bem que dia é hoje (mas também estou-me nas tintas!) queria celebrar disfarçadamente a tua companhia no meio destas palavras sorrateiras…
quarta-feira, abril 15, 2009
Hoje acho que não fiz a melhor escolha (acho que isto nos vai acontecendo muito na vida =), não que me importe com isso (até porque não passo grande tempo no meu quarto).
Mas acho que me deixei espantar por qualidades superficiais…( o que também nos pode acontecer algumas vezes na vida)!
O quarto da minha irmã, entre outras coisas, tem uma vista muito bonita… Vê-se a cidade toda, todinha, as casas em miniaturas, o castelo, as árvores… e de noite sobressaem as luzes…
Ela deixa-me ir para lá…
Quando vivia no apartamento tinha uma predilecção secreta por estar na varanda da sala, apenas a olhar a rua, a sentir a cidade, à espera que chegasse a hora dos meninos virem brincar e me chamarem em uníssono, avisando que tinha chegado a hora de descer…
Hoje, tenho uma predilecção secreta por me sentar no telhado do quarto ao lado do meu, a ensinar-me a admirar o que tenho à minha volta, a sentir a cidade e sentir-me perto ou longe, à espera que não chegue a hora de descer, enquanto aprendo a brincar sozinha (com os meus pensamentos)….
E depois vou dormir… =)
sábado, abril 11, 2009
Porque o presente
quarta-feira, abril 01, 2009
A força dos fracos
sexta-feira, março 27, 2009
O que levo dentro das "minhas coisas"?
Mudanças...
Sentir a tralha acabada de arrumar e com lugares fixos e... parece que ainda não é desta que ganham forma dentro das 4 paredes...
toca a procurar, pegar na mala e seguir viagem, ainda que seja para "o sítio mais ao lado" ...
LOLOL
Há mudanças e mudanças... resta saber quais são as que realmente mudam: se as duas, uma ou... nenhuma!
Passo e passo
Um passo de cada vez que leva adiante um corpo que se perde por entre as ruas mais iluminadas ou escurecidas de dias e noites que teimam em ir passando, passo a passo, enquanto são percorridas apressadamente cansadas.
Pequenos passos que vão pisando um chão desconhecido mas que, cada vez mais, se torna um chão menos impessoal e mais informal... ainda com muito para descobrir e caminhos novos a percorrer mas que, o tempo tratará de desbravar.
São passos de quilómetros ou de meros metros; passos de partilha e amizade com passos de profissão e dedicação; passos de lágrimas de dor e saudade fechadas num corpo, e sorrisos de alegria e amor em "pequenos grandes" gestos que não passam de infâncias acompanhadas com orgulho e felicidade; passos de descobertas que o escuro só desvenda quando a luz se acende e o caminho percorrido é seguro e mais tranquilo...
Vê-se no horizonte que a linha existe mas sabe-se que não termina ali. Há passos para além do olhar e do seu alcance... há um futuro caminho que pede que seja pisado mas não promete nem segurança nem qualquer coisa, apenas promete ser caminho e deixar que os pés se deixem cair firme enquanto pisam o chão e carregam o que o corpo traz da vida.
Passo e passo, avança-se e descansa-se ... pois pode caminhar-se andando ou estando um pouco, nunca sempre, parado.
Perder e ganhar
Ganhar tempo faz perder qualquer coisa mais;
Perder tempo em qualquer coisa, faz ganhar algo mais nessa "outra coisa";
Perder tempo a falar ao telemóvel ou a mandar mensagem, pode ser a consequência de se ganhar um conforto das palavras de alguém, uma partilha de bons momentos e segredos que ajudam a adormecer de sorriso no rosto;
Não descansar pode ajudar a ganhar-se momentos para mais tarde recordar;
Dormir ganha-se maior descanso e perdem-se horas a dormir que poderiam ser dedicadas a outra coisa;
Dei por mim a pensar que perdemos e ganhamos a cada decisão, a cada pequeno passo ou momento que fazemos qualquer coisa, seja escrever num blog ou dormir tranquilamente numa cama, sendo 1h da madrugada.
Quando se perde numa relação ganha-se em amizades e em conhecimento de nós mesmos e da vida;
Quando se ganha numa relação, ganha-se alguém, partilha-se a vida, conhecesse mais umas quantas pessoas e soltam-se sorrisos e momentos mais profundos com amigos comuns...
Estamos sempre a perder e a ganhar... e é o tempo que faz a contagem das vitórias ganhas e das derrotas ganhas também.